As belezas de Regensburg na Baviera.
Regensburg, na Baviera, região da Alemanha, é um cidade apaixonante, fazendo dela um tema delicioso de se escrever, pois desde o primeiro instante me identifiquei muito com a cidade e me senti muito à vontade. Vim para cá em março de 2013 para iniciar meu mestrado (ver meu texto aqui no BPM), era final de inverno, mas ainda bem frio para os padrões brasileiros e com muita neve pelas ruas. Eu estranhei um pouco e tive que aprender a lidar com casacos, vestir-me em camadas, meia-calça, cachecol entre outros itens, para fazer o frio ficar mais suportável.
No entanto, o que logo me agradou foi estar numa cidade menor em tamanho e população quando comparada com Belo Horizonte, onde eu morava, mas, mesmo assim, com muitos eventos culturais, muito funcional e organizada, havendo sido tombada pela UNESCO, em 2006, como Patrimônio Mundial, o que a tornou um atrativo turístico da região. Além destes encantos, é considerada a cidade com a maior concentração de bares na Alemanha, por habitante.
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Para quem gosta de cultura e história, Regensburg (ou Ratisbona em português) é uma cidade dos tempos romanos, possui pedaços de muros e fundamentos que os romanos construíram há mais de 2000 anos. É considerada uma cidade medieval, mas você encontra de tudo, historicamente falando. A Steinerner Brücke, Ponte de Pedra é realmente medieval, passando por cima do Rio Danúbio. É de onde se tem as melhores vistas de Regensburg, tornando-se um de seus cartões postais. A construção medieval serviu de exemplo para muitas outras pontes, como a Ponte Carlos, em Praga, por exemplo. Ela é a mais antiga ponte de pedra em arcos na Alemanha. Está atualmente em fase final de recuperação, o que a tornará ainda mais transitável.
Só permitida para pedestres, de um lado fica a famosa Wurstküche, onde eram preparadas as refeições dos trabalhadores para a construção da ponte, até hoje serve lingüiças típicas de Regensburg com pão e mostarda; do outro, o Stadtamhof, com muitas construções tombadas pelo patrimônio histórico, tem cafés, sorveterias e restaurantes. O maravilhoso estilo gótico pode ser visto na Catedral (St. Peters Dom), bem no centro da cidade.
Vale a pena ainda visitar a Basílica St. Emmeran, com o Schloss Turn & Taxis, que promove festivais no verão e feiras de Natal. Sem falar nas muitas igrejas, museus diversos, construções históricas, como o Altes Rathaus (Prefeitura antiga), e parques que são todos lindos. Tem também passeios de barco pelo Danúbio até Weltenburg, que é um mosteiro com cervejaria ou Walhalla, uma construção grega no alto de um morro com vista maravilhosa para o rio e a cidade.
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O que me encantou foi também a diversidade de pessoas de várias nacionalidades. Como é uma cidade universitária, vêm muitos estudantes estrangeiros, fora as famílias que já estão estabelecidas há mais tempo. Digo sempre que não se percorre nenhum percurso de ônibus sem ao menos escutar três línguas diferentes (alemão, inglês e mais alguma: turco, espanhol, russo, línguas do leste europeu e até português, é claro!).
Sem falar que a vida cultural de Regensburg é também rica em atrações. Diversos festivais, como Jazz Weekend, Cinema ao ar livre, Bürgerfest (Festa da Cidade), Sommerfest (festas de verão) que são promovidas por diversas entidades e pelos estudantes que estão de férias nessa época. Feira de antiguidades, feira de usados e a famosa Dult de Maio e no verão, festa que se assemelha ao Oktoberfest de Munique. Além de teatros, concertos, festas onde o tradicional e o moderno conseguem se dar as mãos.
Nas ruas há uma infinidade de restaurantes (de todos os tipos) e bares, além das discotecas para as noitadas. Você consegue pensar em uma cidade que as pessoas fazem churrasco na beira do rio, nadam e tomam sol, andam de bicicleta, sem problemas com violência? Isso é um dos grandes atrativos daqui, na minha opinião.
Ao mesmo tempo, Regensburg é uma cidade com diversas oportunidades de trabalho quase não havendo desemprego. Entre as grandes empresas, temos BMW, Krones, Continental.
Pensar que uma cidade com 150.000 habitantes tem tanto a oferecer e uma vida relativamente tranqüila, é algo que não conheço no Brasil. Ou são cidades grandes, ou pequenas sem muitas alternativas. Isso é uma coisa bem europeia, creio que existam um maior número de cidades com estas características em países vizinhos.
Esta cidade entrou na minha vida quase que por acaso, pois ao pesquisar possibilidades de estudo, que é o que me trouxe à Alemanha, Regensburg apareceu com uma boa avaliação da Universidade e aí fui aceita para o mestrado. Vim pra cá de braços e coração abertos e acho que isso fez a diferença, e fui muito bem acolhida, tanto pelos alemães como outros estrangeiros com quem tenho amizade hoje.
Regensburg se tornou minha “cidade natal” da Alemanha! Adoro conduzir meus amigos para apresentá-la e fazer com que eles também se apaixonem por ela.
Espero ter provocado em você, caro leitor, vontade de conhecer este pedacinho da Baviera!