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    Home»Indonésia»Indonésia – Onde os funerais são pura cultura
    Indonésia

    Indonésia – Onde os funerais são pura cultura

    Gisele AltoéBy Gisele AltoéMarch 30, 2016Updated:March 31, 20167 Comments7 Mins Read
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    Quando a gente faz a mala e a preenche com tudo o que considera “indispensável” para uma viagem, nunca pensamos que nada daquilo irá para o outro lado da vida. Se é que esse outro lado existe, como muitos acreditam e outros tantos duvidam, o que seria realmente indispensável? E como garantir uma passagem tranquila e serena para nosso espírito e um descanso para aquele corpo que nos acompanhou nessa viagem tão evitada, mas tão certa?

    O que para muitos de nós é sinônimo de dor, de perda, de tristeza, de luto, de ausência de cores, para o indonésio e suas diferentes crenças são uma viagem, uma passagem, uma cerimônia que deve marcar um momento familiar ou apenas um sono profundo.

    Dentro de um país com uma imensidão de culturas, não há uma unanimidade no que diz respeito à morte e a maneira com que a interpretam. Em cada região e religião há um ritual diferente para os funerais. Vamos conhecer alguns?

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    Os “tau-taus” de Toraja são estátuas de madeira que representam aos falecidos. (Foto: colaboração de Lydia Tomkiw)

    Toraja, sul de Sulawesi: Um dos funerais mais famosos, e considerado macabro para muitos, acontece na Indonésia. Mais especificamente na região de Tanah Toraja (Terra dos Toraja). Os Toraja (to.ri.aja, homens das montanhas) viveram por séculos praticamente em completo isolamento. Eram dos últimos povos a serem descobertos e, futuramente, catequizados pelos holandeses, ao redor do ano de 1906. Ainda que muitos tenham se convertido ao cristianismo, continuam até os dias de hoje respeitando diversos rituais do Aluk To Dolo, literalmente “crença dos antigos”.

    Os torajanos trabalham toda uma vida para garantir a fortuna do funeral. Quanto mais abastada é a família, maior será a cerimônia, chamada Rambu Solo. Porém, quando a família não tem os recursos para realizar a cerimônia logo que a pessoa falece, o funeral pode levar meses e até anos para acontecer! E, pasmem: enquanto busca-se juntar o dinheiro para a cerimônia, o falecido continua “vivendo” na mesma casa! O corpo é mantido embalsamado, sendo cuidado e alimentado ficticiamente pela família. Durante esse período, o falecido é chamado de “o doente” ou “aquele que está dormindo”.

    Finalmente, após reunirem os recursos necessários, dão início à cerimônia do funeral, que poderá ser acompanhada por diversos familiares e convidados. Os Toraja são receptivos com turistas que desejam acompanhar os rituais, desde que estejam acompanhados de um guia local ou familiar do falecido e que tragam pacotes de cigarros como oferenda à família. Segue-se, então, o sacrifício de animais. Acredita-se que eles seguirão o falecido até Puya, a terra das almas. Cada búfalo pode custar mais de dois mil dólares! As famílias mais ricas chegam a sacrificar mais de 24 búfalos em memória do falecido. A carne é repartida entre os familiares e convidados presentes. O corpo embalsamado do falecido é colocado em uma urna cilíndrica que ficará numa espécie de altar durante toda a cerimônia.

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    Foto: Colaboração de Lydia Tomkiw

    Os túmulos torajanos são urnas penduradas nas rochas ou pequenas grutas numa parede rochosa, como “janelas para a eternidade”. Cada falecido recebe uma escultura que o representa, os famosos “tau-taus,” que observam a vila do alto de sua paz. Os bebês falecidos são colocados em buracos em grandes árvores, cobertos por um pequeno tapume de bambu. Os torajanos acreditam que ao curar-se da “ferida,” feita para abrigar o pequeno corpo, a árvore absorve o espírito daquela criança, que volta à natureza.

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    A árvore que leva a alma dos pequenos à natureza. (Foto: Matt Paish, em Flickr)

    Bali: A ilha, que abriga em torno de 3 milhões de habitantes hindus, respira rituais. Além das oferendas e orações diárias, diversos rituais fazem parte do ciclo de vida de um balinês desde o nascimento. E o último dos rituais é a cerimônia de cremação chamada Ngaben. É considerado o mais importante dos rituais, pois ele liberará a alma para reencarnar ou para finalmente encontrar a plenitude (Moshka). Vários fatores são considerados para que o Ngaben aconteça. Assim como no caso dos torajanos, os balineses também aguardam o dia mais propício para o ritual, seja por questões financeiras ou por recomendação de algum guru, enquanto isso o falecido é temporariamente enterrado.

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    Uma espécie de sarcófago de papel machê abriga o corpo a ser cremado. (Foto: Cazz, em Flickr)

    No dia apropriado para a cerimônia, o corpo é desenterrado, colocado em um caixão e este vai para dentro de uma urna em formato de touro (Lembu) feita em papel machê. A estátua carregando o corpo é colocada sobre um andor, sendo carregado por membros da comunidade em procissão. O grupo caminha sempre tomando o cuidado de não seguirem uma linha reta, pois é preciso “confundir” os maus espíritos, bem como ao espírito do falecido, para não voltar à casa.

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    Procissão durante Ngaben, funeral balinês. (Foto: Kojack, em Flickr)

    As cerimônias de cremação também podem ser comunitárias, para diminuir os custos para as famílias com pouca renda. Após a cremação, as cinzas recolhidas são entregues à família e posteriormente jogadas ao mar.

    Balikpapan, um funeral islâmico: em Balikpapan vivenciei a triste experiência de um funeral. Uma senhora que trabalhou em casa durante um ano faleceu, aos 54 anos. Quando fui avisada, quis prestar à família minhas condolências e, para tal, um amigo indonésio em comum e sua esposa me acompanharam. Foi uma das experiências mais dolorosas que tive durante esses quatro anos na Indonésia. Yuni era muçulmana e seu funeral seguiu as tradições de sua religião. Quando um muçulmano falece, deve ser enterrado o mais breve possível, antes do pôr do sol ou no dia seguinte, caso faleça durante a noite. Os amigos e vizinhos mais próximos são os que ajudam a família, avisando a mesquita mais próxima para que providenciem o anúncio e para que se façam orações. Além disso, também auxiliam na organização do ambiente onde será o velório (geralmente a casa da família do falecido), dão o banho e vestem o corpo para receber as visitas. Quando cheguei à casa de Yuni, ela estava no quintal da casa sobre uma mesa de metal, enquanto algumas mulheres a banhavam. Sempre são familiares próximos e do mesmo gênero do falecido que realizam essa tarefa. Seu corpo estava coberto por um lençol de batik, via-se apenas os braços e rosto. Após o banho, o corpo é envolto em um tecido branco, chamado Kafan e, no caso de Yuni, ela foi colocada na sala de sua casa, sobre uma espécie de tapete de rattan para ser velada.

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    Yuni, minha “mãezinha” indonésia. (Foto: Arquivo pessoal)

    Excepcionalmente na Indonésia, as mulheres acompanham toda a cerimônia e orações do funeral, o que não é usual em outras regiões de cultura islâmica. As mulheres são avisadas que não devem tocar a falecida caso estejam em período menstrual. Todas as pessoas, sejam de qualquer religião, são bem-vindas a comparecerem ao velório e a fazerem silenciosamente suas orações já que não raramente uma família pode ter membros de diferentes religiões. O corpo é enterrado em uma cova, diretamente em contato com a terra. O kafan deve ser desamarrado na altura da cabeça, que antes estava coberta. Familiares jogam punhados de terra em forma de luto e segue-se o enterro. Segundo a regra, o túmulo deve estar direcionado a Meca, mas considerando a grande densidade demográfica na Indonésia, nem sempre isto é possível; basta que esteja voltado ao oriente.

    No caso dos cristãos, os velórios são muito similares aos que já conhecemos. Um detalhe apenas é que, em alguns funerais, a família espera até 7 dias para realizar o enterro. E durante estes dias, dormem ali, ao lado do falecido. O objetivo é dar oportunidade para que todos os familiares e amigos possam prestar sua última homenagem.

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    Gisele Altoé
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    Gisele mora na Indonésia há 4 anos, com o marido e o filho. É geração anos 80 e ex-professora de Educação Infantil (já que trocou a sala de aula pela vida mundão afora). Adora viajar, fazer novos amigos e bater um bom papo, nem que para isso tenha que aprender um novo idioma! Paulista quase mineira, adora pão de queijo, café com leite na mesa da cozinha da mãe, e lasanha. Praticante de mountain bike e tennis.

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    7 Comments

    1. Pollyane Martins on March 31, 2016 9:34 am

      Nossa, quanta informação interessante. Adorei o artigo, Gisele! Obrigada por compartilhar conosco essas peculiaridades desse lado do mundo! Beijo grande.

      Reply
      • Gisele Altoé on April 11, 2016 9:15 pm

        Olá Pollyane, que bom que você gostou! Continue acompanhando nossos textos, espero que te ajudem a conhecer mais sobre esse cantinho especial do mundo. Beijo!

        Reply
    2. Elaine on April 1, 2016 4:22 am

      Parabéns pela matéria Gisele! Brilhante!

      Reply
      • Gisele Altoé on April 11, 2016 9:14 pm

        Obrigada, Elaine! Abraço!

        Reply
    3. leila dos santos amorim on July 21, 2016 6:20 pm

      Olá, Gisele,

      Excelente seus textos sobre a Indonésia! Parabéns!

      Que mulher bonita a Yuni, realmente as indonésias aparentam menos idade ! Impressionante!
      Esse bebê que ela estava segurando é seu?

      Um abraço e obrigada por compartilhar conosco essa experiência incrível!

      Leila

      Reply
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