Situado no Oriente Médio, Omã é um país ainda desconhecido por grande parte dos brasileiros. Depois de morar na capital, Mascate, por aproximadamente seis anos, fiz uma lista com os principais motivos que tornam Omã um país atraente para expatriados que pensam em se mudar.
Passeios incríveis
Para quem gosta de viajar, Omã oferece uma grande variedade de lugares super interessantes e paisagens únicas. Tendo uma localização privilegiada – o lado leste voltado o mar, seu interior cortado por montanhas rochosas, e seu lado oeste ocupado pelo deserto, existem passeios para todos os gostos, de fazer mergulho em praias de águas cristalinas a passear de camelo pelas dunas do deserto.
Comprar ou alugar um 4×4 é um bom investimento para quem quer explorar mais o país, já que suas estradas são ótimas e o acesso aos vários wadis (oásis), vilas nas montanhas, acampamentos no deserto e praias mais reclusas só é possível dessa forma. Não deixe de conhecer Jebel Akhdar (nome árabe que significa Montanha Verde), Wahiba Sands, Wadi Shab, Turtle Beach, Sink Hole (um poço rochoso de água turquesa e doce no meio do deserto), Musandam (complexo de fiordes no norte de Omã) e Salalah (no sul, onde se produz o famoso incenso omani). Os hotéis e Resorts espalhados por Muscat e o resto de Omã também são atrações imperdíveis. Muitos oferecem pacotes de um dia só, ou para o fim de semana, ou então opções de refeição e uso da área de lazer. Indico o Shangri-La Resort, The Chedi Muscat, Thousand Nights Camp em Wahiba Sands e o Oman Dive Center.
Segurança
Nós, brasileiros, estamos acostumados a sempre tomar várias precauções no dia-a-dia para nos sentir mais seguros e protegidos. Em Omã, esse tipo de rotina e de preocupações são praticamente inexistentes. Como o país e seus costumes são fundados sobre a lei islâmica, crimes, como o roubo, não são apenas pecados gravíssimos, mas também punidos severamente (a pena de morte pode ser aplicada em alguns casos).
Portanto, a segurança é tão grande que confesso que fiquei “mal acostumada”, já que em Omã é normal sair na rua usando coisas de valor (as mulheres de lá não dispensam uma joia na hora de sair), deixar as minhas coisas na areia para dar um mergulho ou deixar minhas sacolas na mesa da praça de alimentação do shopping, enquanto comprava algo, e voltar com tudo intacto. Quase inacreditável, não é mesmo?
Estilo de vida
O ritmo de vida em Omã é bem mais desacelerado se comparado ao do Brasil. Mesmo vivendo em Muscat, na capital, a atmosfera ainda era bastante calma, o que pode ser algo raro em algumas capitais brasileiras. As paisagens de Muscat e seus atrativos dão uma impressão de que você está constantemente de férias. Reparei que em Omã o nosso dia parece ter mais horas. Talvez seja por causa do clima, sempre mais quente e ensolarado. Também porque a maioria dos comércios fecham na hora do almoço até o final do dia, portanto Muscat volta à vida durante a noite.
Muitas vezes, às 10 ou 11 h da noite havia famílias na rua ou no shopping fazendo compras. Restaurantes e cafés também ficam abertos até mais tarde (às vezes passando da meia noite), mesmo em dias de semana. O horário de trabalho dos omanis também é bem diferente do Brasil: um dia de trabalho dura até 2-3 h da tarde. Com esse estilo de vida mais noturno, muitas pessoas saem para jantar, fazer esportes, caminhar pela praia, fazer compras ou algo voltado ao lazer depois da escola ou trabalho. Gostava bastante disso, já que no Brasil podemos perder muito tempo no trânsito ou estamos sempre na correria, e na Europa (pelo menos aqui na Holanda), muitas coisas fecham cedo (5 ou 6 h da tarde durante a semana) e, durante os meses frios e chuvosos, bate um desânimo de sair de casa.
Culinária local e internacional
Para quem curte experimentar pratos novos ou um tanto exóticos, existe uma variedade muito grande de restaurantes de culinárias do mundo todo em Omã. Até mesmo no supermercado, lembro de quando tínhamos acabado de nos mudar, fiquei maravilhada com a quantidade de produtos importados que não existiam no Brasil na época. Devido ao número imenso de expatriados e das muitas influências internacionais, praticamente existe um restaurante ou mercadinho em cada esquina de Muscat. Existem muitas franquias internacionais também, como Starbucks, Costa Coffee, KFC, Dunkin’ Donuts, etc.
Em Omã, tive a oportunidade de conhecer culinárias diferentes, como a indiana, tailandesa, filipina, turca, paquistanesa e claro, árabe: a shawarma (carne de kebab enrolada no pão árabe com molho de alho e outros recheios) de Omã é a melhor que já comi! Para quem tem saudade de uma culinária mais neutra e com menos temperos, existem também muitos restaurantes no estilo europeu e alguns hotéis tem noites temáticas, por exemplo a noite japonesa com rodízio de sushi e a noite do churrasco com a carne no estilo do Brasil (sem porco, devido à religião).
Para uma experiência mais tradicional, existem muitos restaurantes típicos omanis. O menu em todos é bem parecido: arroz com especiarias, carne de cordeiro, frango ou boi e pães no estilo árabe. Se o restaurante for dos mais tradicionais, existe uma área separada para a família (se o grupo for só de mulheres, elas também serão direcionadas a essa seção) e outra só para homens. Nesses restaurantes, a comida é servida em um prato enorme no centro, onde todos a compartilham. Talheres são opcionais, já que o estilo omani é comer com as mãos.
Hospitalidade local
Já ouvi relatos diferentes de pessoas que mudaram de país e estranharam muito a cultura, ou que acharam difícil enturmar com as pessoas locais. Em Omã, existe sim, uma divisão entre expatriados e omanis, mas isso é mais relacionado à religião e aos costumes, ou estilo de vida. Os omanis são muito amigáveis e hospitaleiros, fazendo questão de que a impressão dos estrangeiros sobre Omã seja boa e que se sintam bem vindos em seu país.
Uma outra vantagem que valorizo bastante é que a grande maioria dos omanis falam inglês, o que na minha opinião facilita muito a adaptação dos expatriados que se mudam para Omã. A educação das pessoas na rua, em lojas e na área de serviços, em geral, é muito superior a do Brasil. As pessoas estão bem dispostas a ajudar e são mais abertas do que pensamos. Faz parte da cultura omani presentear e oferecer um café e doces para as visitas (muitos donos de comércio também fazem isso, especialmente no souq) – se recusar, é quase visto como uma ofensa. Os omanis também amam o Brasil, especialmente o nosso futebol. Ficam super curiosos para saber mais sobre o nosso país e nossa cultura, portanto ser brasileiro em Omã é quase uma vantagem na hora de fazer amizades locais.