Até logo, Kuala Lumpur.
Hoje, depois de um ano e meio morando em Kuala Lumpur, chegou a hora de me despedir dessa cidade maravilhosa que me acolheu e me recebeu tão bem.
Infelizmente, este será o meu texto de despedida da Malásia. O contrato do meu marido para ficarmos aqui era de 3 anos, mas aconteceram algumas mudanças na empresa que ele trabalha e fomos transferidos para Muscat (Oman) antes de vencer o nosso contrato.
Eu amava morar em Kuala Lumpur, e é com o coração partido que me despeço, hoje, dessa cidade.
Nesse um ano e meio que morei aqui, fiz muitos amigos que, com certeza, levarei para toda vida. Como gosto de brincar, nossa “família malaia”. Vivenciei bem de perto uma cultura tão diferente da que estava acostumada, aprendi a respeitar ainda mais o próximo, me apaixonei pela comida asiática e me tornei viciada em uma boa pimenta.
Claro que, como tudo na vida, esse tempo que morei na Malásia não foram só flores. A parte mais difícil, para mim, foi a distância com o Brasil. E o pior de tudo, as 11 horas de fuso. Mas nada como o tempo para a gente se acostumar e a aprender a lidar com a saudade.
Em Kuala Lumpur, como já disse em alguns textos, não permite que as esposas de expatriados trabalhem. No começo, quando cheguei, com certeza esse foi o meu maior desafio. Me inscrevi em vários sites de emprego, mandei mais de 100 currículos e nada. Sempre que pediam a cópia do meu visto, me agradeciam pelo interesse e me retiravam do processo.
No começo, fiquei um pouco frustrada e desanimada. Hoje, agradeço por ter passado por essa situação.
Durante esse tempo que morei em Kuala Lumpur me reinventei em minha profissão, abri o meu próprio negócio online e tive coragem para empreender. Se tivesse conseguido um emprego não teria hoje a minha loja, um trabalho que posso levar comigo para qualquer lugar do mundo que decida morar.
Então, meninas, por mais que seja difícil chegar em um país e ter todas as portas fechadas, não desanimem. Pensem fora da caixinha! Quem sabe não pode ser para você uma oportunidade de se reinventar em sua profissão, de empreender, abrir seu próprio negócio, assim como foi para mim?
Leia também: Meu primeiro ano em Kuala Lumpur
Bom, vamos falar, agora, da parte burocrática da mudança. Assim que recebemos a confirmação da transferência, começamos a buscar companhias que fizessem a nossa mudança. Em Kuala Lumpur, por ser uma cidade com um grande número de expatriados, é bem fácil você conseguir alugar bons apartamentos mobiliados. Morávamos em um, assim; então, basicamente, a nossa mudança seria apenas nossos objetos pessoais, roupas e eletrodomésticos. O volume de coisas que tínhamos não valia a pena o custo-benefício para fazermos a mudança via container. Como terrestre não era uma opção, nossa mudança foi toda com a gente, como excesso de bagagem.
Em relação ao nosso visto, a empresa foi responsável por todo o processo de cancelamento do visto da Malásia e pela solicitação do visto de Muscat. Foi super tranquilo.
Depois de todos os documentos prontos, era a hora de correr atrás dos documentos do Billy.
Contratamos a mesma empresa que havíamos usado para importar o Billy para Malásia para fazer os papéis de exportação. O processo do Billy para Muscat foi bem parecido de quando mudamos para Malásia. A única diferença é que em Muscat, por incrível que pareça, o Billy não precisou ficar na quarentena. O primeiro passo quando vamos viajar com Billy é escolher a companhia aérea. Para Muscat, tínhamos apenas duas opções: voar de Emirates, que na verdade não era uma opção para a gente, pois eles não operam voo direto e o Billy teria que ser enviado como carga viva. Um processo bem mais caro do que o normal e muito mais burocrático. Ou, a Oman Air, com um voo direto e que aceita animais de estimação como excesso de bagagem.
Após escolher a companhia aérea e reservar o lugar do animal de estimação no voo, é hora da parte burocrática. Para retirar um animal da Malásia é preciso contratar uma empresa para fazer os papéis de exportação para o país em que o animal vai ser enviado. Após os documentos de exportação estarem prontos, é necessário levar os documentos e o animal a uma clínica veterinária conveniada pelo governo malaio, para que o animal passe por um check-up e receba a permissão para deixar o país. Todo o processo ficou ao equivalente a 2 mil reais. É muito importante ficar atento aos prazos de entrega dos documentos, pois sem ter todos os documentos aprovados o animal não pode deixar o país.
Depois de tudo pronto, era hora de me despedir de Kuala Lumpur e embarcar em uma nova aventura.
Com certeza a Vanessa que chegou aqui um ano e meio atrás não é a mesma que está indo embora. Hoje, tenho certeza que vou embora uma Vanessa diferente, que corre atrás dos seus objetivos, determinada, mais madura e mais forte emocionalmente.
Que comece a minha nova aventura! A partir de hoje, contarei para vocês todas as minhas experiências de Muscat, o meu novo lar.