Israel é um país multicultural.
Quem nunca se perguntou que tipo de gente tem em Israel? Ou, se as mulheres andam de burca? Será que lá só tem humus e falafel para comer? O que posso fazer no sábado se tudo está fechado?
Quer entrar no maravilhoso mundo mix de Israel? Vou tentar ajudar a sanar dúvidas simples, mas importantes, tanto para quem quer visitar o país ou somente conhecer um pouco mais.
Como escrevi no meu primeiro post, em 1947, Israel foi oficialmente declarado Estado, tendo como sua capital Jerusalém. Assim, começou a ser construído o país judeu, com a chegada de milhares de judeus imigrantes de várias partes do mundo. E junto com essas famílias, vieram, também, seus hábitos, costumes, culinária, música, idiomas, etc.
Através de seu programa de absorção de imigrantes judeus, Israel recebe anualmente centenas de pessoas de países como Rússia, Ucrânia, França, Marrocos, Brasil, Estados Unidos, Colômbia, Argentina, Etiópia, México, Polônia, Inglaterra, entre outros.
Pode parecer informação demais no começo, mas depois você vai se acostumando a tanta diversidade. Não há como negar, Israel é uma democracia multicultural. E a grande maioria da população é muito tolerante com os diversos tipos que aqui vivem ou visitam.
Com um pouco de paciência e determinação para procurar, pode-se achar praticamente tudo. Como a população é constituída basicamente de estrangeiros e seus descendentes, há várias lojas onde será possível encontrar itens culinários de vários lugares do mundo e também em vários idiomas.
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Claro que você não terá o Brasil aqui, mas poderá matar a saudade de tomar um autêntico Guaraná Antarctica ou se deliciar com um açaí. Se quiser saborear outros menus, aproveite. Aqui poderá comer comida russa, francesa, italiana, árabe, japonesa, tailandesa e muito mais.
E quem optou pela alimentação vegetariana também não precisa se preocupar. Certamente vai achar um bom lugar para comer.
Sem entrar em detalhes sobre alimentação kasher (teremos um post específico sobre o tema kashrut), apenas comento que, como a maioria aqui é de judeus, a comida que você vai comer em quase todos os restaurantes ou comprar no supermercado será kasher (nada de carne de porco, carne com leite tampouco, muita sobremesa sem leite, etc). Portanto, não estranhe se não encontrar com facilidade cheeseburguer, strogonoff ou um simples misto- quente.
Outro ponto muito interessante é o idioma. Não são poucas as vezes que estou num recinto no qual ouço mais de cinco idiomas ao mesmo tempo. Uma loucura! Como aqui tem gente do mundo todo, também tem muita diversidade de idiomas. Cidades como Nova Iorque, Londres ou Miami também são diversificadas em termos de moradores, mas creio que nenhum país no mundo tem tantas pessoas diferentes espalhadas por suas cidades. Um simples passeio poderá ser uma experiência e tanto: tomar um café numa cafeteria israelense, comprar Coca-Cola numa vendinha árabe, ser atendido por russos numa loja de sapatos, ou escolher seus óculos com vendedor argentino.
Até escolher um canal na TV pode ser uma aventura. Há canais em hebraico, inglês, espanhol, alemão, francês, russo, turco e árabe (marroquino, palestino ou egípcio). Ufa!
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Bom, e se você é uma das pessoas que se perguntam se aqui todas as mulheres usam burca, prepare-se para uma grande surpresa. Certamente você verá mulheres de burcas, ou com seus véus cobrindo todo o cabelo e pescoço. Mas também verá judeus ortodoxos, com seus chapéus pretos mesmo no calor de 40 graus, senhoras com seus cabelos curtinhos e coloridos usando roupas e óculos da moda, judias religiosas com seus lindos lenços cobrindo o cabelo (somente o cabelo) com jóias e uma maquiagem muito bem feita, lindas jovens que mais parecem modelos, e por aí vai. Um desfile de diversidade.
Quanto à religião, o fato de Israel ser um Estado democrático, todas as crenças e religiões são aceitas. Numa mesma rua, dependendo da cidade, é possível ver uma mesquita e, alguns metros depois, uma sinagoga e até mesmo uma igreja católica. Você nunca imaginou isso, não é verdade?
E mesmo que você não seja judeu, será um turista muito feliz aqui. Os israelenses adoram os brasileiros!
Um bom exemplo de tolerância cultural e religiosa é o fato de que o último embaixador de Israel no Brasil, Reda Mansour, é um diplomata israelense não judeu. Ele é druso – povo árabe autônomo. No Parlamento, também há vários não judeus.
Sobre o shabat, como existe uma considerável comunidade cristã e muçulmana e uma boa parte da população de judeus não segue à risca as regras do judaísmo, é possível sair no shabat (sábado) para tomar um sorvete, fazer compras ou ir à bares e pubs. Nem tudo está fechado. Obviamente, não será tão fácil como no Ocidente, mas algo interessante para fazer sempre tem. A grande dificuldade será o transporte, já que no shabat não há circulação de trens e ônibus.
Acho que já deu para perceber que aqui há um pouco de tudo e de todos.
Sem adentrar em questões como burocracia administrativa, empregabilidade, etc., ser estrangeiro aqui não é nenhum privilégio. Na verdade, é uma situação muito comum, já que o país foi essencialmente criado para receber judeus do mundo inteiro.
Portanto, sim, é possível afirmar que esse grande mosaico cultural dá certo. Guardadas algumas exceções, já que não há lugar perfeito em nenhum lugar do planeta, Israel é um país que sabe lidar com o multiculturalismo. Aqui se vê de tudo, se come de tudo e se escuta de tudo.
Espero que tenha gostado. Seu comentário será muito bem-vindo!
10 Comments
Adorei o post. Israel sempre foi um país que me chamou muito a atenção, principalmente por ser um país multicultural e liberal em pleno oriente médio, mesmo com tantos conflitos. Tel Aviv, com certeza é uma das minhas cidades preferidas, apesar de nunca ter ido, sempre foi uma vontade, pois parece ser muito bonita e é um lugar onde a homossexualidade em si é aceita, além de ser considera a capital gay do oriente.
Oi Mateus, fiquei feliz por ter gostado. Você está certo! Venha visitar Tel Aviv, você certamente vai se apaixonar!
Adorei o post! Muito interessante conhecer os detalhes desse país tão multicultural????
Gostei muito do post!Adorei as comidas em Israel.Amei aquela pasta feita com grão de bico,simplesmente maravilhosa.E o mercado,aquele lance da negociação é muito legal.É verdade que o inglês é um idioma obrigatório nas escolas?
Oi Conceição, ótimo que gostou! O hummus é sensacional, também gosto muito.Sim, o ingles é obrigatório.
Em breve estarei ai em Israel, para conhecer esse multiculturalismo. Seus conhecimentos sempre serão bem vindos, pois para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer essa Terra maravilhosa, ficam conhecendo através de seu blog.
Relato sensacional. Tenho muitas curiosidades sobre diversos países do oriente médio. E realmente a imagem que recebemos aqui de Israel é somente os conflitos. Seu relato gera nosso interesse em conhecer esse povo e a diversidade desse lugar. Obrigada
Brenda, estou feliz que tenha gostado. A minha intenção é exatamente mostrar que Israel não é só aquilo que se vê na TV. Espero que um dia possa visitar esse país cheio de boas surpresas!
PRICILLA YOSEF, muito obrigada pelas informaçoes gerais sobre Israel, estou para tirar uns dias nesta terra abençoada por Deus e foi muito bom saber um pouco da cultura deles,
seu nome de solteira é Priscilla de Souza?