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    Home»EUA»Nova Orleans e eu: uma história de amor
    EUA

    Nova Orleans e eu: uma história de amor

    Cristina WollenbergBy Cristina WollenbergMay 1, 20188 Comments6 Mins Read
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    Foto: Philip Wollenberg
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    Nova Orleans e eu.

    É fácil para uma sagitariana, aventureira e sem fronteiras dizer que estava escrito nas estrelas eu parar aqui. Pela lógica, eu também poderia ter parado em qualquer outro lugar. Porém, o meu romance com Nova Orleans não tem nada a ver com constelações ou com o horóscopo, e mais com as pequenas coincidências da vida e as decisões inusitadas que eu fiz.

    Estava decidido desde os meus 16 anos que eu não ficaria no Rio Grande do Sul. A decisão foi minha, não dos meus pais ou de mais ninguém. Naturalmente, foi para os Estados Unidos que eu quis vir. Cresci assistindo enlatados americanos e me identificava com o modo de vida e as oportunidades que aqui eram oferecidas.

    Para levantar a grana que permitiria que eu me mudasse tão jovem para o exterior, eu usei a única qualificação que eu tinha: dar aulas de inglês. Logo na primeira liçãozinha que eu ensinei, um sinal: o tópico do livro abordava Mardi Gras e Nova Orleans.

    A rota que eu fiz foi um tanto curiosa. Eu cheguei na terra do Jazz pelo estado do Alabama, que eu conhecia graças ao Forrest Gump e suas histórias. Lá eu fui bem acolhida por brasileiros e americanos.

    Um jovem tímido e inteligente de férias na cidade onde eu morava me convidou para dançar, conquistou o meu coração e mudou a minha história um mês depois. Namoramos a longa distância durante três anos sofridos. Ele se formou em um ano de crise econômica e a única proposta de trabalho que recebeu foi para trabalhar em Nova Orleans. Nos casamos no ano seguinte e eu me mudei para cá.

    A minha primeira impressão da cidade não foi das melhores, eu confesso. O que comprova que nem sempre a primeira impressão é a que fica. A cidade é deliciosamente desorganizada. Quem vem do Brasil se sente em casa.

    Eu não me encantei com a bagunça em si, mas com a maneira como seus habitantes transformam as suas angústias em música, arte e gastronomia. Nova Orleans fica abaixo do nível do mar, em uma área de pântano e umidade cruel que mantém a pele lustrosa de suor e os cabelos em pé durante a maior parte do ano.

    Nesse prato de Gumbo onde vivemos, borbulha muito calor humano temperado com Jazz.

    Aquele que procura feiura encontrará na desigualdade social, violência e no descaso das autoridades. É na resiliência do seu povo que se encontra inspiração. Beleza tem de sobra: os carvalhos gigantes que formam corredores de sombra gostosa nas ruas, a música, o sapateado e o batuque em quase toda esquina. E a comida? Meu Deus, como comem! E que delícias encontramos aqui: beignets, pralines, étouffée de camarão, arroz jambalaya, ostras, frango frito.

    Foto: Philip Wollenberg

    A famosa hospitalidade sulista americana te abriga. Aqui as pessoas te dizem bom dia sem nem te conhecer. O charmoso bondinho ainda circula pelas avenidas principais. E a arquitetura de Nova Orleans reflete a riqueza de sua herança histórica e cultural com os seus jardins encantadores, mansões da Avenida St. Charles e as famosas sacadas do French Quarter, que combina o clássico com o curioso.

    A cidade é carinhosamente apelidada de Big Easy pela leveza e o ritmo dengoso, típicos de seus habitantes. Para o pessoal acostumado com o pique das grandes cidades, pode ser um tantinho mais difícil de se adaptar à cadência de Nova Orleans. Somos forçados a desacelerar para ver a banda passar. Literalmente. Ela passa nos dias felizes e nos dias tristes também. O termo Second Line, ou desfile de segunda linha, refere-se àqueles que se juntam à empolgação da banda de brass que circula pelas ruas da cidade a qualquer hora do dia durante festas de casamento, festivais e funerais.

    Second Line tem origem no século XIX, quando as sociedades fraternais e organizações de bairro ofereciam, coletivamente, serviços de seguro e sepultamento aos seus membros, especialmente entre a comunidade afro-americana.

    Leia também: O Som de Copenhague

    Dizer que Nova Orleans é como nenhuma outra cidade dos Estados Unidos, não chega a ser clichê. Os americanos reconhecem a sua singularidade. Lembro de fazer um curso na New York University e encontrar cartazes espalhados pelo campus anunciando programas oferecidos no exterior. Entre os destinos, como Roma e Paris, eles curiosamente incluíam a cidade de Nova Orleans, no próprio país.

    O primeiro ano na vida de casados é o mais difícil, dizem. E conosco não foi diferente. Foi justamente na dor que meu marido e eu nos apaixonamos de vez pela cidade. Katrina, uma tempestade avassaladora, inundou Nova Orleans e destruiu, sem dó nem piedade, tudo em seu caminho. Uns viram a devastação como uma oportunidade de fugir e recomeçar a vida em outro lugar. Não os culpo, pois o processo foi doloroso e cansativo. Outros, como nós  que não nos víamos em outro lugar, retornaram. Queríamos fazer parte da reconstrução e do renascimento de uma das cidades mais interessantes do mundo. Entre a população que ficou e os que vieram para ajudar, criou-se uma espécie de irmandade. Foi necessário muito trabalho e paciência para reerguer Nova Orleans.

    O povo daqui é de fé. A cidade fica no coração do Bible Belt norte-americano. Os católicos, que na cidade são muitos, não são os únicos que acreditam em santos. O Saints, time de futebol americano que une a população, levou 42 anos para chegar às quartas de final e eventualmente ganhar um título. Os torcedores nunca deixaram de acreditar neles.

    Quem mora em NOLA (abreviação de New Orleans, Louisiana) torce para eles independentemente do seu apreço pelo esporte. Para aqueles que pretendem um dia se mudar para cá, é bom incluir preto e dourado na mala. As cores do time simbolizam o ouro negro, também conhecido como petróleo, que é o maior ganha-pão da região e a razão por eu ter vindo parar aqui. Decidi ficar porque já não tinha mais jeito, era amor.

    O jornalista Chris Rose uma vez disse: “Ela é uma garota de Nova Orleans, e as meninas de Nova Orleans nunca moram em outro lugar e, mesmo que o façam, elas sempre voltam. É assim que é. Fim de discussão.”

    Mal sabia eu que me tornaria essa garota assim que coloquei os meus pés aqui.

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    EUA Nova Orleans
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    Cristina Wollenberg
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    Cristina é gaúcha e formada em Comunicação pela University of New Orleans. Apaixonou-se pelo jazz e pela cidade onde vive há 15 anos. Em 2009, abriu uma agência de Marketing e Propaganda, onde atua como planejadora de mídia e produtora. Viaja para lá e para cá com o marido fotógrafo e atualmente aproveita uma brechinha na carreira publicitária para escrever o seu primeiro romance.

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    8 Comments

    1. Lorena Nascimento on May 6, 2018 5:44 am

      AMO essa cidade!!! Quando eu fui aí ano passado, eu sentei no bondinho e até chorei. Parecia que tava em casa.

      Reply
      • Cristina Wollenberg on May 18, 2018 2:29 am

        Que legal, Lorena! O Bondinho é muito charmoso mesmo. É difícil não se encantar com NOLA.

        Reply
    2. Dayane on June 18, 2018 8:55 pm

      Nossa que fantástica historia meu sonho conhecer esta cidade espero um dia realiza lo…????

      Reply
    3. Ellen on July 26, 2018 2:07 am

      Oi Cristina,
      Estive em New Orleans há 15 dias e me apaixonei de um modo irreversível. Nunca pensei em morar no Estados Unidos, mas agora estou buscando uma forma de ir passar alguns meses em New Orleans.
      Você pode me orientar como fazer essa mudança tendo um visto de turista?
      Tenho receio em como conseguir trabalho, por exemplo. Como você está aí gostaria de saber sua percepção e alguma orientação.
      Beijos e obrigada
      PS: Amei seu texto

      Reply
      • Cristina Wollenberg on July 30, 2018 12:01 am

        Oi Ellen, que bom que você gostou do texto e de New Orleans. A cidade é apaixonante mesmo. Bom, trabalhar aqui com visto de turista é tricky. Minha orientação é de sempre seguir a via legal. É arriscado vir como turista com a intenção de trabalhar, por isso não posso recomendar. Eu sei que restaurantes e hotéis, por exemplo, tem uma grande dificuldade de achar trabalhadores locais e contratam trabalhadores estrangeiros temporários com autorização de trabalho. Só não sei te dizer como que o processo funciona.

        Reply
    4. Hugo Vila Nova on August 5, 2018 5:17 am

      Suas palavras tem uma grandeza de poesia que é impossível não se emocionar. Estarei ai em poucas semanas; nunca fui aos EUA será minha 1ª vez, mas nunca tive dúvidas que este seria o 1º lugar que eu queria ficar, sentir, deixar se envolver…
      Lendo sua experiência tenho segurança que escolhi o caminho certo; de alguma maneira sinto como se já pertencesse a este lugar.

      Reply
    5. Priscila on February 19, 2019 12:52 am

      Estou louca para conhecer ! Vou agora em março… vc conhece algum guia brasileiro?

      Reply
      • Cristina Wollenberg on February 24, 2019 5:13 am

        Oi, Priscila! Não conheço nenhum guia brasileiro, mas vou dar uma pesquisada com a turma aqui e te aviso. Eu escrevi alguns textos para o BPM com dicas de passeios e restaurantes. Dá uma olhadinha. Março é um ótimo mês para visitar a cidade. Bom passeio!

        Reply

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