Feriados oficiais em Israel.
Antes de planejar qualquer viagem é muito importante verificar as datas dos feriados do país a ser visitado. Isso pode evitar uma série de contratempos, já que eventualmente você poderá encontrar estabelecimentos, públicos e privados, fechados.
Em Israel há muitas festas religiosas e isso gera muita restrição, pois dependendo da data que se está celebrando, o transporte público muitas vezes não opera, muitos museus e parques ficam fechados e restaurantes alteram seus menus. E você precisa saber disso antes de viajar.
Por isso, listei abaixo os feriados oficiais de Israel. Vale relembrar, como descrevi no meu post sobre curiosidades de Israel, o calendário judaico não é igual ao calendário Gregoriano, praticado no Ocidente. Assim, a ordem cronólogica das festas (chagim em hebraico) não é a mesma do seu calendário. Ao planejar sua viagem, sugiro checar em qual data ocidental o feriado judaico vai cair e quais estabelecimentos e serviços estarão disponíveis.
E quem não pretende viajar para Israel mas quer entender um pouco mais da cultura e da religião, vale também essa leitura. Vamos lá?
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ROSH HASHANAH – Ano Novo
Celebrado no mês hebraico de Tishrei- geralmente coincide com o mês de setembro, ou próximo de outubro. Rosh (cabeça) Hashanah (ano) significa o início de um ano. Data muito especial para os judeus, no qual são ingeridos alimentos específicos num ritual muito bonito e alegre. Na noite que se iniciam as celebrações para a passagem para o novo ano, as mesas são decoradas com temas (como maçã e mel por exemplo, que representa a chegada de um ano doce), e as pessoas gostam de usar roupas novas para celebração da data. Muitos gostam de trocar presentes também.
Contudo, acho importante esclarecer que a celebração do ano novo judeu é muito diferente da festa de ano novo que estamos acostumados. Apesar de ser uma data muito alegre, você não verá show com fogos de artifícios ou músicas. A comemoração do ano novo dura dois dias, mas todo o processo de “entrada” no ano novo, dura dez dias (dez dias de arrependimento).
https://www.youtube.com/watch?v=L_KPU1cWE3w
YOM KIPUR – Dia do Perdão
Logo após o Rosh Hashanah , vem o Yom Kipur. Durante os dez dias de celebração do ano que se inicia, também acredita-se que o judeu se prepara para o dia do perdão, do arrependimento. E por quê? Segundo a tradição hebraica, após o pecado da adoração do bezerro de ouro, Moisés rezou e no dia dez do mês hebraico de Tishrei, Deus perdoou plenamente o povo judeu. Neste dia, o judeu faz jejum de 25 horas e ora bastante. Para quem observa esta data, é proibido consumo de alimentos e bebidas, nem mesmo água. Mãos e rostos só podem ser lavados pela manhã, antes das orações. Não se usa sapato ou qualquer tipo de acessório em couro (nada de origem animal). Não se cozinha, nem se usa aparelhos eletrônicos. Também nada de música.
E o que se faz então neste dia? É uma data muito respeitada. Praticamente todos se vestem de branco, e saem pelas ruas – já que não há carros circulando – com suas famílias e amigos. Muitas pessoas descansam, passam o tempo conversando com a família, brincando com os filhos. Não se pratica nenhuma atividade de muito esforço.
E posso afirmar para vocês: o dia passa bem e rápido. É tão intenso e com uma energia tão forte, que muitos nem sentem de fato, falta de se alimentar. Obviamente, pessoas em situações delicadas não são obrigadas a jejuar, tais como, crianças, mulheres grávidas, doentes, etc.
Trata-se de um momento muito importante para o judeu praticante, pois o jejum representa deixar de lado seus desejos materiais, incluindo a comida, e alimentar única e exclusivamente a sua alma, criando assim, uma conexão muito mais profunda com Deus.
É costume procurar amigos e familiares e pedir perdão.
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A tradição diz que este é um dos passos para fechar seu ciclo e ser perdoado por Deus, e autorizado por ele a ser incluído novamente no “Livro da Vida”. O ponto alto é o toque do shofar (lindíssimo e emocionante, eu acredito), na Sinagoga. É quando se encerra o jejum, e todos vão para suas casas e finalmente podem aproveitar um lindo e sagrado banquete. E dá-lhe comida!
(fonte:http://www.israel21c.org)
SUCOT – Festa das Cabanas ou dos Tabernáculos
Também celebrada no mês hebraico de Tishrei e com duração de uma semana, Sucot simboliza os quarenta anos de êxodo dos hebreus no deserto após a sua saída do Egito. Como não tinham sua terra própria, viviam como nômades em tendas ou cabanas temporárias e muito simples. Assim, em memória e respeito a este período, durante o Sucot, os judeus fazem suas refeições sob uma tenda decorada com folhas e galhos. Normalmente instalada nas varandas das casas, mas para quem vive em apartamento, também há edifícios que tem uma área reservada para este período de festas.
Como podem perceber este período (geralmente entre setembro e outubro) é marcado por grandes festividades. Em razão disso, muitos israelenses aproveitam para tirar férias e muitos hotéis ficam lotados.
PESSACH – Passagem (conhecida popularmente como Páscoa Judaica)
Celebrado há mais de 3500 anos, Pessach começa no 15º dia do mês Hebraico de Nisan, que em geral coincide com o mês de Abril, tem a duração de sete dias e é celebrada para comemorar o êxodo do Egito, por peregrinar por quarenta anos até a chegada à terra prometida. Como a saída dos israelitas se deu de forma apressada, os pães que estavam assando foram retirados do forno mesmo antes de crescer, por isso a tradição de não consumir nenhum produto com farinha, fermento, cevada, etc. Assim, se estiver em Israel fique atento pois muitos restaurantes vão mudar o menu durante a celebração de Pessach. Ainda pela tradição, judeus observantes consomem a matza ou pão ázimo. As casas são meticulosamente limpas para que se tenha certeza de que nenhuma migalha está presente. Isso vale também para estabelecimentos. É um período bem interessante em Israel. Muito comum ver casas fazendo pequenas reformas, troca de mobília e utensílios e muita doação de roupas. É a época da faxina geral. Material e espiritual.
YOM HAATZMAUT – Dia da Independência
Feriado civil e não religioso, o Dia da Independência, celebra a Declaração da Independência com o fim do Mandato Britânico. Acontece no quinto dia do mês Judaico de Iyar (aproximadamente entre final de Abril até o meio de Maio), é o dia em que David Ben-Gurion, o primeiro Ministro de Estado, declarou a independência do Estado em 1948.
Casas, varandas e automóveis são decorados com a bandeira de Israel. Muitos shows de música ocorrem por todo o país e muitas famílias comemoram este dia fazendo churrascos ou piqueniques em praças, parques ou em praias.
Estabelecimentos comerciais fecham neste dia, mas bares, cafés e restaurantes em geral ficam abertos.
(fonte:http://www.breakingisraelnews.com)
SHAVUOT – Festa das Colheitas ou Pentecostes
A palavra Shavuot significa “semanas” e simboliza a compilação das sete semanas entre Pêssach e Shavuot, durante o qual o povo judeu preparou-se para a Outorga da Torá.
Em Shavuot costuma-se enfeitar a casa e a sinagoga com frutas, flores e folhagens, pois segundo a tradição, na época do Templo Sagrado os primeiros frutos da colheita eram oferecidos em Shavuot, após peregrinação dos agricultores até a chegada à Jerusalém, tudo regado à muita festa e alegria. E assim, com o tempo se tornou uma grande festa com muita fartura de alimentos, visando celebrar uma boa colheita.
Nesta data, também celebra-se a libertação do povo judeu, com a revelação da Torá (texto sagrado do judaísmo, conhecido como Bíblia Judaica). Neste feriado religioso, também é costume comer alimentos à base de leite, isso porque, de acordo com historiadores, o dia da entrega da Torá deu-se num sábado, dia que não se pode abater qualquer animal. Então como não podiam celebrar com um belo e suculento churrasco, a festa toda foi celebrada com laticínios. Judeu dá um jeitinho para tudo! E amam festa com muita comida!
Vale lembrar que por ser um Estado Democrático, todas as outras festas religiosas, não judaicas, também são aceitas e não há qualquer problema em celebrá-las, tais como Páscoa, Natal, Ano Novo ou mesmo o Ramadã. Em algumas cidades, é possível ver as lojas decoradas com os temas. Mas é a minoria. Portanto, não espere muita coisa se quiser celebrar o 31 de dezembro em Israel. Se procura por balada, certamente Tel Aviv deverá ser sua opção.
E Boas Festas (Chag Sameah)!
1 Comment
Muito obrigada pela explanação histórica/religiosa, gostei muito! Felicidades.