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    Home»Cursos Pelo Mundo»Vida de doutoranda nos Estados Unidos
    Cursos Pelo Mundo

    Vida de doutoranda nos Estados Unidos

    Paula Dalcin MartinsBy Paula Dalcin MartinsOctober 29, 2016Updated:October 26, 20174 Comments5 Mins Read
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    Muito cuidado pra não vazar crômio nem minhas amostras contendo sulfeto radioativo...
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    Entro no meu quarto ano de doutorado em microbiologia nos EUA e gostaria de compartilhar alguns aspectos do programa e da vida de um estudante de doutorado aqui. Comecemos do princípio: um doutorado geralmente dura 4 anos no Brasil, enquanto, nos EUA, 6.

    Nos meus primeiros 2 anos, tive as disciplinas obrigatórias do programa e, posteriormente, as eletivas, escolhidas pelo meu orientador. A carga horária das aulas sempre ficou em torno de quatro a seis créditos, mas as disciplinas aqui foram muito diferentes de quaisquer outras que eu tive na graduação e mestrado no Brasil. Por mais que a carga horária fosse menor, tínhamos exercícios e artigos para ler quase todos os dias, de maneira que, no primeiro semestre, eu tive que estudar todas as noites e finais de semana para uma cadeira em particular.

    Remar, desviar cobras e identificar carrapatos e sanguessugas são algumas das habilidades que podem ser úteis tanto para um doutorado quanto para a vida.
    Remar, desviar cobras e identificar carrapatos e sanguessugas são algumas das habilidades que podem ser úteis tanto para um doutorado quanto para a vida. Fonte: acervo pessoal

    Além de ter aulas, tive que dar aulas para a graduação desde o primeiro semestre (carga semanal de 15 horas). Temos também duas horas semanais de seminários para os quais a presença é obrigatória do início ao fim do doutorado. Faltas só são permitidas com atestado médico, e quando há uma falta sem atestado, é necessário ir a um outro seminário e escrever um resumo da palestra. Aliás, presença obrigatória em 100% das aulas é um requerimento para todas as disciplinas que tive e ensinei.

    Confesso que esses primeiros dois anos foram os mais difíceis – principalmente o primeiro. Eu ainda não falava inglês muito bem e tinha muito medo e vergonha de falar em público – dar aulas me fez lidar com isso na marra. Além disso, os americanos fazem bastantes perguntas em sala de aula e, geralmente, falam em público bem extrovertidamente. Participação em sala de aula e apresentação de trabalhos conta muito para a nota, e as notas são escalonadas (relativizadas à nota mais alta da turma), então tive que me forçar a perguntar e interagir nas aulas também. Um parênteses: o escalonamento de notas explica a imensa competitividade existente entre os alunos aqui.

    Apresentação de seminário com resultados recentes de sua pesquisa é sempre parte da vida de um doutorando!
    Apresentação de seminário com resultados recentes de sua pesquisa é sempre parte da vida de um doutorando! Fonte: acervo pessoal

    E além de ter aulas, dar aulas e ter seminários, temos que fazer pesquisa, é claro. Boa parte dos programas de doutorado empregam o sistema de rotações: você não entra com uma orientadora definida, mas passa por 3 ou 4 laboratórios – passagens que duram de semanas a meses, dependendo do programa – e depois disso, orientadores são definidos. O objetivo dessas rotações é ver de qual laboratório você gosta mais, e achar um orientador com quem você se dê bem. No primeiro semestre de doutorado fiz pouca pesquisa, pois estava em rotação. Ganhei uns projetinhos curtos e conheci o pessoal de cada laboratório. Na minha terceira e última rotação eu já estava certa de que era naquele laboratório que eu queria entrar. Tive a sorte de encontrar um excelente orientador e um projeto de pesquisa muito empolgante. Infelizmente, nem todo mundo entrou no laboratório que queria, e algumas pessoas deixaram o programa por causa disso – outras continuam infelizes até hoje.

    Depois que acabaram as cadeiras do doutorado, a vida melhorou bastante. Mais aí, no terceiro ano, chegou o momento da prova de qualificação. Esse é o momento mais tenso, pois se você não passar, você sai do programa (geralmente com um título de mestre, pelo menos). A minha prova levou dois meses. No meu programa, o primeiro passo foi inventar um projeto de pesquisa, não relacionado ao meu, e apresentar para uma banca. Eles aprovaram minha ideia e passei para segunda fase: escrever uma proposta de pesquisa para tanto o projeto que faço quanto o que eu inventei. Tive um mês para escrever e enviar para a banca, que poderia aprovar, rejeitar ou aprovar com revisões. Fui aprovada e passei para a última fase, a defesa oral. Tive duas semanas para me preparar – duas semanas de estudos dia e noite e algumas choradeiras. A defesa foram duas horas de perguntas, sem parar, pela minha banca composta por meu orientador mais 3 professores. Por fim, passei!

    A partir da qualificação, você passa de “aluno de doutorado” para “candidato a doutor”, e basta terminar o projeto de pesquisa, escrever a tese e defender o doutorado para ganhar o título. A defesa da tese é muito mais tranquila, e, se a pessoa chegou até ali, ela ganha o título, com raras exceções. Existe um acompanhamento do aluno pela banca, com reuniões anuais para apresentar como o trabalho está indo, e um mínimo de artigos para serem publicados a fim de que o aluno se gradue – para mim, são 3.

    Desde que me qualifiquei, tenho me dedicado cada vez mais à pesquisa. Já terminei todo o trabalho de bancada e agora só analiso dados no computador e escrevo artigos. Meu projeto envolveu coletar amostras de lagos a mais de 2000 Km de onde moro, aprender geologia, química, sequenciamento de DNA, experimentos com radioatividade e uma área da microbiologia totalmente nova para mim: a análise de comunidades microbianas diretamente do meio ambiente com metagenômica. Cada vez que eu comecei a ficar confortável com certa técnica ou análise, tive que passar para a próxima tarefa e aprender algo novo. Agora estou aprendendo bastante programação e estatística. A sensação de não saber nada só aumenta: um doutorado te mostra tudo o que você ainda tem para aprender, mais parte da imensidão que não conhecemos e você precisa descobrir.

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    Paula Dalcin Martins
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    Gaúcha de Cruz Alta, ativista vegana e feminista, Paula é bacharel em biomedicina, mestre em microbiologia (ambos pela UFRGS) e doutora em microbiologia pela Ohio State University, nos Estados Unidos. Em setembro de 2018, Paula iniciou seu trabalho como pesquisadora (postdoc) na Radboud University Nijmegen, Holanda. Paula se desligou do BPM em fevereiro de 2019, mas deixou diversos textos sobre como fazer pós-graduação e pós-doutorado no exterior, diversas perguntas comuns respondidas nos comentários de seus textos e todos seus materiais de inscrição para o doutorado (https://www.dropbox.com/sh/0qt77pqrl588y1n/AAAKaISuR1RE5lj8yYCPCXS9a?dl=0).

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    4 Comments

    1. Gabriela on October 30, 2016 11:39 pm

      Olá Paula,
      tudo bem?

      Li alguns artigos seus sobre dourado nos Estados Unidos e estou aplicando para algumas faculdades para a área de Comunicação.. mas fique com a impressão de serem bem concorridos. Você sabe se a concorrência é muito grande?

      Eles costumam aceitar bastante estrangeiros nos programas?

      Reply
      • Paula Martins on October 31, 2016 4:03 pm

        Oi Gabriela,

        Sim, a concorrência é grande. 20% dos alunos de graduação da OSU são estudantes internacionais, então sim, eles aceitam bastante estrangeiro.
        Mas não se assuste com a concorrência não. Confia em si mesma, estuda e tenta 🙂

        Um abraço,
        Paula

        Reply
    2. Jeciane on December 7, 2017 7:23 pm

      Que gosto de ler os artigos que vc publica aqui! Sempre escritos de forma leve e cheios de informações!
      Paula, como posso encontrar os artigos que vc publica aí? Sou estudante de farmácia e, além disso, acho que me ajudaria com o Inglês.
      Bjs, até mais!

      Reply
      • Paula Martins on December 7, 2017 7:53 pm

        Obrigada, Jeciane!

        Se estás falando dos artigos científicos (só tenho 3 do doutorado até o momento):

        http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/gcb.13633/abstract
        http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/1462-2920.13977/full
        http://genomea.asm.org/content/5/46/e01159-17

        Um abraço!
        Paula

        Reply

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