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    Entrevistas

    Capoeira em Madri

    Melissa DobrezanskiBy Melissa DobrezanskiJanuary 28, 2018Updated:May 14, 2018No Comments7 Mins Read
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    (Foto: Acervo pessoal)
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    Capoeira em Madri.

    Em 2014, fui contratada no colégio, onde trabalhava e meus filhos estudam, para coordenar as atividades extraescolares. A ideia era dar uma boa reciclada e colocar atividades novas, já que dispomos de uma ampla área esportiva.

    Pensando durante dias e noites, tinha o desejo de trazer algo da minha cultura para dentro do colégio. Necessitava também de alguma atividade esportiva para crianças pequenas (a partir de 3 anos), que não fosse as de sempre, tão tradicionais. Queria algo que chamasse a atenção e, depois de algum tempo, decidi inserir a Capoeira no colégio! Algo arriscado, que naquele momento eu só poderia contar com uma matrícula: a da minha filha! Comecei a difícil busca de encontrar um professor qualificado, que fosse bom de capoeira, mas que principalmente tivesse experiência com crianças tão pequenas.

    Falando com um e com outros, acabei encontrando uma professora de Santos que já estava morando por aqui há uns 7 anos e tinha justamente todos os requisitos para trabalhar comigo. Fiz uma aula de prova e conseguimos abrir dois grupos pequenos. Um de 3 a 5 anos e outro de 6 a 8 anos. Crianças super motivadas, que estavam felizes escutando e aprendendo não somente um esporte, como também um idioma novo. Adorei vê-los cantando em português músicas brasileiras ao ritmo de um berimbau, atabaque e pandeiro.

    Nos anos seguintes, os grupos foram aumentando, uma lista de espera formando e quase 80% dos alunos que começaram com a Capoeira, estão seguindo todo ano!
    O sucesso se dá porque as aulas são motivadas por uma grande profissional, que hoje, depois de alguns anos, posso chamar de amiga. É com ela, a Alexandra Pereira, que eu farei uma pequena entrevista para tentar mostrar que podemos estar morando em outros países, mas seguirmos com as nossas raízes.

    BPM: O que te trouxe a morar na Espanha?
    Alexandra: O que me trouxe à Espanha foi a esperança de conseguir melhorar de vida. Sou de uma origem humilde e de gente trabalhadora. As opções são escassas muitas vezes em um país, que oferece poucas oportunidades para os que querem seguir no caminho correto.  Meu objetivo era trabalhar para juntar dinheiro suficiente e voltar ao meu país. O Brasil em 2006 estava passando por uma crise brutal, bem parecida com a que está passando hoje em dia. Portanto, era mais do que evidente que qualquer oportunidade era melhor do que continuar insistindo na ideia de conseguir prosperar lá.  Na realidade, como já disse antes, meu objetivo era trabalhar. Não me importava muito o tipo de trabalho. Trabalhar com a capoeira era só um sonho bem distante. Sabia também que as coisas não seriam fáceis, mas estava disposta a assumir os riscos e todo o sacrifício, que representa estar tão longe de todos e de tudo que sempre foi referências para mim.

    BPM: E como foi começar com a Capoeira?
    Alexandra: Trabalhar com a Capoeira foi algo que surgiu com o tempo e um pouco inesperado. Não estava buscando, mas foram várias circunstâncias da vida. Tive contato com uma associação de vizinhos, que tinha como presidente um espanhol totalmente apaixonado pelo Brasil e pela nossa cultura. Quando ele ficou sabendo da possibilidade de começar a ter aulas de Capoeira na associação, não pensou duas vezes, e entre todos conseguimos dar o primeiro passo. Uma aula com apenas 3 alunos, sendo que 2 eram as filhas do tal presidente (risadas). Mas, pensei: “vamos ver no que dá…”

    BPM: A sua adaptação foi rápida?
    Alexandra: Nessa época, eu já estava bem consciente de quanto eu era uma pessoa afortunada, afinal de contas, eu estava morando em um país maravilhoso e tendo a oportunidade de trabalhar com a Capoeira, e através desse meu trabalho, logicamente poder difundir minha cultura.
    Mas reconheço que não foi nada fácil. Além da dificuldade inicial do idioma, nessa época, eu também tinha que conciliar outro trabalho com as aulas de Capoeira.

    BPM: Você diz que não foi nada fácil. Pode explicar o que foi mais complicado?
    Alexandra: O mais difícil ainda estava por vir, já que em bem poucas aulas ficou nítido um “conflito cultural”. Explico: sou de um país que culturalmente exige um grau de maturidade muito precoce, e obviamente essa realidade se reflete em todos os aspectos da vida. Há muitas diferenças em aspectos relacionados à formação educacional entre uma criança espanhola e uma criança brasileira. Então, decidi voltar a estudar. Li muitos livros de psicologia infantil e vários artigos de análises comportamentais de autores espanhóis. A sensação era de estar começando do zero, mas realmente não encontrava outra forma, ou eu me adaptava ou acabaria desistindo. E desistir não é muito do meu perfil (risadas).

    Leia também: tudo que você precisa saber para morar na Espanha

    Depois de já estar bem consciente dessas diferenças, agora o desafio era conseguir desenvolver um método de trabalho, que fosse eficaz e que despertasse o interesse não só das crianças, mas também dos pais. Sempre tive o objetivo de ensinar a Capoeira com toda a riqueza que ela tem e não só como uma atividade física, que ocupasse o tempo da criança enquanto os pais estivessem ocupados com outras obrigações. A Capoeira é um esporte e uma arte marcial que engloba: musicalidade (cantar e tocar), um idioma novo,  desenvolve a capacidade de defender-se, e sem falar dos valores fundamentais de respeito e solidariedade ao próximo, que ajuda a uma convivência positiva com o entorno da criança.

    Desenvolver um método de trabalho que pudesse abranger todos esses aspectos, exigiu de mim muito esforço e dedicação, mas posso dizer que valeu a pena!

    BPM: Ser mulher foi uma barreira?
    Alexandra: Durante todos esses anos trabalhando, dando aulas de capoeira , me deparei com todo tipo de situação, e algumas delas me ensinaram que ainda para algumas pessoas falta muito por evoluir. Sim, é verdade. Já sofri discriminação por ser mulher e dar aula de Capoeira. Disseram-me que consideravam mais apropriado que a pessoa que ensinasse ao seu filho, por ser menino, fosse um homem. Mas sinceramente, isso nunca me abalou ou me afetou. Muito pelo contrário, essas experiências só fizeram com que eu tivesse ainda mais vontade de continuar me esforçando para ser uma professora melhor. Considero essa situação como um obstáculo a ser superado. A capacidade de um profissional se reflete no resultado do seu trabalho, e em relação a isso, estou tranquila.

    BPM: Qual é a visão de um espanhol em relação a Capoeira?
    Alexandra: Felizmente, sempre senti uma aceitação muito boa em relação à Capoeira aqui na Espanha. É verdade que, para muitos, a Capoeira ainda é considerada um baile, mas é só o reflexo da falta de informação mesmo, não é por menosprezar ou não dar o valor que tem a Capoeira. Os espanhóis em geral gostam e admiram a arte.
    Poder viver de um trabalho totalmente voltado ao público infantil, para mim, é uma benção. Aprendo e ensino na mesma proporção.

    BPM: Atualmente qual é a porcentagem de alunos espanhóis (e estrangeiros) x brasileiros?
    Alexandra: Tenho uns 90% de espanhóis x 10% de brasileiros.

    BPM: Últimas palavras …
    Alexandra: Sou eternamente grata a todos que me ajudaram a chegar até aqui, primeiramente a Deus, a minha família, meu Mestre, amigos e a todos, que de alguma forma, aportaram coisas positivas na minha caminhada. E apesar de todo o esforço que é estar desenvolvendo esse trabalho, espero poder seguir transmitindo a cultura brasileira e a arte da Capoeira por muito tempo, e com isso, diminuir a distância que existe entre a Espanha e o Brasil!
    De todas as artes, sem dúvida nenhuma, para mim, a Capoeira é a mais bela!

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    Melissa Dobrezanski
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    Melissa é curitibana, formada em Educação Física e pós graduada em Educação Física Escolar. Deixou seu trabalho de técnica em voleibol no Brasil em 2007 para trabalhar pela Federação de Voleibol em Barcelona organizando os mundiais de vôlei de praia. No terceiro ano em terras espanholas casou e se mudou a Madri. Mora na Serra de Madri com o marido e os dois filhos. Tem seu próprio clube de voleibol e trabalha em um colégio como coordenadora de atividades extra escolares.

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