Dicas práticas para quem quer cursar o ensino superior na China.
Quando vim para a China, tinha a intenção de juntar meu dinheiro e concluir meu curso universitário na Inglaterra. Não tenho mais certeza sobre o que fazer hoje em dia, porém pesquisei sobre o processo e tenho algumas informações sobre como é estudar aqui.
O preço das faculdades chinesas custa em média 23000RMB, o que considero barato comparado ao preço das mensalidades de países como Inglaterra ou EUA (aliás, geralmente estes países cobram por ano).
Asiáticos têm fama de serem nerds, o que me leva a concluir que a educação deve ser ok – são rígidos, mas demonstrar que você concluiu um curso aqui pode mostrar que você é responsável e persistente. Os cursos também são reconhecidos, o que acredito que se deve ao fato de que muitos chineses estudam na Inglaterra, então os países devem ter algum acordo que beneficiem a ambos.
Uma coisa que me deixa com o pé a qualificação HSK (3 a 8 é uma nota considerada suficiente para a maioria das faculdades dependendo da dificuldade do curso e dos termos técnicos de cada), uma espécie de TOEFL chinês, que muitas universidades requerem (algumas faculdades, no entanto, oferecem programas totalmente em inglês, mas ter o HSK te abre outras portas).
Como de se esperar, também é necessário demonstrar ter poder financeiro para bancar os cursos, ter um certificado do ensino médio e antecedente criminal limpo, ambos reconhecidos pela embaixada chinesa.
Como estudei Relações Internacionais, não tenho certeza se seria benéfico estudar esse assunto aqui, já que a perspectiva chinesa sobre o mundo deve ser muito diferente da inglesa.
Algumas das faculdades chinesas que posso recomendar são Tsinghua University, Sudan University, Peking University, University of Science and Technology of China, Shanghai Jiao Tong University, Nanjing University, Zheijang University, Beijing Normal University, Wuhan University, Tongji University e Beijing Language and Culture University.
Estive nesta última e achei o campus bonito e agradável, porém o pessoal que trabalha lá deixou bastante a desejar.
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Tsinghua University é considerada a melhor faculdade dos BRICS (Brasil, Rússia, India e China) e também é membro do C9 – Ivy League chinesa. É possível estudar arquitetura, política, engenharia, dentre outros assuntos.
Peking University é considerada a segunda melhor universidade chinesa e também faz parte das melhores dos BRICS. A terceira neste mesmo ranking é Fudan University. Em todas estas três faculdades é possível estudar política, idiomas, entre outros.
O sistema de notas na China também não varia muito do sistema ocidental, e acredito que isso se deve justamente para facilitar a vida dos estudantes internacionais. Temos A, B, C, D e F e A e A- correspondem a 90 a 100% de acertos. F corresponde a menos de 59% – ou seja, é preciso tirar ao menos 60% para poder passar, o que é parecido com o sistema brasileiro.
Algumas faculdades apenas informam se você passou ou não, evitando dar muitos detalhes sobre as notas do aluno.
Acredito que a única coisa que poderia desagradar um estudante ocidental é o fato de que, na China, os estudantes não têm uma vida social tão ativa como a de estudantes americanos, por exemplo, que costumam beber muito e fazer muitas festas. Aqui, os estudantes se preocupam muito com esportes ou em atividades extracurriculares que tenham a ver com a escola em si, podendo participar de competições nacionais, por exemplo.
Existe uma preocupação em satisfazer o grupo, e não exatamente o indivíduo, como aconteceria em países ocidentais, então é importante levar isso em consideração antes de decidir vir para cá.
Por último mas não menos importante, estudar qualquer curso na China vai acelerar seu aprendizado em chinês e acho que todos concordamos que esta é uma língua muito relevante, não só pelo lado profissional, mas também pessoal. Cada vez que aprendemos um novo idioma, aprendemos também sobre a maneira de pensar de determinada cultura e acho que a China é uma das culturas mais interessantes da humanidade, por ser tão anciã e diferente da nossa.
Não sei até quando a China ou qualquer país dos BRICS vai continuar a crescer, mas no presente saber mandarim já é necessário – a China é o maior país do mundo e, infelizmente, os chineses têm um problema sério ao falar inglês. Aprimorar o chinês, portanto, permite que você possa negociar com este mercado imenso que é a China – algumas das áreas que excedem são a exportação de produtos e a educação.
Para finalizar, acho que é importante deixar o preconceito de lado na hora de escolher onde estudar, o que é uma decisão muito importante. Claro que cada pessoa tem sua prioridade, mas acho que estudar no exterior é uma coisa que todo mundo deveria experimentar, se possível.
Pelo dinheiro, torna-se impraticável para muita gente mas, felizmente, a moeda RMB é inferior ao real, tornando a China uma possibilidade viável e interessante.