De mudança na Argentina.
Mês passado falei para vocês que estava me mudando… pois então, agora, já na cidade nova, venho aqui contar como foi fazer uma mudança na Argentina.
Mudanças
Não sei se já contei para vocês, mas até o momento eu contabilizo mais de vinte mudanças em trinta e poucos anos de vida.
Ainda pequena mudava de casa (e de cidade) por causa do trabalho do meu pai, depois, já maior de idade, para estudar e trabalhar.
No final das contas me acostumei, e toda vez que ficava numa casa por mais de seis meses já começava a pensar em mudar de novo… E daí arrumava tudo e partia para um novo endereço.
Mas mudança não cansa? Eu achava que não, até me mudar no mês passado.
Em Buenos Aires
Quando vim para Buenos trouxe comigo pouca coisa. Havia acabado de entregar um apartamento que alugava e tinha vendido quase todos os móveis. Só fiquei mesmo com roupas e livros.
Dessa maneira foi fácil. Fiz quatro malas grandes e pronto. Toda a minha vida estava empacotada. Comprei uma passagem aérea, paguei excesso de bagagem e parti rumo a uma nova vida.
Mas os anos foram passando, minha casa foi ganhando cada vez mais coisas, veio também as coisas do meu marido e, no final, já não tinha só livros e roupas.
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Planejando a mudança
No meio de 2018 fiquei sabendo da possibilidade do meu marido ir trabalhar em outra cidade. Num princípio bateu aquela dúvida: “sair de Buenos Aires para ir para o interior?”
Dá medo, claro, não sabia como poderia ser. Só que lá fundo senti que gostei da ideia porque já vinha pensando desacelerar. Viver em cidade grande é ótimo, tem tudo, mas também cansa.
E quando veio a confirmação fiquei animada com a ideia. Como seria dali a três meses, decidi que já era hora de começar o planejamento.
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Conhecer a nova cidade
- Aproveitamos um feriado para conhecer a nova cidade. Ficamos três dias e caminhamos por todos os bairros. Visitei supermercados e feiras de rua. Anotamos vários endereços interessantes e conversamos com imobiliárias.
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Fazer uma limpeza pela casa
- Programei três finais de semana consecutivos para ver o que realmente queria levar comigo e o que poderia ficar. Foram muitas caixas para o lixo e outras tantas para o Exército de Salvação (que foi buscar na minha casa). Os objetos e móveis quase novos coloquei à venda no site do Mercado Libre. Em dois meses consegui vender tudo e juntar dinheiro para ajudar na mudança.
- Faço uma sincera recomendação para esta etapa, NÃO TENHA DÓ. Coisas vão e vêm, com exceção de poucos itens que tem, de verdade, muito valor sentimental. Por isso, não tenha receio em se desfazer de coisas que já não usa mais. Minha regra de ouro é: “ficou mais de ano sem usar, não vai usar jamais” e tem dado certo.
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Comprar caixas, plásticos e papéis
- Mudança grande não dá para fazer de qualquer jeito. Economizar em materiais de embalagem pode custar em coisas quebradas. Sabendo o que eu iria levar fui comprar caixas de papelão, plástico bolha, papel de jornal e papel toalha.
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Começar a embalar
- Programei oito finais de semana para realizar esta tarefa. Primeiro, seriam os livros e as coisas que não usamos tanto. Por último, as roupas e os utensílios indispensáveis de cozinha. Foi uma média de dez caixas por final de semana. Assim, ao longo de dois meses, já tinha tudo empacotado.
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Conseguir uma nova casa
- Durante todo esse tempo fui conversando com as imobiliárias, mesmo de longe (WhatsApp, Skype). Quando finalmente encontrei um apê que se encaixava em quase todos os requisitos que eu tinha reservei um fim de semana para vê-lo. Preparei toda a documentação e lá fomos nós. Nesses dias, aproveitamos para ver outros, também, porque vai que… né? Mas, no final, acabou dando certo e conseguimos alugá-lo.
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Contratar a empresa de mudança
- Com tudo empacotado e apartamento alugado chamei algumas empresas de mudança para pedir um orçamento. Fiz uma lista de todas as caixas e móveis. Depois de negociar um pouco com cada uma delas optei pela Silvertrans. Era um pouco mais cara, mas desde o princípio foi mais atenciosa.
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Fazendo a mudança
No dia anterior aproveitei para organizar um pouco a casa.
Deixei perto da porta de entrada as caixas mais pesadas e os móveis maiores que iriam no fundo do caminhão. Objetos delicados e leves ficaram por último para irem por cima e não quebrarem.
Os móveis de madeira embalei com plástico filme para não sofrerem nenhum arranhão; os vidros e espelhos protegi com dupla camada de plástico bolha.
Hora de dormir, mas antes ainda consegui preparar um bolsa térmica com lanche para a viagem.
O caminhão chegou pontual às cinco da manhã. Como já estava tudo no esquema foi super fácil e rápido carregá-lo. Foram, ao total, duas horas de trabalho.
Depois que o caminhão partiu, voltei para o apartamento, dei uma última revisada, peguei minha bolsa, tomei um táxi e fui para o aeroporto. A ideia era chegar antes deles para poder recebê-los no endereço novo.
Mas não foi assim que aconteceu. Cancelaram meu voo, tive que esperar mais de doze horas para poder embarcar e cheguei super tarde.
No final deu tudo certo porque meu marido chegou antes e pode receber a mudança. Nós dois viajamos separados.
Inclusive essa prática de viajar separados é um costume nosso. Muita gente acha estranho. Mas fazemos isso justamente porque vai que acontece alguma coisa, né? O outro pode socorrer.
E agora, como vai ser?
Mês que vem volto aqui para contar para você como está sendo essa nova adaptação. Por agora, posso adiantar que o clima é do jeito que eu gosto e a praia uma delícia… 😉