Olá queridos leitores,
Escolher o endereço certo nem sempre é tarefa fácil, e depende de vários fatores, como distância do trabalho ou de estudo, do local de suas atividades de lazer, se você gosta de viver na agitação do centro ou se prefere a tranquilidade do subúrbio, se tem filhos, animais ou se vive sozinho(a). Mais difícil ainda é escolher o endereço em um país diferente, e por isso o texto deste mês explica um pouco sobre os bairros centrais de Copenhague, suas características e o melhor e o pior de cada bairro. Se você não achou seu bairro aqui, não se desespere! Em breve abordaremos outras áreas da capital dinamarquesa.
Indre By (Centro): o coração de Copenhague é a área do centro histórico, chamada de Indre By (cidade interna), que leva esse nome devido ao fato de que, até 1852, não se permitiam construções permanentes na área além das muralhas delimitadas pelos lagos que circundam o centro. Assim, caminhar pelas ruas de Indre By é, de certa forma, um passeio ao passado, incluindo a icônica Rundtårn (torre redonda), os palácios de Rosenborg e Amalienborg (este último é a residência da rainha), o Jardim Botânico e a Prefeitura. Nyhavn, o porto cartão-postal de Copenhague, ilustra bem a estética do bairro, com seus pequenos prédios coloridos.
Central e bem conectado, Indre By é uma boa opção para se morar. Contudo, a maioria dos apartamentos são diminutos e antigos, e muitas ruas são apenas pedonais, dificultando o acesso de carro, o que pode ser um empecilho para famílias com crianças ou pessoas com alguma dificuldade de locomoção, já que pouquíssimos edifícios contam com elevadores. Também é importante investigar se as instalações elétricas do local comportam máquina de lavar louça, lavadora e/ou secadora de roupas, já que muitos prédios datam da época em que a cidade era cercada por muralhas, e não foram amplamente renovados.
- O melhor do bairro: localização central, arquitetura e possibilidades de entretenimento/vida noturna.
- O pior do bairro: apartamentos pequenos e antigos.
Frederiksberg: tecnicamente, Frederiksberg é uma cidade independente, com prefeitura própria, mas geograficamente encrustada na área central de Copenhague, logo após os lagos, fazendo com que a área seja tratada como parte da capital dinamarquesa. Sua posição central, contando com amplas áreas verdes (incluindo Frederiksberg Have, o jardim da faculdade de Agronomia e o Zoológico de Copenhague), oferta cultural variada e seu caráter de “cidade de interior dentro da cidade grande” fazem de Frederiksberg o endereço mais desejado pelos habitantes locais, e também o mais caro da Dinamarca, conforme reportado pelo jornal Berlingske. Frederiksberg oferece as vantagens de uma metrópole em um ambiente arborizado e relativamente calmo, há dois passos (ou poucas estações de metrô) do centro, contando com apartamentos novos e antigos, casas e villas. Entretanto, os altos preços dos imóveis – tanto para compra como para aluguel – acabam limitando as possibilidades de moradia, especialmente para famílias que precisam de espaço.
- O melhor do bairro: as áreas verdes e o jeito de cidade pequena dentro da metrópole.
- O pior do bairro: preços altos em comparação com outras áreas da capital.
Nørrebro: conhecido por seu caráter multicultural, Nørrebro também ocupa posição central em Copenhague mas, até o momento, o bairro não é servido por linhas de metrô, apenas por trem e ônibus (sempre lotados), o que dificulta o acesso ao aeroporto. O bairro é o endereço favorito de estudantes e jovens “descolados”, e suas ruas são cheias de cafés, microcervejarias, lojas étnicas e restaurantes de todo o tipo. Aqui, descendentes de imigrantes turcos, árabes e asiáticos conferem um outro colorido à predominantemente-europeia Copenhague, complementado pela atmosfera vibrante e jovem do bairro. No verão, as áreas de Blågårdsplads e Skt. Hans Torv estão sempre lotadas, e o bairro oferece gastronomia do mundo todo, ampla oferta cultural e a possibilidade de estar em contato com diferentes culturas.
Nørrebro tem experienciado uma alta nos preços dos imóveis, tanto para compra como para aluguel, mas ainda é possível achar locais com preços interessantes.
- O melhor do bairro: aspecto multicultural.
- O pior do bairro: linhas de ônibus quase sempre lotadas e, até o momento, ausência de metrô.
Vesterbro: apelidado “carinhosamente” de Vesterbronx, no passado o bairro era associado à prostituição e ao tráfico de drogas, mas o intenso processo de renovação fez de Vesterbro a Meca dos Hipsters, e um local extremamente agradável para se morar, apesar de também não contar com metrô, mas apenas trem e ônibus. Vesterbro conta não apenas com o Tivoli e com a Carlsberg Glyptotek (meu museu favorito), mas com restaurantes, cafés e lojas, além de parques e, assim como Nørrebro, tem um perfil jovem, alternativo e cosmopolita. Além disso, o lar da cervejaria Carlsberg está desenvolvendo um enorme complexo habitacional em Carlsberg City, aumentando a oferta de moradia na área.
- O melhor do bairro: vida cultural.
- O pior do bairro: algumas áreas, como Istedgade, ainda são foco de uso de drogas e prostituição.
Østerbro: segundo enredeço mais desejado de Copenhague, este bairro tem o apelido de “distrito Latte”, em referência a seus inúmeros cafés, ocupados por intelectuais, jovens e artistas. O bairro é extenso, e possui áreas mais centrais e nobres, e outras mais periféricas e não tão atraentes. Fælledparken oferece área verde e espaço para lazer e prática de esportes, e as ruas de Østerbro são cheias de pequenas lojas de antiguidades, cafés charmosos e casas com a “cara” de Copenhague. Sua habitante mais famosa é possivelmente a pequena sereia, localizada em Kastellet. O bairro é bem conectado por ônibus e trem, e algumas áreas (Nordhavn) contam também com barco. Os preços aqui variam bastante: as áreas mais centrais e mais nobres costumam ser tão caras quanto Frederiksberg, mas regiões mais afastadas, como Ryparken, oferecem preços mais acessíveis.
- O melhor do bairro: suas áreas mais nobres são consideradas “a cara” ou identidade de Copenhague.
- O pior do bairro: algumas áreas mais afastadas não são bem servidas por transporte e não são muito atraentes.
Bem, queridas e queridos, ainda temos outros bairros de Copenhague a desvendar em textos futuros, mas espero que este post tenha lhes ajudado a conhecer um pouco mais da capital dinamarquesa, e talvez de seu futuro endereço.
Beijos e até a próxima
2 Comments
Boa noite
Gostaria de mais dicas sobre os bairros e moradia em Copenhagen. Não encontrei a parte 2 do post.
Olá Isamara,
A Camila Vicenci Witt, infelizmente parou de colaborar conosco.
Obrigada,
Edição BPM