Facebook Twitter Instagram
    BrasileirasPeloMundo.com
    • Home
    • Sobre o BPM
      • Time do BPM
      • Autoras
      • Contato
      • Na Mídia
      • Blogs
    • Colabore
    • Custo de Vida
      • Quanto custa
      • Cheguei e agora?
      • Custo de Vida Pelo Mundo
    • Países
      • Alemanha
      • Austrália
      • Áustria
      • Canadá
      • EUA
      • Espanha
      • França
      • Inglaterra
      • Itália
      • Japão
      • Polônia
      • Portugal
      • Suécia
    • Mais
      • Dicas para viajar sozinha
      • Relacionamentos online
      • Turismo Pelo Mundo
      • Vistos
    • Intercâmbio
      • Intercâmbio pelo Mundo
    Facebook Instagram
    BrasileirasPeloMundo.com
    Home»Chile»O que é “clasismo”, “arribismo” e aspiracional no Chile?
    Chile

    O que é “clasismo”, “arribismo” e aspiracional no Chile?

    Isabela VargasBy Isabela VargasApril 6, 2021No Comments6 Mins Read
    Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Foto: El Mostrador (reprodução)
    Foto: El Mostrador (reprodução)
    Share
    Facebook Twitter LinkedIn Pinterest Email

    06O que é clasismo, arribismo e aspiracional no Chile?

    Se você é brasileira e mora no Chile, provavelmente, já ouviu falar de algum desses termos: clasismo, arribismo, aspiracional… Nunca? Pois hoje é seu dia de sorte. Vou explicar o que significam essas palavras, tentando responder a uma simples pergunta: será que o chileno é racista?

    Sim, existe racismo no Chile e ele está fortemente misturado com o clasismo. Para não ficar apenas no achismo, vamos aos fatos. Uma investigação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) constatou que quatro em cada dez chilenos sofreram discriminação nos últimos anos devido à classe social, ao lugar onde moram, às roupas ou ao trabalho.

    Isso acontece porque no Chile existem três perguntas básicas que definem quem você é:  onde você mora, onde estudou e qual o seu sobrenome? Se você mora no setor oriente da capital, em comunas (bairros) como Las Condes, Vitacura ou Lo Barnechea, você está no topo da pirâmide social. Se leva os seus filhos a determinadas escolas onde apenas interagem com os seus pares, bom pra você. Se tem um sobrenome estrangeiro, melhor ainda!

    Clasismo chileno

    Parece piada, mas é a pura verdade. Desde a década de 80, o Chile utiliza uma convenção internacional que divide as classes sociais em ABC1 (topo do sistema), C2 e C3 (classes médias), D (pobreza) e E (pobreza extrema). Obviamente, o clasismo procura garantir que não haja nenhum tipo de mudança nessa estrutura. Isto é: quem nasceu nas classes D e E, provavelmente, continuará aí, assim como os que estão no topo do sistema, vivem numa espécie de bolha onde apenas convivem com seus pares.

    Veja também: A beleza da mulher chilena

    E onde entra o racismo? Essa estratificação social é apenas uma herança do racismo que perdura há séculos no país, desde a chegada dos espanhóis que dizimaram quase totalmente os povos originários do Chile. Aliás, dizer que alguém se parece a um índio é uma grande ofensa aqui.

    Um dos episódios que retrata super bem o clasismo chileno aconteceu em 2019, antes da convulsão social que assolou o país de norte a sul. Foi durante o verão, quando três mulheres foram expulsas de uma praia pelo presidente de uma importante empresa de gás chilena. Apesar de estarem em uma área pública, às margens do Lago Ranco (no sul do Chile), as mulheres foram abordadas pelo empresário que exigiu que elas se retirassem do local. Uma delas gravou a abordagem e o vídeo viralizou nas redes sociais gerando grande comoção no país.

    Na opinião do astrônomo José Maza, popular divulgador científico e um atento observador da realidade chilena, o episódio foi um dos elementos que contribuíram para a convulsão social no Chile em outubro de 2019: “No Chile há quem considere que quem não tem dinheiro também não tem dignidade e o mal-estar adormecido há muitos anos é o que está causando esse surto social”, analisou o científico numa entrevista.

    Arribismo e aspiracional

    Como se isso não fosse suficiente, a classe média também contribui especialmente para alimentar o pensamento elitista chileno. E como isso acontece? Através do que é conhecido aqui como arribismo e aspiracional.

    Separei esses dois termos porque eles classificam dois tipos diferentes de integrantes da sociedade chilena, embora ambos sejam parte a classe média (C2 e C3). O arribista pode ser considerado aquela pessoa que conseguiu ascensão social, sem necessariamente ter nascido numa família tradicional da elite chilena, mas que faz questão de ignorar suas origens e, para isso, ostenta bastante sua riqueza.

    Veja também: Os melhores filmes para entender a sociedade chilena

    Conheci uma pessoa assim aqui, o gerente geral de uma empresa onde trabalhei. O pai dele era representante comercial no principal jornal do Chile e com esse emprego conseguiu pagar bons estudos ao filho. Apesar de não ter origens ou sobrenome pomposo, o filho conseguiu um importante cargo no ramo financeiro e fazia questão de esbanjar.

    Numa ocasião, ele trouxe uma professora particular de inglês para os seus filhos diretamente dos Estados Unidos para um rápido intensivo antes das férias. Certamente, não havia necessidade porque no Chile há excelentes professores de inglês, inclusive nativos.

    A necessidade de ostentar pode ser explicada pela difícil missão de furar o bloqueio da elite chilena que faz de tudo para que a pirâmide social não sofra interferências. É muito comum encontrar entre aqueles que ocupam cargos importantes no Chile (seja de esquerda, ou de direita) maridos, filhos, irmãos, primos ou cunhados, ligados a uma árvore genealógica que pode parecer impenetrável para o resto dos cidadãos.

    Chileno aspiracional

    Além do arribista, ainda existe o que se chama chileno aspiracional. São pessoas de classe média também, mas com menor poder aquisitivo, que conseguiram um emprego razoável, moram em bons bairros – apesar de não estarem em Vitacura, Las Condes ou Lo Barnechea. Não têm sobrenome pomposo, mas como conseguiram cumprir com alguns requisitos no rigoroso código social chileno, fazem questão de humilhar os demais.

    Essas pessoas se sentem melhor convivendo entre seus pares, de preferência, fechado numa bolha porque, como o próprio nome diz, aspiram subir alguns degraus na sociedade chilena, sempre fechada. O aspiracional é alguém que não tem identidade própria, pois está sempre se olhando no espelho da classe alta. A publicidade no Chile retrata a classe média tal como ela se vê: loira, com a pele branca e grande influência cultural dos Estados Unidos da América e não da Europa.

    Desigualdade social

    Talvez você esteja pensando que isso não tem importância, pois acontece em qualquer lugar no sistema capitalista. Mas é por conta dessas diferenças sociais que o Chile hoje vive uma grave desestabilização social. De fato, é um dos países com maior desigualdade do mundo, com 0,52 no índice de Gini (medida de desigualdade desenvolvida pelo estatístico italiano Corrado Gini).

    Vários outros números desnudam as diferenças sociais no Chile. Por exemplo, entre duas pessoas com a mesma formação profissional, uma pode ganhar até o duas vezes mais que a outra por conta da classe social de origem. E entre as pessoas que sofrem algum tipo de preconceito no país, em 43% dos casos, isso acontece por razões de classe: pela maneira como o indivíduo se veste, como se expressa ou por sua aparência física. Mesmo que você não concorde com esse panorama, provavelmente, os números mencionados vão fazer você repensar sua visão do Chile.

    Textos relacionados

    • Melhores momentos em nove anos de Chile
    • Reencontrando colegas de trabalho um ano e meio depois
    • Por que é importante usar a máscara no Chile?
    • Volta às aulas no Chile durante a pandemia: parte II
    • Volta às aulas no Chile durante a pandemia
    • Chile endurece restrições aos viajantes do Brasil
    Clique aqui para ler mais artigos da mesma autora
    convulsao social no Chile desigualdade social no chile divisao social no chile protestos no Chile protestos sociais no Chile sociedade chilena
    Share. Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Isabela Vargas
    • Website
    • Facebook
    • Twitter
    • LinkedIn

    Isabela é natural de Porto Alegre e formada em jornalismo pela PUCRS. Viveu nove anos em Brasília e foi nessa época que conheceu o grande amor da sua vida, um chileno. Depois de cinco anos de namoro a distancia, ele a chamou para o tudo ou nada! Desde 2012 mora em Santiago e no ano passado nasceu sua primeira filha. No Chile, trabalha como professora de português para estrangeiros, tradutora autônoma e jornalista freelance. Colaborou com a revista Zankyou Weddings e como community manager para grandes marcas como Concha y Toro Brasil e Chile Travel. Também escreve para seu blog pessoal, o Bela por aí, onde conta suas vivências no Chile e no mundo.

    Related Posts

    Melhores momentos em nove anos de Chile

    December 17, 2021

    Minhas viagens ao Brasil durante a pandemia

    December 15, 2021

    Reencontrando colegas de trabalho um ano e meio depois

    December 13, 2021

    Leave A Reply Cancel Reply

    This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

    • Facebook
    • Instagram
    Polônia

    Dia de Finados na Polônia

    By Ann MoellerOctober 28, 20240

    Dia de Finados na Polônia O Dia de Finados é comemorado oficialmente pela Igreja Católica…

    Novas gírias e expressōes faladas nos Estados Unidos

    March 1, 2023

    Terremoto na Turquia

    February 10, 2023

    Natal em tempos de guerra

    December 21, 2022
    Categorias populares

    Green Card e Residência permanente após o casamento

    April 26, 2015

    Como morar legalmente na Espanha

    August 7, 2015

    Como estudar no Ensino Superior em Portugal

    August 14, 2014

    Como é morar em Santiago no Chile

    June 28, 2014

    Validação do diploma brasileiro nos EUA

    May 20, 2016

    Cinco razões para não morar na Dinamarca

    April 19, 2015

    É brasileiro e reside no exterior? A Receita Federal ainda lembra de você!

    February 9, 2017

    Passo-a-passo para fazer mestrado ou doutorado com tudo pago nos EUA

    March 2, 2016
    BrasileirasPeloMundo.com
    Facebook Instagram
    • Sobre o BPM
    • Autoras
    • Na Mídia
    • Anuncie
    • Contato
    • Aviso Legal
    • Política de privacidade
    • Links
    © 2012-2025 BrasileirasPeloMundo.com

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.