5 aprendizados sobre mochilar sozinha
Viajar sozinha é libertador. Tomar decisões por conta própria nos ensina muito. A escolha de simplesmente ir, já mostra o quanto estamos abertas para um mundo completamente novo.
Nesses mais de 20 países que percorri, alguns aprendizados me marcaram e sinceramente, corremos riscos o tempo todo, até mesmo parados dentro de casa. Logo, arriscar com cautela me dá a sensação de estar viva e de que realmente estou aproveitando a vida.
É impressionante a resiliência que descobrimos diante dos perrengues que surgem na estrada. Listei 5 lições que aprendi viajando:
Informação é fundamental
Um dos maiores empecilhos para mulheres é o medo. Se analisarmos bem esse medo, uma das origens é a falta de confiança. A tática que funcionou muito para mim, foi me munir com o máximo de informações possíveis sobre o destino, transportes públicos e deslocamento, pesquisar bem as avaliações da acomodação e organizar roteiros e locais de interesse. Isso traz autoconfiança para enfrentar qualquer situação adversa.
Como viajo sempre economizando muito, dicas simples de como sair do aeroporto me deixam tranquila em saber como me deslocar e qual é a opção mais barata. Até porque chegar em um novo país já nos tira da zona de conforto e com o tempo vamos aprendendo mais macetes.
Nem tudo sai como planejado
Por mais que você se prepare e tenha todos os documentos em mãos e diversos planos prontinhos para colocar em prática durante a viagem…Imprevistos podem acontecer. Depois de algumas frustrações pelas coisas terem sido completamente diferentes, aceitar essa possibilidade é ser flexível com você mesma. Na Polônia passei um dos dias no hostel a tarde toda, gastando o tempo com conversas profundas entre pessoas superinteligentes e reconheço que valeu a pena essa experiência. Na Bélgica a neve excessiva atrapalhou os lugares que queria conhecer, no entanto, só de ver neve pela primeira vez já foi suficientemente emocionante.
O mundo não é como você imagina
É um aprendizado difícil de traduzir em palavras, mas um dos exemplos foi Paris. Sempre foi o meu sonho desde criança, juntei dinheiro por anos e quando finalmente conheci, não posso dizer que foi decepcionante pois a cidade é linda, no entanto, bem diferente do que esperava. A sujeira me espantou um pouco e talvez a expectativa era tanta que prejudicou essa visão. Já quando fui aprovada para Budapeste, tinha uma ideia bem errada sobre o Leste Europeu e resolvi apenas arriscar e vir, acabei não pesquisando tanto pois era uma oportunidade sensacional para início de carreira no exterior. Resultado? Me surpreendi positivamente demais. Hoje amo a cidade e ainda que eu lesse todos os blogs sobre, nada como conferir pessoalmente. Não deixe que ninguém influencie diretamente no seu roteiro, pois um país como a Bulgária que não indicaria tanto, tenho amigos que amaram. Viajar baseado em recomendações e experiências é válido, só não se deve ir contra a nossa opinião e sexto sentido.
Leia: Primeiros passos para morar na Hungria
Confiar em estranhos
É claro que sendo brasileira e mulher, devemos desconfiar sempre de tudo que pareça suspeito. A questão é que durante a viagem muitas vezes nos vemos em situações que precisamos de ajuda e um anônimo pode salvar a nossa pele (ainda que o perigo exista).
Na Croácia usei o BlablaCar, ninguém mais reservou a viagem e fomos apenas eu e o motorista. Tomei os cuidados básicos de checar avaliações, informar meus amigos… E resolvi arriscar. Além do homem ser gente boa, estava indo visitar a namorada e quando paramos em um posto de gasolina para abastecer, o frentista o reconheceu e descobri que estava pegando carona com um dos atletas mais importantes da Hungria nos anos 2000. Talvez não teria essa e muitas outras histórias para contar se não tivesse dado uma chance para o desconhecido. Em Israel fiquei em Couchsurfing e foi excelente um contato mais próximo com locais, entender a cultura e religião vindo de um nativo que estava disposto a ensinar e aprender.
Carregar apenas o necessário
Com as companhias de baixo custo na Europa você só pode embarcar com uma bagagem de mão gratuita nas medidas de 55x40x20, caso a mala exceda o tamanho permitido ou precise despachar, tem chances de sair mais caro que a própria passagem.
Comprei o meu mochilão na Decathlon por 30 euros e o desafio de carregar nas costas o peso da bagagem tem muito a nos ensinar. Primeiramente, tento levar realmente o que vou usar e evitar supérfluos. Adotei como mantra de vida esse trecho de uma música do filme do Mogli: “Necessário, somente o necessário”. O minimalismo está cada vez mais presente nas minhas decisões e maneira de viver, morar fora é ter que carregar todos os seus pertences em 1 mala de até 23kg. O começo pode ser bem complexo para quem não está acostumado com o desapego, entretanto, garanto que os benefícios são imensuráveis.
2 Comments
Mayra, concordo plenamente com as suas dicas!
Desde 2014, estou sempre viajando sozinha, pelo Brasil e pelo exterior, e adoro! Acho que esta é a melhor maneira de conhecer novas pessoas e viver experiências incríveis.
Toda mulher deveria fazer uma viagem sozinha pelo menos uma vez na vida, a sensação de missão cumprida no final é inesquecível!
Que bom que gostou do texto! Tem previsão de passar por aqui? Concordo plenamente com você, é uma experiência única.
Muito obrigada pelo carinho
May