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    Home»Culinária Pelo Mundo»Do carrinho de cachorro quente a um dos melhores restaurantes do mundo
    Culinária Pelo Mundo

    Do carrinho de cachorro quente a um dos melhores restaurantes do mundo

    Camila Vicenci WittBy Camila Vicenci WittJune 23, 2016Updated:October 20, 20177 Comments7 Mins Read
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    Escrever para vocês é sempre um prazer para mim. É um processo que pode se iniciar de diversas maneiras: às vezes, o tema é sugerido por outras colunistas do BPM, com base em perguntas que elas receberam; em outros casos, é fruto do diálogo com a Cris, que foi (e é) a primeira colunista do BPM para a Dinamarca, com quem troco ideias e perspectivas sobre o que seria interessante retratar e que também já escreveu sobre a comida daqui. Contudo, na grande maioria das vezes, a inspiração vem ao acaso, desponta em uma conversa de bar, em uma tarde com os amigos e amigas, em uma ida ao cinema com o marido ou surge junto com uma lembrança das experiências que vivi por estas bandas nórdicas. Pois bem, o post deste mês começou a aflorar com a primavera do hemisfério norte, e com as lembranças de alguns dos melhores momentos que vivi.  Pausa dramática: sim, eu TAMBÉM vou falar de romance, mas o assunto desse mês é comida, mesmo!

    Quem acompanha as minhas postagens já descobriu coisas inusitadas a meu respeito, como meu estilo pessoal, seja para roupas ou para decoração, que é uma mistura de Carmen Miranda e  palhaço de circo daltônico. Agora, caros e caras, apresento-lhes minha outra face: a glutonaria. Eu sou aquela que dá prejuízo em churrascaria rodízio. Aquela que ganha competição de quem come mais fatias de pizza. Aquela que sempre tem espaço para a sobremesa. Aquela cujo garfo avança, ameaçadoramente, nos pratos alheios, dizendo que “é só uma provinha”.  Aquela que, depois do jantar de casamento, que incluiu canapés, dois substanciais pratos de entrada, um significativo prato principal, um apoteótico bolo de casamento e, além disso, docinhos, teve o descaramento de arrastar o recém-marido em uma peregrinação atrás de um McDonalds na saída da festa.  Ademais, sou uma glutona sem fronteiras, e aprecio desde quindim e coxinha de padaria até magret de canard em cocção sous vide, acompanhado de redução de balsâmico aromatizada com laranjas azedas e arrematado por purê de mandioquinha pré-mastigada por índias virgens dos afluentes da margem esquerda do Amazonas. Em toda viagem, volto com a mala cheia de temperos, condimentos e produtos típicos. Sou uma colecionadora de memórias do paladar, além de uma cozinheira compulsiva, e a vida na Dinamarca me possibilitou ampliar esses gordos horizontes gustativos.

    Bem, a tradicional cozinha dinamarquesa é tão excitante e vivaz quanto um bagre paralítico; e o prato nacional, stegt flæsk med persillesovs, evidencia essa tragédia culinária: carne de porco, insossa e frita, acompanhada de batatinhas, insossas, cozidas e molho de salsinha insosso. Porco e batata, aliás, são apresentados em infindáveis variações igualmente sem gosto e sem graça. Patês de fígado de porco que parecem comida para gato (leverpostej) complementam a cuisine local, além de almôndegas de porco fritas (frikadeller) e o famigerado rugbrød, um pão preto com gosto de algo mofado, velho e intragável. Esse pão, aliás, é a base para outro prato típico dinamarquês, o smørrebrød, um sanduíche aberto que junta um pão ruim com recheios de gosto duvidoso, incluindo enguia defumada, arenque marinado e remoulade, uma versão de molho tártaro capaz até de tirar o meu voraz apetite.

    Mas nem só de desastres gastronômicos vive a Dinamarca. Devo reconhecer que os cachorros quentes daqui são excelentes e sua popularidade é tanta que centenas dos chamados “carrinhos de salsicha” (pølsevogn) povoam as cidades, em geral estrategicamente localizados perto de bares, porque a gula é a melhor amiga da ressaca. É impossível não mencionar, também, a jordbærtærte, deliciosa e suculenta torta de morangos que me faz perder qualquer resquício de civilidade. 

    Apesar destes – poucos – salvadores do paladar, a verdade é que o panorama geral da cozinha dinamarquesa continuava desesperador, até que em 2003 um restaurante chamado Noma, junção de nordisk, nórdico e mad, comida, abriu suas portas e revolucionou o cenário gastronômico local e mundial, trazendo pratos tão inovadores que lhe renderam o título de melhor restaurante do mundo por diversos anos consecutivos. O Noma tem raízes na tradição nórdica, mas reinterpreta e reinventa seus ingredientes e conceitos, criando pratos que desafiam e deliciam.

    Com tanta fama e renome, conseguir uma reserva no Noma é praticamente impossível, pois os telefones abrem por poucos dias ao ano e os sortudos que conseguem completar a chamada recebem um número que indica a ordem de preferência para escolher a data da reserva. Com apenas 45 lugares, o restaurante realiza um serviço ao meio-dia e outro à noite, o que reduz ainda mais as chances de conseguir um lugar a esse sol gastronômico. Sabendo que era mais fácil eu ser convidada para jantar com a rainha da Dinamarca que conseguir uma reserva no Noma, cujo preço é salgado como o mar dinamarquês, esse era um dos sonhos que escolhi engavetar. Foi aí que o amor entrou em jogo.

    Eu me casei em abril do ano passado e um queridíssimo casal de amigos se rebelou contra nossa pragmática lista de presentes e resolveu nos surpreender com um presente inesquecível: um jantar no Noma! Esses dois passaram muito tempo tentando ligar – de outro país – para fazer a reserva, esperaram ao telefone e ficaram na lista de preferência, tudo para nos proporcionar momentos que encheram meu pequeno e gordinho ser de felicidade! E lá fomos, eu e meu marido, no dia 23 de julho de 2015, jantar num dos melhores restaurantes do mundo.

    A qualidade que garantiu ao Noma tamanho sucesso começou muito antes do nosso jantar, pois duas semanas antes da data fomos contatados por uma assistente para confirmar a reserva e verificar possíveis alergias ou intolerâncias. Meus queridos leitores, quando se tem intolerância a peixes e frutos do mar e seu marido é alérgico a 80% de todas as frutas, nozes e vegetais crus do mundo, ir ao Burger King já é um desafio – imagine ir ao Noma! Pois bem, eles verificaram cada uma das nossas restrições e montaram menus degustação personalizados para cada um.

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    Fonte: Arquivo Pessoal

    Chegando ao restaurante você é saudado por toda a equipe e, então, conduzido à sua mesa. Para minha surpresa, poucos minutos depois fomos apresentados a uma brasileira que lá trabalhava, e percebi que muitos dos atendentes falavam a língua dos clientes, como espanhol, francês ou japonês. A nossa brasileira era responsável pela cozinha mas, mesmo assim, passou para nos cumprimentar e seguimos sendo atendidos por outras pessoas, todas extremamente atenciosas sem ser constrangedoras.

    E eis que os pratos começaram a surgir, devidamente harmonizados com diferentes bebidas: morangos marinados em aquavit, a aguardente local; torta salgada de flores, abóbora, rosas e frutos da faia e uma inesperada pasta de formigas em formato de folha foram apenas alguns dos deslumbrantes e surpreendentes pratos que provamos.

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    Fonte : Arquivo Pessoal

    Após o jantar, nossa brasileira voltou para nos proporcionar um tour pelo complexo do restaurante, que inclui sofisticados laboratórios e cozinhas para a criação de novos pratos. Depois ainda fomos conduzidos para um lounge e lá fomos regados a mais licores, chá e café. Devidamente empanturrados, íamos deixando o restaurante e minha verve glutona elogiou incessantemente o pão do local, o qual eu poderia comer só com manteiga pelo resto da minha vida. E eis que recebemos um pacote com pão recém assado, lindamente embrulhado, para aproveitarmos no café da manhã. Creio que a magia do Noma está em nos encher a barriga e a mente e, assim, nos deixar flutuando de contentamento.

    Hoje o Noma é considerado o terceiro melhor restaurante do mundo e seu pioneirismo inspirou a renovação da cozinha nórdica, fenômeno que fez despontar outros renomados restaurantes por aqui, como Geranium, Relæ e Era Ora. Pra mim o Noma é uma experiência sensorial digna de contos de fadas, e disso a Dinamarca entende muito bem! Só não desejo ser princesa, pois aqueles vestidos me apertam na cintura, especialmente depois de jantar – seja no Noma ou no carrinho de cachorro quente da esquina.

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    Camila Vicenci Witt
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    Camila Vicenci Witt é gaúcha, doutora em Direito Internacional e casada com um dinamarquês. Mudou-se para Copenhague em 2014, onde trabalha no Danske Bank na área de risco, combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento de terrorismo.

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    7 Comments

    1. Fatima Vieira on June 24, 2016 8:23 pm

      Oi Camila, gostei muito da sua materia, especialmente sobre o restaurante Noma, que eu nao conhecia. Moro por aqui ha 17 anos. Ja morei no campo e hoje moro em Odense. Apredi a gostar do porco com batatas e o molho de salsinha…e acho o pao preto muito nutritivo, porem confesso que o pao italiano me faria mudar de ideia….Lembro que eu reclamava com minha mae o porque do arroz com feijao todos os dias….pois é….troquei pelas batatas, especialmente agora que tem as primeiras batatas, fresquinhas, cozidas com a casca regadas a sal e manteiga…..simples e deliciosas!!!!! Abraco, Fatima

      Reply
      • Camila Vicenci Witt on June 28, 2016 5:33 pm

        Oi Fátima, tudo bem? Também tenho muita saudades do arroz com feijão, mas vou tentar essa receita de batatas com sal e manteiga 🙂 Abraços

        Reply
    2. PriscilaC on July 8, 2016 1:42 am

      Camila, você é demais!!!!! Kkkkk amo seus posts! Aliás, amo todos os posts da Dinamarca… Os seus, os da Cris, só não comento mas eu leio todos e às vezes mais de uma vez! Muitas revelações! Estava sonhando com o rugbrød gostoso mas vi que vai continuar no meu sonho mesmo! Hahahahahahaha
      Eu ia visitar o reino dos bonecos de neve no fim do mês mas cancelei. Provavelmente irei em dezembro. Vale à pena ou é arriscado ficar dentro de casa todos os dias? Vou lá pra Fyn. Vc costuma ir lá?
      Beijos!!!

      Reply
      • Camila Vicenci Witt on July 10, 2016 2:43 pm

        Oi Priscila, tudo bem?
        Como a Cristiane diz, aqui não existe tempo ruim, e sim roupa inadequada….rsrsrs….é sempre frio em dezembro, mas bons casacos de inverno costumam resolver….e boas luvas, bons chapéus e bons cachecóis :))) só estive em Fyn de passagem, mas ouvi muitos elogios à região:) abraços!

        Reply
    3. magda on September 10, 2016 1:51 pm

      Oi Camila, ler você é sempre um prazer para mim! Então trate de escrever bastante, ok!? Não canso de elogiar os seus posts para o meu marido. Você consegue mesclar a informação com o engraçado e casual. Este em especial, tranquilizou a minha alma… bom saber que pelo mundo há outras pessoas como que não dispensam comida rsrsrs! bj

      Reply
    4. magda on September 10, 2016 1:58 pm

      Oi Camila, ler você é sempre um prazer para mim! Então trate de escrever bastante, ok!? Não canso de elogiar os seus posts para o meu marido. Você consegue mesclar a informação com o engraçado e casual. Este em especial, tranquilizou a minha alma… bom saber que pelo mundo há outras pessoas como que não dispensam comida rsrsrs!

      Reply
      • Camila Vicenci Witt on September 11, 2016 8:45 am

        Olá Magda, tudo bem?
        Fico tão feliz em saber que você gostou do texto 🙂
        Vou continuar relatando minhas aventuras e desventuras por aqui,e espero que você continue me fazendo companhia 🙂
        Beijos

        Reply

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