Custo de supermercado na Grécia.
Quer conhecer a cultura e os hábitos de um país? Então, entre em um supermercado!
Como turista, este é um dos passatempos que mais curto fazer em um país que visito. Acho muito legal conhecer os produtos locais, o vocabulário e comparar os preços com o meu dia a dia.
Assim que cheguei aqui na Grécia não foi diferente. Claro que o olhar de turista logo deu vez ao de moradora. E lá fui eu pesquisar todas as opções de supermercado disponíveis em Atenas para escolher aquele que melhor cabe nos nossos hábitos e orçamento.
Antes de entrar no detalhe sobre as características das grandes redes de supermercado e os preços dos produtos, acho legal compartilhar algumas observações interessantes:
– Não deixe para ir ao supermercado no domingo. Nada funciona aqui neste dia, exceto bares e restaurantes. Planeje-se para fazer as compras durante a semana. O funcionamento costuma ser de segunda a sábado, das 8h às 21h. E para qualquer emergência, sempre tem uma lojinha de conveniência 24 horas, que costuma ser bem sortida e com preços razoáveis.
– Ative o Google Tradutor. Confesso que, nos primeiros meses, levei uma surra para entender os rótulos e comprar os produtos certos. Pouquíssimos rótulos têm versão em inglês ou alguma língua latina. Às vezes, dá para se guiar pela marca que já conhecemos do Brasil, ou pela embalagem parecida, porém com outro nome. Mas em algumas categorias, não achamos nenhuma marca familiar, então tem que se virar para entender o que é. Isso acontece com mais frequências em produtos da cesta básica.
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– Aproveite o melhor de cada estação do ano. Eu nunca tinha vivido em um país com as estações do ano bem definidas, e achei legal ver essa mudança no supermercado. Principalmente no setor de hortifruti, é nítida a mudança dos produtos vendidos a cada estação. E, de fato, a qualidade e o preço variam muito quando é chegada a respectiva temporada. Tomates e cerejas deliciosos no verão; castanhas e espinafres robustos no inverno… mude sua lista de compras a cada três meses e você vai ver a diversão que é!
– Valorize o pequeno comércio de bairro. Esse é um hábito do grego, que adora o fato de conhecer o dono do açougue, chamar o padeiro pelo nome e saber da vida toda do verdureiro. Brincadeiras à parte, existe a ideia de que os produtos dos pequenos mercados e, mais ainda, das feiras de rua (em grego, laikí agorá) são os melhores, mais frescos e com procedências mais confiáveis. Aos poucos, eu começo a encarar esse tipo de mercado, pois vou me sentindo mais à vontade no idioma.
Desde que me mudei para cá, o que mais me perguntam – tanto os brasileiros quanto os gregos – é a diferença entre os supermercados e os preços entre os dois países. Acho até engraçado como é um assunto de interesse mundial! Então, vamos ao que interessa.
Basicamente, existem três grandes redes de supermercado espalhadas por todo o país:
Sklavenitis – antigamente era o Carrefour, que foi adquirido por essa empresa grega. É o mercado que mais gosto e conta com boa variedade de produtos, ofertas atrativas (sempre tem um “compre um, leve outro”) e hortifruti bem fresco. Possui uma marca própria – Maráta – com preços excelentes. Existem desde as megalojas até mercadinhos de bairro.
AB Vassilopoulos – para produtos importados e mais sofisticados é uma ótima opção. Tende a ser um pouquinho mais caro que o Sklavenitis, mas a variação não é tão exagerada. É bem comum ver a versão AB City, mais compacta e com uma pegada de conveniência, espalhada pelos bairros.
Lidl – essa é uma rede bem conhecida por toda a Europa. Tem um perfil mais “atacadão”, onde os produtos são exibidos direto nas caixas de papelão, não tem um sortimento grande de marcas e os preços são mais baixos.
Como já falei em outro post, a grande maioria dos bairros conta com uma loja de cada rede, o que possibilita a busca pelo melhor preço ou oferta de maneira cômoda e prática.
A pesquisa de preços que vamos ver a seguir foi feita em Julho de 2018, na rede Sklavenitis. Para efeitos de comparação, busquei manter marcas que encontramos no Brasil e em outros países da Europa.
Para os itens de cesta básica, considerei os preços médios. Mas saibam que existe uma enorme variedade de marcas, tipos, tamanhos e origens. Nesta categoria, a presença das marcas próprias dos supermercados é bem frequente e apresenta uma diferença de até 50% no preço, para menos. Na minha experiência, costumo comprar itens mais baratos aqui para conseguir comprar outras coisinhas menos importantes, mas deliciosas.
Como já deve ser bem comum em artigos como esse pelo blog, o preço das carnes é sempre uma questão. Na Grécia, não é muito diferente. Realmente (e infelizmente), não existe carne vermelha como no Brasil. Por aqui, além de muito mais caro, os cortes das peças e o sabor são muito diferentes e estranhos. Acabamos por preferir cortes de frango e porco e aproveitar também os preparos que estão à venda nos supermercados. É bem comum encontrar espetinhos, hambúrgueres, rocamboles, tudo semipronto.
Regularmente, encontrarmos em todas as seções etiquetas promocionais como essas abaixo. Podem ser tanto de desconto em centavos como promoções 1+1 (leve 2, pague 1).
No geral, a minha percepção é de que o custo de supermercado na Grécia está abaixo do Brasil, comparando itens e marcas semelhantes. A exceção fica com a carne vermelha. Seguindo uma lista de compras sem excessos, é possível gastar por mês em torno de 160 euros para duas pessoas, considerando preparos para três refeições diárias.