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    Home»Cuba»Religião em Cuba
    Cuba

    Religião em Cuba

    Viviane Naves de AlencarBy Viviane Naves de AlencarOctober 31, 2019Updated:October 31, 20192 Comments7 Mins Read
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    Sury, Santera Cubana em sua casa . Onde recebe os fiéis e professa sua fé.
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    Religião em Cuba.

    Eu recebo inúmeras mensagens me perguntando qual é a religião dominante em Cuba, e se, de fato, os cubanos exercem algum culto religioso. O povo cubano é muito religioso. Existe uma estimativa que 85% tem alguma religiosidade e somente 15% desses 85, 15% por cento professa alguma religião de maneira formal, um fenômeno que pode ser explicado pelas três décadas de ateísmo socialista (1961-90). A mudança na Constituição em 1992 permitiu o aumento do número de pessoas com alguma crença no país. E os 70% restantes possuem uma religiosidade não muito definida, nem pragmática. Fonte: Religiões em Cuba  (Disponível até 2010).

    Fui em busca de pessoas que pudessem me explicar melhor sobre o tema. Encontrei um Frei brasileiro, mineiro, que por 15 anos trabalhou como professor universitário da PUC de Belo Horizonte, mestrado e doutorado em ciências da religião, em que sua linha de pesquisa foi o sincretismo afro-católico. Exerce o seu trabalho como Frei na Igreja San Juan de Letran, na cidade de Havana, Cuba. Ele celebra missa nos finais de semana. Segundo seu entendimento e sua experiência vivendo na ilha, a religião na sociedade cubana é exercida de forma doméstica, está além da instituição religiosa e não fica fechada pelos muros do templo. 

    Leia também: Como é viver em Cuba no atual cenário político mundial

    A formação do clero que constitui as igrejas católicas é formada por 90% de estrangeiros. São poucos os cubanos sacerdotes. 

    A religião católica é muito influente aqui, porque é a única que mantém relações oficiais com o governo desde a Santa Sé, em Roma, e nunca apoiou o bloqueio estadunidense a Cuba,  mas não é a mais popular. Viveu décadas de relações hostis com o governo local, mas desde maio de 2010 está mais favorável, devido à intervenção da Igreja na liberação de opositores condenados por conspirar com Washington com fins subversivos. 

    Os evangélicos são mais fortes que os católicos, existe um centro ecumênico chamado Oscar Arnulfo Romero em um bairro chamado 10 de outubro que é bastante conhecido e frequentado. Como é de costume, os evangélicos buscam suas ovelhas em bairros mais populares. São missões oriundas de outros países, principalmente EUA, e que recebem fundos de fora. E têm um considerável impacto na sociedade cubana. Dizem que foram, junto com os católicos, os responsáveis pela não aprovação do casamento homoafetivo em referendo, para novas mudanças na Constituição. 

    Mas o que mas se vê nas ruas são pessoas usando toda a vestimenta branca, ou colares de contas com cores especificas de seu santo, chapéus ou tecidos brancos como turbantes tapando a cabeça e escondendo  os cabelos. São pessoas que estão se preparando para ser “santo”: passar por um processo de purificação e logo saber qual é o Santo que vai regir a vida dele ou dela e a quem o converso vai venerar. 

    As religiões de matrizes africanas são as que têm mais fiéis, os cultos são em casa e os rituais de oferenda é visível em todas as partes que têm acesso ao mar na cidade e, como no Brasil, se devolveram com muito sincretismo.

    Os cultos de origem africana são três: La Regla de Ocha ou santeria cubana, que é de origem Yoruba, africanos originários da Nigéria ou Benín, e também de escravos africanos que eram comercializados oriundos do Brasil. O outro é a Regla Conga ou Palo Monte, de africanos escravizados trazidos das margens do Rio Congo, na Africa. E o terceiro grupo que não é precisamente um culto religioso, mas sim uma irmandade ou sociedade secreta que se formou entre os escravos do porto da cidade de Havana e que se chama Abakuá ou “ñañigos”.

    Sury é uma santera/espiritista como ela se denomina, que conheci e ela me ensinou um pouco sobre como são os ritos da Santeria e seu papel de sacerdote. São realizados em casa, neste caso era na casa dela. Me explicou que as mulheres só podem ser sacerdotes, santera, ou palera. E jamais, Babalao, que é reservado para os homens. Mas não existe uma verticalidade no poder como em outras religiões. Nas religiões africanas a maior hierarquia são os sacerdotes e todos são iguais, mas desempenham papéis diferentes. Agora, é muito normal que um Babalao, sacerdote da santeria seja também, Tata Nganga, sacerdote do Palo de Monte, ou também Abakuá. Sim, tudo ao mesmo tempo, mesclando os três cultos.

    São cultos totalmente ligados à natureza (terra, água e fogo) e aos espíritos dos ancestrais. E as oferendas são feitas com sangue dos vegetais, em sua maioria, por serem os animais mais escassos e também mais caros. 

    Tanto Sury como Frei Celio explicaram-me um pouco como se dá o sincretismo nessas duas religiões. Sury me disse que todo santeiro deve ser batizado na igreja Católica e que muitos recebem a tarefa de frequentar a missa pelos seus guias. E em muitas cerimônias, eles rezam o Pai Nosso, a Ave Maria, e o Credo. Já o Frei Célio me disse que encara com naturalidade e respeito as oferendas na porta da igreja, como velas, perfumes, flores, ou bonecos que eles levam para o santo deles. E que para ele foi um fato curioso ter três páginas com nomes de falecidos para rezar pela alma deles anotados no livro da Igreja e que muitos nomes que estavam ali eram Santeros. 

    Iglesia e Convento La Merced e o bebê negro no banco , uma oferenda da Santeria. Neste momento havia uma missa em homenagem a um padre brasileiro falecido e me deparei com esse boneco negro no banco da Igreja.

    Sury me disse que é procurada por muitos estrangeiros como mexicanos, espanhóis, italianos, colombianos, argentinos, nicaraguenses que querem realizar a iniciação religiosa e se fazer santo.

    Ser santo dentro da religião é viver com muitos sacrifícios, usar roupas brancas todo tempo durante 1 ano todo, tapar a cabeça, não  poder molhar em água de chuva nem estar exposto muito tempo no sereno ou sol, tem que comer sentado no chão ou em uma esteira,  não poder pegar no dinheiro em mãos e passar para outra pessoa. Isso foi bem curioso pra mim, fui comprar um cartão de internet na rua e a pessoa me pediu para deixar o dinheiro em cima da mesa e deixou o cartão na mesa, ela não podia entregar em minhas mãos. Foi bem estranho e eu não sabia o que era e o que significava aquilo, senti-me um pouco confusa. Mas já vivendo aqui, em muitas ocasiões passou-se o mesmo e já foi no automático realizar a transação dessa maneira.

    Leia também: 20 dicas para viajar por Cuba

    O dia 8 de setembro é o dia da Virgem da Caridade do Cobre, é Oxum, e a cor é o amarelo. E como diz Frei Célio, não é uma festa da Igreja e sim do povo cubano. Eles vão na rua para celebrar, agradecer, oferecer, dançar e cantar. Essa festa não esta presa e condicionada a um lugar ou uma instituição religiosa, ela é do povo. Assim como São Lázaro, o santo com mais força popular. Pertence ao povo e à sua fé. O santuário que é o destino de muitos peregrinos, fundem-se as duas religiões. São Lázaro ou Babalu Aye, tem o poder de cura e leva fiéis de toda a ilha e de cubanos que estão em outro países à pequena Igreja em “El Rincon”, 17 km ao sul de Havana.

    Acho que todo brasileiro se sente um pouco na Bahia, é forte essa similaridade, acho que por compartilharmos a ancestralidade de africanos que vieram ser escravizados com a mesma origem étnica. Minha metade é baiana por minha mãe que quando veio me visitar, sentiu um dejavú andando pelas ruas de Havana velha, o Pelourinho daqui. Se arrepiou inteira e me dizia que ja conhecia tudo aquilo sem nunca ter pisado antes em terras cubanas. 

    Brasil e Cuba têm muita identidade que são comuns pelas culturas de religião, do açúcar, a alegria, a vaidade, o jeitinho pra tudo, a esperteza, a música, que muitos países que são nossos vizinhos não tem. Se não fossem por razoēs políticas,  geográficas, idioma, poderia até me arriscar a dizer que um é anexo do outro e que facilmente poderiam se fundir. E as músicas do Olodum, como o axé e a timbalada do Carlinhos Brown, pelos ritmos e sons, tranquilamente poderiam ter sido feitas em Cuba. 

     …Meu padrinho é obaluê

    orixá ê…. (Ashansú – Timbalada)

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    Viviane Naves de Alencar
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    Viviane é fisioterapeuta, escritora pela escola da vida e tem uma coluna em espanhol no jornal El Sol Notícias . Amante de leitura, passeios e da defesa das causas justas. Morou em Lima, Peru, desde 2015. E a partir desse ano, 2018, está em Havana, Cuba.

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    2 Comments

    1. angélica Cardoso Lima on July 11, 2020 4:56 pm

      Olá lindas as suas histórias aqui contadas, sempre fui uma apaixonada por Cuba e sempre quis ouvir histórias de quem está lá. Obrigada. E no esporte e na música como está Habana?

      Reply
      • Viviane Naves de Alencar on June 7, 2021 9:55 pm

        Muito obrigada!

        Reply

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