Dicas sobre a Cidade do Panamá.
Em tempos de férias de verão do Brasil, muitas pessoas passam pelo Panamá em conexões estendidas e aproveitam para dar uma volta e conhecer a cidade. Selecionei cinco dicas sobre o dia-a-dia daqui, que podem auxiliar um pouquinho a quem fizer o passeio:
1. Dólar ou Balboa: qual é a moeda do Panamá?
Se você planeja uma viagem ao Panamá e procurou BALBOA pelos câmbios, ESQUEÇA! O dinheiro que circula por aqui é o dólar americano. Mesmo assim, em diferentes tipos de comércio você vai ver que os atendentes vão te cobrar em balboas. Até há moedas balboas em circulação, mas notas, somente dólar. E a taxa cambial é a mesma. Uma curiosidade é que notas de cem dólares entram no país pelos turistas, não circulam nos bancos do Panamá. Por isso, cuide-se: é um evento! Dependendo da loja em que você estiver, eles chamam o gerente, verifica-se a originalidade do dinheiro, registra-se a entrada da nota, acontece de tudo… Já se passou comigo, mas é normal.
2. Endereços
No Panamá, os nomes das ruas quase não são utilizados e não existe números para a localização de prédios, edifícios, comércios. Geralmente, você vai descobrir o endereço pelo nome do local, pontos de referência ou de avenidas próximas e por direções (à esquerda de, diagonal, em frente). Eu sempre coloco o nome do lugar que quero ir no GPS e vejo se é no Panamá, depois vejo o bairro e “dale”, tem que ir na raça e na coragem. Parece estranho, mas com o tempo vai dando tudo certo. Para turistas é mais fácil, pois os pontos turísticos ou shoppings são de fácil acesso. Provavelmente o motorista saberá onde queres chegar ou o GPS encontrará.
3. Amarillos
Os táxis, conhecidos também como amarillos, são uma opção de transporte no Panamá e muitos panamenhos optam por eles. Mas há algumas peculiaridades nessa viagem. Primeiro: não tem taxímetro, antes de entrar no automóvel você combina o preço com o motorista e, algumas vezes, pode ser que ele diga que não vai ao lugar que você quer. Isso é muito comum. Segundo: se o taxista não percebeu que você é um estrangeiro e te cobrou um preço justo, pode ser que você receba convidados no trajeto. Sim! Você está dentro do táxi e ele vai “pegando” outros passageiros no caminho e só ele sabe quem vai descer primeiro. Uma terceira questão é a qualidade dos carros. Claro que não é uma generalização, mas vemos muitos táxis depreciados, batidos, sem ar condicionado. Para um turista, eu recomendaria usar os táxis conveniados com os hotéis ou as empresas privadas dos aplicativos, que funcionam super bem por aqui.
4. Trânsito e pedágios dentro da cidade
Quem passa pela Cidade do Panamá percebe: trânsito caótico. Os túneis, corredores rápidos, poucas sinaleiras, conversão livre à direita, não resolvem o problema de engarrafamento ou movimentação do trânsito. Aqui gentileza gera pouca ou nenhuma gentileza. Infelizmente. É a lei do carro grande, ou a lei da buzina, ou a lei de quem quer que seja. Os muitos carros (ocupando pouco espaço) transformam quase todos os horários em movimento de pico.
Por isso, se você está de bate-volta do aeroporto, planeje com antecedência sua volta. Minhas visitas eu procuro levar com duas ou três horas de antecedência do horário de embarque. Melhor assim do que arriscar perder o voo. E o aeroporto é praticamente um shopping, tem muito o que fazer depois que você passa pelo check in.
Importante: Algumas vias da cidade cobram uma taxa para a circulação nos chamados “Corredor Sur”, “Corredor Norte” e “Corredor Este”. As tarifas variam, para carros, de $0,55 a $1,50, mas você pode passar por mais de uma cancela no mesmo corredor. Não existe a possibilidade de pagamento no momento da travessia, portanto, você precisa estar sempre com saldo carregado, que será validado pela TAG etiquetada no automóvel. Se você está de passagem por aqui e vai alugar um carro, pergunte qual é a regra da loja, pois todas já oferecem a TAG, basta saber se o pagamento será feito antes ou depois. Segue um link que traz maiores informações sobre o sistema Panapass.
5. O espanhol panamenho
Eu não estudei espanhol antes de vir para cá, a não ser aquele um período básico que temos semanalmente na escola. Minha primeira frase (em espanhol) no Panamá (eu não esqueço!) foi: “Yes, yo quero café com leche”. Essa foi na manhã seguinte da minha chegada, porque no hotel falei inglês. Quando resolvi dar essa resposta para a moça que servia meu café, eu misturei todas as conexões linguísticas do meu cérebro. Isso porque temos a ideia de que o “portunhol” vai nos salvar, mas comigo não foi/é bem assim.
Os panamenhos falam rápido e, como em qualquer região, por vezes formam um vocabulário novo, incorporando palavras de outras línguas ou até inventando as panamenhas. É tão comum o “novo” vocabulário que, recebemos da empresa que cuidou da nossa acolhida aqui, um dicionário das palavras panamenhas. Claro que para quem fica poucos dias, fazendo coisas de turistas, o portunhol resolve. Só não se assuste se alguém não te atender como gostaria, pois ele pode não estar te entendendo de verdade. A saída pode ser o inglês, que é entendido em vários lugares turísticos. O Panamá recebe muitos turistas e, como sempre, o importante é se comunicar!
A maior dica é aproveitar a viagem, claro, mas não esqueçam que o Panamá não é um país de primeiro mundo. Ainda que eu ache muito mais seguro que o Brasil, fiquem ligados em roubos ou trapaças com turistas que podem acontecer por aqui. Buen viaje!