Não, esse post não é de receita. Ou melhor, essa pode até ser considerada uma receita de como levar a vida da maneira mais descontraída possível. O que o havaiano – ou quem mora aqui – faz na praia, na visão de qualquer brasileiro seria uma grande “farofada” com um bando de “farofeiro”. Confesso que no início levei um choque cultural de 220 volts, mas agora amo essas festas à beira mar.
Primeiro é melhor explicar que a maioria das praias aqui têm grandes parques, com chuveiros, banheiros (geralmente limpos) e muitas tem até churrasqueiras. Uma infraestrutura de dar inveja! Então para que fazer o churrasco de domingo ou a festa dos filhos em casa se é possível armar a barraca – e até brinquedos infláveis – com vista para o mar?
Festa na praia no Ala Moana Beach Park
É assim que funciona: a galera marca o encontro na praia e geralmente é um ‘potluck’, cada um leva um prato e está garantido o almoço diversificado, mais ou menos como o que chamamos de festa americana :). Isso sem falar nas tendas gigantes, nas mesas, cadeiras. Tenho a maior admiração por esse povo que acorda cedinho, enche o carro e vai montar quase a casa na praia. Tem festa de tudo quanto é tamanho, para 4 ou mais de 100 pessoas. Foi numa dessas festas que comemoramos a Páscoa por aqui.
Na maioria das praias não existe nem um barzinho, muito menos ambulantes vendendo comida. Então realmente quem quer ficar mais tempo tem que levar seu ‘isopor’ com bebidas e comida. E, mais um grande detalhe: sabe aquela cerveja estupidamente gelada que estamos acostumados a tomar na beira da praia? Esqueça e deixe para depois. Aqui é proibido tomar bebida alcóolica na praia ou na rua, alguns até a levam camuflada, mas é contra a lei. As únicas cidades americanas que permitem são: Las Vegas, Key West e Nova Orleans… Então, o brinde é com suco mesmo. O tropicalíssimo coco gelado, também é produto raro. Acho que o encontrei in natura, pra beber no próprio coco, umas duas ou três vezes apenas.
E se temos festas, vamos então falar dos presentes?
Sem pedras preciosas ou metais valiosos, o Havaí tem em suas ‘leis’ os maiores tesouros. Mas as leis que falo aqui não são as de papel, feitas pelos legisladores não…. Leis, na língua havaiana, são os lindos colares geralmente feitos de flores e que enfeitam o visual dos nativos e de quem visita essas ilhas de cá. As flores mais usadas são as cheirosas plumérias e também as orquídeas. Mas tem ainda as feitas com folhas verdes, sementes, penas, doces, tecidos, bebidas (sim!!) e até de origami.
A lei é um presente comum por aqui e significa acima de tudo amor, respeito, sorte, boas energias. É comum dá-las de presente em casamentos, aniversários e formaturas.
Depois de secas, nunca podem ser jogadas no lixo… dá azar!!! Deve ser pendurada numa árvore, enterrada, queimada ou entregue ao Duke (veja na foto). Dizem que quem as coloca em sem seus braços, volta para o Havaí.
Os turistas colocam seus colares na estátua do Duke Kahanamoku (falarei dele em breve) que está na praia de Waikiki. Dizem que quem pendurar a lei num de seus braços volta a visitar o Havaí…Eu voltei!
Aloha from my paradise!
3 Comments
Parabéns, minha vizinha mais simpática! Saudade!
Querido vizinho – o mais divertido!!!! Obrigada, saudade de você! beijos
Oi Cleide, quano fui ao Havaí não usei nem uma lei de flores naturais e as de flores artificiais trouxe embora. Vc sabe se há regras para as leis de plastic…rs… agora fiquei toda preocupada. Pensando bem, tenho que programar outra viagem ao Havaí para deixar uma lei nos braços do duke para que nunca deixe de voltar para aí…rs…
Ah! Amei seu texto.
Muah!