Uma viagem pela Ásia.
Você pode viajar a Ásia inteira, ficar um pouquinho em cada país e definitivamente cada
lugar te trará uma experiência nova, única. Não que eu esperasse que todos os lugares
fossem ser parecidos, mas realmente não imaginei ver países tão próximos com culturas e
costumes tão diferentes.
De todos que conheci, até agora foram 6 países, cada um tem seu cheiro, seu barulho, seu
silêncio, seus costumes, sua educação, sua culinária, sua higiene, sua atmosfera única e
inesquecível. Certamente recomendo você conhecer o máximo que conseguir desse continente.
Eu comecei pelo Japão. Andei pelas ruas de Osaka, onde é possível visitar seu castelo,
depois pelas de Kyoto, onde há o famoso templo de ouro e pelas de Nara, essa junto com os cervos que passeiam livremente por ali. Também fui para Takamatsu e de lá peguei o ferry boat que me levou para Naoshima, uma ilha Japonesa que respira arte contemporânea em museus e obras a céu aberto. São esculturas, exposições, instalações, junto com uma natureza exuberante que te fascina e te envolve.
Por último, andei pelas ruas de Tokyo e fiz questão de passar mais de uma vez pelo famoso cruzamento de Shibuya, onde multidões atravessam ruas, sempre respeitando rigorosamente os semáforos e com um cuidado natural, onde ninguém nunca te encosta.
É difícil encontrar palavras que descrevam o que é andar por aquelas ruas lotadas e ainda
assim silenciosas, visitar templos tão antigos e tão bem conservados, ver e rever tantas lojas e seus produtos diversos, entrar em cada restaurante e não encontrar nenhuma semelhança com os orientais do Brasil, se apaixonar por todos eles, mesmo com dificuldade de se adaptar ao paladar local e ainda fazer tudo de bicicleta, podendo deixá-la parada em qualquer rua, que ela certamente estará lá do mesmo jeito quando você voltar.
Ir em seguida para a China foi como cruzar uma fronteira do outro lado do mundo, mas após poucas horas de vôo, o barulho estava instalado e o cheiro das carnes de diversos animais secando ao sol pelas ruas para a próxima refeição era de alucinar.
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A poluição do ar em Xangai foi assustadora e deixava qualquer dia nublado, mais cinza e carregado. Seus prédios enormes e modernos contrastam com as barraquinhas e modéstia dos que ainda mantêm tradições locais, mas a atmosfera de Yangshuo com suas montanhas gigantes e também os campos de arroz de Guilin, transformaram a China do caos para a paz, da exuberância para a simplicidade e do ar denso para a leveza, a mais agradável das surpresas.
Visitar um campo de arroz de 700 anos na China e andar livremente por ele, foi das coisas mais lindas que já presenciei. Observar o trabalho dos Chineses fazendo um processo cauteloso para arrumar as estruturas de terra é de uma beleza que emociona. Foi um momento de meditação e admiração.
E então o Vietnã veio para mostrar uma bagunça acolhedora, onde o trânsito é organizado
em seu próprio caos. Há muita história, inclusive um museu lindo dedicado às mulheres do
país, suas conquistas, tradições e tanta luta. Também tem cerveja muito barata e uma
infinidade de bares com mini banquinhos, daqueles que você senta ficando bem próximo ao
chão, mas tem que levantar correndo toda vez que a fiscalização passa, pois é proibido ter
assentos nas calçadas e em cinco minutos estamos de volta no mesmo lugar e a cena se
repetia mais algumas vezes, naturalmente, sem problemas. E tem também café delicioso,
mar de tirar o fôlego e diversas belezas naturais, uma delas é Halong Bay, patrimônio da
Unesco, não a toa.
Em seguida conheci a Tailândia e seus imponentes templos de Bangkok, a maravilhosa Tai
massagem, os mercados de rua, o encantador mercado flutuante Taling Chan e as noites
agitadas que infelizmente possuem um turismo sexual forte.
A prostituição é ilegal na Tailândia, mas ela está escancarada pelas ruas e bares, todos os dias. A poucas horas da capital você começa a entender o que de fato é uma praia bonita, com mar cristalino e areias claras e também o quanto nós, turistas, somos capazes de transformar um lugar e infestá-lo.
A região de Phi Phi, uma das ilhas mais famosa e mais visitada de lá, concentra não apenas umas das praias mais bonitas que podem ser vistas, como uma quantidade enorme de turista em busca de badalação. Mesmo fora de temporada a ilha fica lotada, rolam muitas festas todos os dias, a maioria delas em bares que ficam na beira da praia e que consequentemente poluem as areias com canudos e garrafas.
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E nem por isso os passeios no dia seguinte estarão vazios, toda praia vai ter muita gente o tempo todo. Em busca de praias mais tranquilas e longe do agito, Koh Lanta foi a próxima parada perfeita para dias de sol e sossego.
Depois de tanta praia paradisíaca, veio a Malásia e tudo se transformou novamente. O calor lá foi um pouco sufocador, mas em Kuala Lumpur você pode se refrescar em uma piscina pública ou garantir alguns tombos em uma pista de patinação no gelo.
E por fim (ou por enquanto) cheguei em Bali, na Indonésia, lugar que vem pra acolher e te
receber com suas oferendas, templos e apresentações de danças típicas, daquelas que te
hipnotizam e te surpreendem com seus instrumentos musicais, suas roupas e ornamentos
coloridos, com suas coreografias tão excêntricas, onde chegam a dançar até com os olhos.
E ainda tem aulas de yoga, praia, muitas ondas e seus surfistas, desde os mais experientes
até os que se arriscam a começar aprender aqui mesmo. De praias poluídas a paradisíacas.
A Ásia tem muito pra nos ensinar e gosta de nos receber, a simpatia desse povo vai te
cativar, seja qual for o seu roteiro!