Vacinas no Panamá.
Desde do dia 20 de janeiro de 2021 o Panamá vem seguindo um cronograma de vacinação pelo pais, que tem como critérios idade, profissão de risco, pacientes com comorbidades e grávidas. O programa de vacinação se chama Programa Ampliado de Imunização e os dados mais recentes que foram divulgados até a data em que esse texto foi escrito são de 1.134.516 doses da vacina aplicadas contra a Covid-19, tanto da farmacêutica Pfizer quanto da AstraZeneca.
Vacinas no Panamá
O país tem seguindo protocolos bem rígidos de contenção desde o início da pandemia e isso se traduz em números como os divulgados pelo Ministério da Saúde no boletim do dia 06/06/2021. Os dados de falecimento desde o início da descoberta da Covid-19 em solo panamenho até hoje foram de 6.402 vidas perdidas no total. Lembrando que vidas perdidas são uma tragédia, e não somente números. Mas dentro do contexto que assola o mundo, foi uma tragédia com uma proporção muito menor.
Até hoje essa contenção está sendo feita de maneira bem exaustiva nos aeroportos e fronteiras. Há pouco tempo houve o fechamento de fronteiras marítima e terrestre com a Colômbia.
O aeroporto de Tocumen, na Cidade do Panamá, continua sendo uma porta de entrada para o vírus que o governo tenta conter com a exigência de exames PCR antes do embarque e logo depois do desembarque, com quarentena em hotéis para os casos positivos e negativos rastreados ainda na zona aeroportuária.
Os casos estão sendo ainda mais restritos com passageiros oriundos do Brasil e da Colômbia. Sendo que alguns compatriotas, mesmo residentes, são obrigados a ficarem nesses hotéis para cumprir a quarentena.
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Durante uma conferência de imprensa houveram perguntas sobre o turismo para vacinação e a resposta foi evasivamente positiva em relação a isso. Logo após recebi uma enxurrada de mensagens de amigos, familiares e pessoas que me seguem nas redes sociais sobre a possibilidade de se vacinar em terras panamenhas. Infelizmente, tive que frustrar toda a expectativa de pessoas que buscam de uma maneira quase desesperada pela vacina. Mesmo eu, que vivo aqui, não tenho uma data para me vacinar.
Devido a desinformação os panamenhos rejeitaram a AstraZeneca e preferiram esperar pela Pfizer, então eles ofereceram a AstraZeneca aos estrangeiros que residem aqui, mas somente homens, usando como argumento que para mulheres antes dos 50 anos essa vacina poderia gerar embolia. Em função disso, felizmente meu marido pode tomar a primeira dose e espera pela segunda, tendo como sintoma de um levíssimo resfriado, que passou rapidinho. Enquanto isso eu aguardo a minha vez.
Concluindo, você que deseja ir para outro país para tomar sua dose de vacina, eu aconselho a ir para os EUA porque aqui ainda nem chegaram para a gente que está aqui.
Tiveram muitos avanços, mas a doses chegam de avião por lotes e em quantidades restritas, porque existem outros países para atender também, e nem todos tiveram o benefício de comprar em uma quantidade que fosse possível oferecer a toda população, visitantes e ainda sim sobrar para jogar fora.
E quase todas as vezes que chega, eu já conheço o barulho das sirenes e o comboio passa pela Avenida Balboa com muitas manifestações de alegria e aplausos.
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Existe uma ilha aqui perto da Cidade do Panamá que se chama Taboga, está a aproximadamente 50 minutos de barco e tem poucos habitantes que vivem do turismo, e todos participaram de um programa de imunização de todos os adultos da ilha com a presença da imprensa.
Eles estão tentando proteger seus redutos turísticos que foram fechados totalmente e agora tem a esperança da vacinação em massa para uma possível abertura total.
Em uma tentativa de propulsionar ainda mais esta imunização, o governo buscou a segunda opção de vacina com a AstraZeneca, apesar da população não está taxa favorável a sua aplicação.
Infelizmente, as “fake news” são mais um agente que dificulta o processo e essa decisão foi recebida com muita desconfiança. Mas, mesmo assim, ela está sendo administrada a quem não tem receio e busca sua dose para se sentir protegido.
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Apesar de haver muitas restrições e rastreamentos de casos, estamos vendo um novo incremento de números de casos, e seguimos com atenção a terceira onda segue. A maioria desses novos casos são entre mulheres entre 20 e 39 anos, o que recebeu atenção por parte das autoridades e segundo fontes do Ministério, o objetivo agora é imunizar mais mulheres por elas estarem estão mais vulneráveis neste momento.
Como relatei para várias pessoas que me procuram nas minhas redes sociais, o Panamá segue recebendo conexões de outros países sem problema, mas, para entrar no país, é outra história. E, se esse crescimento continuar e ainda com o incremento do risco da variante indiana, tudo pode mudar.
Porque, segundo minha experiência vivendo a pandemia aqui, eles podem fechar tudo de novo, de um dia para o outro. E esse é um dos grandes fantasmas que atormentam as pessoas que vivem aqui, o risco de fechamento. Está todo mundo cansado e ninguém quer ouvir falar de lockdown, porque aqui ele de fato existiu, e, se houver a necessidade, sabemos que pode haver novamente.
Não seja um sommelier de vacina
E assim vivemos a vida, tentando resistir, vivendo um dia de cada vez, esperando a vacina no braço e a esperança de volta no coração. E espero que isso chegue a todos, de verdade. Porque é uma questão de humanidade, poder ter disponível um meio de nos mantermos vivos diante dessa ameaça a vida. E é de qualquer um, sem distinção de cor, gênero, credo ou nacionalidade.
E como vi de pertinho meu marido, que tomou a AstraZeneca e, com a graça de Deus, teve sintomas leves como qualquer outra vacina que você tomou durante a infância, faço um apelo: não seja um sommelier de vacina, apenas tome.
Se sua família tiver a oportunidade e condições financeiras para viajar em busca da vacina, vá para os EUA. Lá eles tem disponível para qualquer um. Se você não puder, lute e grite pela sua vacina, seja qualquer uma. O importante é vacina no braço.
E deixando também claro que, para que a vacina seja um fator realmente de contenção, é necessário um bom contigente populacional imunizado. Essa luta pela vida é de todos, dependemos um do outro, então se cada um fizer sua parte, todo mundo fica bem.
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