Facebook Twitter Instagram
    BrasileirasPeloMundo.com
    • Home
    • Sobre o BPM
      • Time do BPM
      • Autoras
      • Contato
      • Na Mídia
      • Blogs
    • Colabore
    • Custo de Vida
      • Quanto custa
      • Cheguei e agora?
      • Custo de Vida Pelo Mundo
    • Países
      • Alemanha
      • Austrália
      • Áustria
      • Canadá
      • EUA
      • Espanha
      • França
      • Inglaterra
      • Itália
      • Japão
      • Polônia
      • Portugal
      • Suécia
    • Mais
      • Dicas para viajar sozinha
      • Relacionamentos online
      • Turismo Pelo Mundo
      • Vistos
    • Intercâmbio
      • Intercâmbio pelo Mundo
    Facebook Instagram
    BrasileirasPeloMundo.com
    Home»Curiosidades Pelo Mundo»Diário de uma sobrevivente do tufão mais forte da Terra
    Curiosidades Pelo Mundo

    Diário de uma sobrevivente do tufão mais forte da Terra

    Cristina AndoBy Cristina AndoDecember 7, 2019Updated:December 9, 2019No Comments6 Mins Read
    Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Fonte: Pixabay
    Share
    Facebook Twitter LinkedIn Pinterest Email

    Diário de uma sobrevivente do tufão mais forte da Terra.

    No Japão é muito comum a ocorrência de desastres naturais, tais como terremoto, maremoto, tufão, erupção de vulcão e enxurradas. Por isso, as prefeituras estão preparadas para orientar a população de como proceder em casos de emergência. Atualmente, com o avanço da tecnologia, é possível acompanhar a rota do tufão, verificar o epicentro do terremoto e receber alertas de emergência, em tempo real, pelo celular. 

    Que terremoto, que nada

    Eu fiquei espantada quando uma amiga japonesa me disse que tinha mais medo de trovão do que de terremoto. Entretanto, depois de quase 5 anos de idas e vindas para o Japão, eu comecei achar o terremoto um fenômeno normal e às vezes até estranho quando fico dias sem sentir um abalo. Graças a Deus, eu não presenciei o grande terremoto seguido de tsunami que atingiu o Japão, em 2011. Por isso, o maior susto que eu havia levado, até então, foi um dia em que eu tive que correr para chegar em casa ao escutar o barulho incessante e assustador de um tufão atrás de mim, derrubando as coisas pelo caminho.

    Leia também: Como é morar em um país com terremotos frequentes?

    Temporada de tufões

    Diferente de um terremoto que pode ocorrer a qualquer momento, a temporada de tufões no Japão ocorre de forma mais frequente entre os meses de agosto e outubro. Além do vento, traz muita chuva, o que provoca, como consequência, inundações e deslizamentos de terra. Logo que um tufão se aproxima, os noticiários trazem informações constantes sobre as possíveis rotas, intensidade do fenômeno e lançam alertas para que a população tome as providências necessárias.

    Leia também: Como o Japão se protege dos perigos de um novo tsunami

    Kit de emergência

    Para essas situações é necessário providenciar um kit de emergência (mochila com documentos, alimentos e pertences básicos), armazenar água (uma vez que pode ocorrer corte no abastecimento), proteger os vidros das janelas (recomenda-se colar fitas), arrumar os objetos que possam voar, fazer estoque de produtos (em caso de abalos maiores, é possível que certos produtos não sejam repostos prontamente por conta da logística necessária) – lembro que certa vez um terremoto na região norte do país abalou vários dias a entrega de leite e pão em minha cidade, distante aproximadamente 1.000 km do local.

    Alerta máximo: dia 7 de outubro

    Eu estava bem tranquila no meu canto, quando me deparei com a seguinte notícia no início da semana: prepare-se para a tempestade mais forte da terra. Não, eu não estava lendo errado. O olho do supertufão Hagibis iria passar na minha cidade. E pior, o tufão era maior do que o país, então parecia que não havia local seguro para se proteger. Logo imaginei aquelas cenas clássicas: carros, casas e bois voando no meio do caos. Eu nunca havia visto nem ouvido nada parecido ocorrer no país.

    E assim, torcendo para que o Hagibis desviasse da rota, tentei levar a semana numa boa. Mas, no meio da semana, as pessoas começaram a correr para as compras. E todos diziam: compre água, alimentos não perecíveis e lanternas/velas. Era preciso se preparar para uma possível queda de energia, falta de mantimentos, ausência de internet, água e gás. Na passagem do último tornado, algumas cidades ficaram dias sem luz, água e gás. 

    Nem preciso dizer que quando eu fui ao supermercado, na véspera da passagem do tufão, alguns itens, tais como leite, pão, água e carne já não eram mais encontrados nas prateleiras. Eu comprei o que encontrei. O clima estava começando a ficar tenso: chuva, prateleiras vazias, trânsito intenso, voos suspensos, aviso de interrupção do serviço de trens, cancelamento dos jogos da Copa do Mundo de Rugby, alteração do cronograma do GP de Fórmula 1, só para citar alguns.

    O dia D: 12 de outubro

    No dia D, que era o dia 12 de outubro (sábado), seguindo orientações, fiquei em casa o dia inteiro me preparando para o pior e acompanhando as informações em tempo real e monitorando a rota do tufão pela internet. Moro na província de Saitama, 30 km de Tóquio,  das 63 cidades que compõem a região, 95% estavam com alerta de chuva intensa e informações sobre evacuação. Choveu o dia inteiro, tanto que logo pela manhã já recebi um alerta de enxurrada pelo celular. A cidade de Ichihara, em Chiba, distante menos de 100 km de onde estava, já apresentava um cenário dantesco com carros submersos e casas totalmente destruídas pelo vento. Várias rios transbordaram e inundaram cidades. 

    Acompanhando as imagens, o Hagibis iria atingir a minha região por volta das 23h. As imagens e informações que via eram terríveis. Para piorar, ainda senti um terremoto que teve magnitude 5,7 na escala Richter, com epicentro na costa sudeste de Chiba. Por volta das 22h30 as rajadas de ventos começaram a aumentar. Contudo, devido ao cansaço e o stress do dia, eu simplesmente desliguei o celular e dormi.

    O dia seguinte

    Só acordei no dia seguinte com o canto dos pássaros e o barulho dos helicópteros sobrevoando a região. O dia amanheceu lindo e radiante. A primeira coisa que eu pensei foi: eu sobrevivi! No entanto, fiquei sabendo que a madrugada foi sinistra. Em muitos locais foram emitidos muitos alertas e sirenes de emergência, inclusive próximo do meu bairro. Muitas pessoas passaram a noite em claro ou foram orientadas para procurar um refúgio ou lugar seguro em decorrência do nível da água do rio estar aumentando. 

    Em nossa região não houve maiores danos. No dia seguinte estava tudo normal. Nem sinal da tensão do dia anterior. No entanto, o Hagibis foi considerado o pior tufão nos últimos 60 anos: 10 mil casas foram danificadas, 200 mil pessoas passaram a noite em abrigos, 425 mil residências ficaram sem luz e água, 88 pessoas morreram e 19 rios transbordaram inundando estradas e áreas residenciais.

    Lição de solidariedade

    Mas, o mais surpreendente foi assistir a imensa onda de solidariedade que surgiu nesse cenário: a ação intensa de voluntários. Pessoas oferecendo ajuda, empresas de telefonia anunciando reduções e prorrogação dos prazos de pagamento, empresas de roupas fornecendo kit de roupas gratuitos às vítimas, shoppings realizando campanhas de arrecadação de roupas e dinheiro. Mais de 90 mil pessoas contribuíram com a campanha aberta pela Yahoo! e a empresa pode encaminhar mais de 700 mil dólares para os locais mais atingidos, 3 dias depois do acidente.

    O governo do Japão anunciou que os moradores das regiões atingidas receberiam tratamento preferencial para fins administrativos: poderiam atualizar seus documentos após as datas de validade, sendo que inclusive os residentes estrangeiros teriam tolerância no prazo de renovação do visto.

    Importante ressaltar que o tufão Hagibis acumulou energia porque a temperatura dos mares estava mais alta que o normal. Por conta do aquecimento global, o risco de desastres causados ​​por chuvas torrenciais está aumentando ano a ano e cada vez mais novos desafios surgem. Mas não pense que acaba aqui, duas semanas depois, mais um grande tufão se aproximava, só que dessa vez, por solidariedade, ele desviou a rota e tomou outro rumo.

    Textos relacionados

    • 7 segredos sobre a dieta japonesa
    • O legado das Olimpíadas de Tóquio
    • 10 curiosidades sobre as Olimpíadas de Tóquio
    • Conheça 7 bebidas para apreciar no Japão
    • Hanami – a arte de contemplação de flores no Japão
    • Restaurantes no Japão: dez dicas e curiosidades
    Clique aqui para ler mais artigos da mesma autora
    japao tufão
    Share. Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Cristina Ando
    • Website

    Paranaense, neta de japoneses, formada em Comunicação Social e Pós graduada em Marketing e Gestão de Projetos. Adora escrever, fotografar e viajar. Já morou em São Paulo, Londres e atualmente está no Japão.

    Related Posts

    Novas gírias e expressōes faladas nos Estados Unidos

    March 1, 2023

    10 fatos mais chocantes ao mudar para Turquia

    October 25, 2022

    7 segredos sobre a dieta japonesa

    September 24, 2021

    Leave A Reply Cancel Reply

    This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

    • Facebook
    • Instagram
    Polônia

    Dia de Finados na Polônia

    By Ann MoellerOctober 28, 20240

    Dia de Finados na Polônia O Dia de Finados é comemorado oficialmente pela Igreja Católica…

    Novas gírias e expressōes faladas nos Estados Unidos

    March 1, 2023

    Terremoto na Turquia

    February 10, 2023

    Natal em tempos de guerra

    December 21, 2022
    Categorias populares

    Green Card e Residência permanente após o casamento

    April 26, 2015

    Como morar legalmente na Espanha

    August 7, 2015

    Como estudar no Ensino Superior em Portugal

    August 14, 2014

    Como é morar em Santiago no Chile

    June 28, 2014

    Validação do diploma brasileiro nos EUA

    May 20, 2016

    Cinco razões para não morar na Dinamarca

    April 19, 2015

    Passo-a-passo para fazer mestrado ou doutorado com tudo pago nos EUA

    March 2, 2016

    É brasileiro e reside no exterior? A Receita Federal ainda lembra de você!

    February 9, 2017
    BrasileirasPeloMundo.com
    Facebook Instagram
    • Sobre o BPM
    • Autoras
    • Na Mídia
    • Anuncie
    • Contato
    • Aviso Legal
    • Política de privacidade
    • Links
    © 2012-2025 BrasileirasPeloMundo.com

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.