Cinco práticas asiáticas estranhas para os brasileiros.
Apesar de estar explorando o mundo sozinha há mais de um ano e meio e já acostumada a lidar com as diferenças culturais de 25 países, a cada lugar visitado, ainda sou surpreendida com algumas práticas estranhas para a maioria de nós brasileiros.
É um choque divertido. Geralmente, me assusto no princípio, mas depois acabo me acostumando e dando risadas da minha reação inicial.
Após passar 17 meses na Europa, onde listei 10 práticas europeias estranhas para os brasileiros vivenciadas no primeiro semestre de jornada, vim parar na Ásia sem nenhum planejamento. Ou seja, não tive tempo de pesquisar sobre os países visitados, o que potencializou a aventura de explorar naturalmente esse continente diverso.
Comecei pela Rússia passando por Hong Kong, Malásia e Indonésia. Como já relatei por aqui 10 curiosidades sobre a Transiberiana, focarei neste texto cinco diferentes práticas que presenciei nos últimos três países.
Café da manhã apimentado
Considero este item um bom começo não somente por ser a minha refeição preferida, mas também porque cheguei na Malásia durante a madrugada (cansada e faminta) e tudo o que eu queria quando acordasse era saborear um delicioso café da manhã. Pedi recomendações das pessoas locais e lá fui eu, às oito da manhã, para o meu desjejum. Felizmente o garçom falava inglês e me ajudou a entender o cardápio. Até tinha um buffet no estilo self-service, mas como não consegui identificar nenhum dos pratos oferecidos, preferi não arriscar. Ainda bem! Porque logo depois descobri que tudo era MUITO apimentado. Mas no café da manhã? Sim! Bastante comum na Indonésia também. A grande maioria come basicamente o mesmo tipo de comida servida no almoço e jantar. Para a minha sorte, a oferta de sucos naturais era tão farta quanto no Brasil e eu pude beber um suco natural de melancia acompanhado de omelete sem pimenta.
Comida e bebida viajando no saco plástico
Enquanto saboreava meu nada típico café da manhã, fui observando o comportamento das pessoas nativas. Era dia de trabalho para muitos que passavam na correria para comprar algo e comer depois, ou seja, “para viagem”. Achei estranho quando vi que, no buffet, as pessoas não colocavam a comida numa embalagem rígida como as de isopor, alumínio ou plástico usadas no Brasil, mas diretamente num saquinho plástico transparente tipo aqueles disponibilizados nos supermercados para pesarmos frutas e vegetais. No entanto, o choque mesmo foi quando vi a prática sendo aplicada também com os sucos, que eram servidos no saco plástico com canudo. Algo muito comum na Malásia e, infelizmente, uma prática nem um pouco sustentável.
Vale ressaltar que a água de coco natural também é servida no saco plástico. Como carioca e brasileira, este item está na lista das minhas paixões e, sem dúvida, é uma das coisas que mais sinto falta durante essa viagem de volta ao mundo. Fazia 17 meses que eu não bebia água de coco natural. Em Kuala Lumpur, durante a primeira caminhada pela capital, encontrei uma barraquinha vendendo essa preciosidade e saltitei como criança de tanta felicidade. Quando me apresentei ao vendedor informando o bem que ele estava me fazendo, ele me surpreendeu com a seguinte pergunta: é para levar no saquinho? “Lógico que não, moço! Ainda preciso de uma colher para raspar o coco após beber a água. Pode me emprestar uma?” Ele sorriu e provavelmente pensou: brasileira doida. Ah! Nem pensem em pedir o coco bem gelado, pois essa opção não existe por lá. É natural mesmo, ou melhor, quente.
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Proibição de comida e bebida no metrô
Hong Kong me encantou com o seu eficiente sistema de transporte. Foi o primeiro lugar em que pude circular livremente sem pedir nenhuma informação tamanha organização e facilidade. O metrô foi o meio de transporte que mais utilizei durante a minha estadia por lá, e o fato de não poder comer nem beber absolutamente nada desde a área pagante me chamou a atenção. Ou seja, após passar pela roleta de controle, não é permitido ingerir nenhum tipo de alimento. Caso desrespeite e seja flagrada ou flagrado, pagará uma multa altíssima. Portanto, nada de comida e bebida para viagem, ok? Há muitas placas alertando.
Escovar os dentes na pia da cozinha
Já que o assunto é alimentação, vale mencionar um hábito comum pós-refeições: escovar os dentes. No Brasil, inclusive nas casas mais simples, existe um local específico para fazer qualquer tipo de higienização, seja ela bucal ou corporal. Eu já tinha me assustado com esta prática em alguns países da Europa, mas o choque foi reincidente também na Ásia quando presenciei as pessoas escovando diariamente os dentes na pia da cozinha. Está aí algo que não me sinto confortável até hoje.
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Não usar papel higiênico
Além da maioria dos sanitários asiáticos serem no chão, onde é preciso agachar e não sentar, o papel higiênico não é um item utilizado nem disponibilizado nas casas e banheiros públicos (somente em alguns locais turísticos). A população faz a higienização pessoal utilizando as duchas ou baldes de água disponibilizados e vestem suas roupas ainda com partes do corpo molhadas. Também tenho dificuldades de me acostumar com esta prática.
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É claro que a diferença cultural entre os países asiáticos e o Brasil é enorme. Nesse texto, destaquei apenas simples costumes inicialmente estranhos para mim.
E você, já teve alguma experiência na Ásia? Caso sim, qual foi a diferença que mais te chamou atenção? Compartilhe aqui nos comentários. Vou adorar saber!