Facebook Twitter Instagram
    BrasileirasPeloMundo.com
    • Home
    • Sobre o BPM
      • Time do BPM
      • Autoras
      • Contato
      • Na Mídia
      • Blogs
    • Colabore
    • Custo de Vida
      • Quanto custa
      • Cheguei e agora?
      • Custo de Vida Pelo Mundo
    • Países
      • Alemanha
      • Austrália
      • Áustria
      • Canadá
      • EUA
      • Espanha
      • França
      • Inglaterra
      • Itália
      • Japão
      • Polônia
      • Portugal
      • Suécia
    • Mais
      • Dicas para viajar sozinha
      • Relacionamentos online
      • Turismo Pelo Mundo
      • Vistos
    • Intercâmbio
      • Intercâmbio pelo Mundo
    Facebook Instagram
    BrasileirasPeloMundo.com
    Home»Clube do Bolinha»Luciano Dutra: tradutor e editor na Islândia
    Clube do Bolinha

    Luciano Dutra: tradutor e editor na Islândia

    Erika Martins CarneiroBy Erika Martins CarneiroJune 7, 20185 Comments8 Mins Read
    Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Luciano Dutra. Foto: Georg Leite
    Share
    Facebook Twitter LinkedIn Pinterest Email

    Luciano Dutra: tradutor e editor na Islândia.

    Para a Coluna do Clube do Bolinha, o BPM apresenta o Luciano Dutra, que nasceu em Viamão, RS, e é tradutor e editor de obras literárias de línguas nórdicas. Ao que se saiba, ele é o único tradutor juramentado do islandês para o português. Participa ativamente da vida política islandesa, integrando em maio a lista do Partido Socialista da Islândia à câmara municipal/prefeitura de Reykjavík. Foi o pesquisador e roteirista do documentário Ao Sul Eles Foram (original em islandês, Vögguvísa úr öðrum heimi), dirigido por Sigursteinn Másson, sobre a imigração islandesa no Brasil e tem o projeto, a longo prazo, de publicar o primeiro dicionário islandês-português de que se tem notícia. Mantém no Facebook a página Um Poema Nórdico ao Dia, onde publica diariamente poetas nórdicos em tradução.
    Agradeço, de coração, o tempo que Luciano encontrou na vida super ocupada para responder às perguntas do BPM e desejo muito sucesso sempre!

    BPM – Conte um pouco sobre a sua trajetória: como você veio parar na Islândia e há quanto tempo mora fora do Brasil?

    Luciano – Vim à Islândia originalmente em 2002 para estudar islandês e literatura islandesa na Háskóli Íslands (Universidade da Islândia), em Reykjavík. Depois, agreguei uma ênfase secundária em estudos de tradução, comecei um mestrado nessa mesma área, me tornei tradutor juramentado do islandês e passei a participar da política islandesa (primeiro, pelos sociais-democratas do Samfylkingin e, desde o ano passado, como um dos tantos fundadores do Partido Socialista da Islândia). No total, incluindo a Islândia e passagens breves pela Noruega e pela Suécia, moro fora do Brasil há catorze anos.

    Leia também: Georg Leite, fotógrafo e ator na Islândia

    BPM – Como se deu o seu interesse pelo islandês e como você aprendeu a língua? Que dicas você dá para quem quer aprender um idioma difícil como esse?

    Luciano – O meu interesse pela língua islandesa teve origem nas minhas leituras da obra de Jorge Luis Borges, que era um aficionado das literaturas germânicas medievais, especialmente do anglo-saxão (inglês antigo) e islandês medieval (nórdico antigo). Comecei a aprender o islandês na Háskóli Íslands e diria que ainda estou e continuarei aprendendo esse idioma o resto da vida, pois ele, com suas declinações irregulares e vocabulário autóctone muito distinto do das línguas europeias com que estamos mais familiarizados, é tão diverso do português, que é preciso muito tempo para expressar-se por escrito de forma satisfatória. Para começar a falar, porém, bastam de um a dois anos de imersão na vida islandesa, seja através de laços familiares ou de amizade ou em ambientes laborais onde o islandês seja a única língua falada, para dar os primeiros passos.

    Leia também: Perguntas frequentes sobre a Islândia

    BPM –  Você se imaginava tendo esta profissão e levando a vida que leva quando morava no Brasil, há uns 20 anos? Você acha que teria as mesmas oportunidades no Brasil, ou aqui a vida profissional é melhor?

    Luciano – No Brasil, a minha vida como tradutor seria muito mais complicada. Tenho a experiência de viver 4 anos no Brasil (2009 a 2012) trabalhando para agências internacionais de tradução e também como tradutor literário das línguas nórdicas: eram horas excessivas de trabalho diário solitário em casa para conseguir manter um padrão de vida que, num país como a Islândia, é possível de se ter com qualquer emprego assalariado. Acredito que a Islândia, por ser um país de população tão reduzida – mas ao mesmo tempo com todas as demandas de uma sociedade moderna e de uma nação independente – oferece mais oportunidades para quem aqui se estabelece e está aberto a aprender o idioma e se adaptar à cultura e aos hábitos locais. Então, nesse sentido, eu diria que o mercado laboral é mais favorável ao trabalhador do que no Brasil, especialmente em termos de reconhecimento, que aqui é praticamente imediato.

    Foto: Georg Leite

    BPM – Você alguma vez sofreu preconceito por ser brasileiro ou simplesmente estrangeiro?

    Luciano – Apenas um episódio decorrente mais de um mal-entendido do que qualquer outra coisa, nesses 14 anos morando fora. De resto, creio que se houve algum tipo de preconceito, foi um preconceito positivo, por ser brasileiro, pois ainda gozamos, como indivíduos, de um grau de simpatia muito grande, talvez pela questão do futebol, talvez por sermos oriundos de um país que há mais de 150 anos não se envolve em nenhum conflito de grandes proporções.

    BPM – Há muitas pessoas querendo sair do Brasil, recebemos muitas perguntas sobre como fazer para imigrar. Qual a sua mensagem para essas pessoas?

    Luciano – Eu diria àqueles que pensam em tentar a sorte fora do Brasil que, assim como no nosso país, nem tudo é um mar de rosas, como muitas vezes se imagina. Estar longe dos entes queridos (sejam familiares ou amigos) é algo que, para muitas pessoas, não compensa a qualidade de vida que, uma vez bem estabelecido e adaptado no novo país, é possível alcançar. É tudo uma questão de escolha e prioridade de cada momento na vida. Para quem tem muito apego à família, ou, por exemplo, tem pais em idade mais avançada, esse é um especialmente sensível e difícil. E esse é apenas um dos fatores a considerar antes de tomar uma decisão tão importante na vida.

    Leia também: David Motta, a estrela do Teatro Bolshoi

    BPM – O que você mais gosta na Islândia e o que menos gosta aqui?

    Luciano – O que mais gosto de morar aqui é o sentido de comunidade, de fazer parte de algo e não ser apenas um número ou um nome numa folha de papel. Num país de 330 mil pessoas, cada um faz a diferença, ou pelo menos pode fazer, se assim o desejar. O que menos gosto talvez seja um certo ranço provinciano um tanto comum em sociedades de menor porte e especialmente num país ilhéu, onde o isolamento é questão até de identidade nacional. Uma das manifestações desse provincianismo é dar talvez importância demasiada a coisas que em sociedades mais complexas nem seriam considerados problemas relevantes, outra manifestação é a ignorância quase absoluta em relação a tudo o que não seja o circuito do Atlântico Norte (América do Norte anglo-saxã e Europa Ocidental). Muita gente aqui ainda pensa, por exemplo, que falamos castelhano no Brasil ou que o México fica na América do Sul…

    BPM – Qual o seu maior desafio hoje?

    Luciano – Grandes desafios neste momento são dar conta dos diferentes papeis sociais a que somos levados a desempenhar num país tão pequeno e também a já mencionada distância dos entes queridos, que parece que se agrava conforme a nossa idade vai avançando.

    BPM – Sabemos que você tem uma editora, a Sagarana forlag. Como surgiu essa ideia e como ela se concretizou?

    Luciano – A ideia de fundar a Sagarana forlag, em 2014, era trazer literatura brasileira para a Islândia e vice-versa (literatura islandesa medieval, como as sagas, e contemporânea, em tradução brasileira). Porém, nesses quatro anos, já publicamos literatura islandesa inédita, literatura escandinava (Karl Ove Knausgård, Josefine Klougart) e também literatura portuguesa (Valter Hugo Mãe) em tradução islandesa. Ano passado, a Sagarana forlag estabeleceu uma parceria com a Editora Moinhos de Belo Horizonte com vistas a editar obras em prosa e verso de autores nórdicos no Brasil, em regime de co-edição.

    Leia também: Inácio Pacas, um brasileiro famoso na Islândia

    BPM – Você está preparando um dicionário de islandês-português, será o primeiro editado no mundo. Fale um pouco sobre isso.

    Luciano –  Esse é um projeto que surgiu logo que comecei a estudar islandês na universidade aqui, pois senti falta de materiais didáticos em português, e também como tradutor e intérprete a falta de um dicionário bilíngue entre os dois idiomas também era gritante. Concluir um dicionário, porém, é uma tarefa hercúlea que exige mais recursos financeiros e tempo que apenas uma pessoa consiga realizar. Então, no momento, e já há vários anos, o projeto encontra-se em banho maria, sem previsão de publicação.

    BPM – Você pensa em voltar para o Brasil?

    Luciano – Penso, claro, em voltar ao Brasil regularmente por razões familiares e de amigos, mas também para participar, seja como tradutor ou como editor, de eventos literários como a Flip ou a Feira do Livro de Porto Alegre, como já fiz o ano passado. Mas voltar para me restabelecer permanentemente não é algo viável ou desejável no momento. Minha vida é aqui, aqui demorei mais de uma década para me estabelecer e ter uma vida estável e relativamente confortável, mas, sobretudo, segura. É difícil abrir mão disso, para ser honesto.

    BPM – Qual o seu lema de vida?

    Luciano –  Não tenho propriamente um lema, mas acredito em algumas coisas: que devagar se vai ao longe; que o mundo é cheio de oportunidades, muito mais do que de problemas, para quem está disposto a arregaçar as mangas; que ainda há motivos para acreditar no ser humano e para lutar por um mundo melhor; que não adianta apenas reclamar de tudo isso que está por aí, mas, sim, fazer a sua parte para melhorar o mundo à nossa volta, começando por nós mesmos, pela nossa própria casa, pela nossa rua, nosso bairro, nossa cidade e nosso país. O mundo não se muda inteiro de uma vez, mas aos poucos. Sobretudo: que um mundo melhor e mais solidário é possível.

    Textos relacionados

    • Entrevista com Vigdís Finnbogadóttir – Presidente da Islândia – Parte 2
    • Vigdís Finnbogadóttir, Presidente da Islândia – Parte 1
    • Inverno na Islândia
    • Verdades e mitos sobre a Islândia
    • Hábitos islandeses que eu adquiri
    • Inácio Pacas: um brasileiro famoso na Islândia
    Clique aqui para ler mais artigos da mesma autora
    brasileiros na Islândia Clube do Bolinha Islândia Literatura nórdica no Brasil Luciano Dutra Editora Sagarana Luciano Dutra tradutor Luciano Dutra tradutor juramentado vida na Islândia
    Share. Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Erika Martins Carneiro
    • Website
    • Facebook

    Erika é guia de turismo e tradutora. Estudou Letras na Unicamp/SP, e fez mestrado na Universidade Livre de Berlim. Trabalhou na Alemanha e no Brasil como professora de línguas, apresentadora e assistente de redação e produção de TV, também com gestão cultural e foi revisora do BPM. Mora em Reykjavik desde 2006 anos e é mãe de duas meninas.

    Related Posts

    Marco Rabello – Dono do Taste of Brazil Restaurant no Missouri

    June 7, 2019

    Iuri Ribeiro fala sobre como arrumar emprego na Alemanha

    June 6, 2019

    Vandré Souza – empreendedor na Turquia

    June 5, 2019

    5 Comments

    1. Caio Sabadin on June 8, 2018 11:53 pm

      Poxa, fico muito feliz com essa entrevista. Eu adoraria conhecer mais das literatura nórdica, e tenho certeza que a Sagarana Forlag (aliás, ótimo trocadilho!) será de grande ajuda neste processo. Além disso, conhecer um brasileiro que conseguiu realizar um dos meus maiores sonhos é sempre inspirador hahaha. Meus parabéns, Luciano. E muito obrigado, Erika, por seu trabalho maravilhoso de falar sobre este país lindo que é a Islândia.

      Um dia crio coragem e volto a estudar o idioma…

      Reply
      • Erika Martins Carneiro on June 11, 2018 12:53 pm

        Muito obrigada, Caio, Fico feliz que você gostou!
        Realmente o Luciano tem uma trajetória admirável, sou grata pela oportunidade.
        Venha realizar o seu sonho, sim, a Islândia é encantadora e você, com certeza, vai gostar.
        Abraço e boa sorte nos seus planos!

        Reply
    2. Cristiane Leme on July 14, 2018 10:55 pm

      Erika, que massa a entrevista! Acompanho a página dele no Facebook e fiquei feliz de saber um pouco mais sobre esse trabalho tão importante que o Luciano está fazendo. Obrigada por nos presentear com mais um conteúdo de qualidade. Beijos!

      Reply
    3. Luis Silva on July 24, 2019 9:39 pm

      Boa noite,sou cidadao portugues e residi 13 anos na islandia,gostaria de saber o email de Luciano Dutra
      tenho umas duvidas acerca de documentos islandeses e por exemplo ,ele é tradutor juramentado de islandes portugues,ele é cadastrado aqui no brasil?ele reside na islandia ou no brasil,por acaso estou residindo no Rio Grande do Sul,eu penso que uma vez fui obter informações acerca da minha aposentadoria e acho que quem me atendeu foi ele,foi muito simpatico e atencioso comigo,desde já obrigado pela atençao dispensada,
      atenciosamente,

      Luis Silva

      Reply
      • Liliane Oliveira on July 25, 2019 1:47 pm

        Olá Luis,
        A Erika Martins Carneiro, infelizmente parou de colaborar conosco.
        Obrigada,
        Edição BPM

        Reply

    Leave A Reply Cancel Reply

    This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

    • Facebook
    • Instagram
    Curiosidades Pelo Mundo

    Novas gírias e expressōes faladas nos Estados Unidos

    By Alessandra FerreiraMarch 1, 20230

    Olá! Mais um ano se passou, agora o Covid-19 e a pandemia ficaram cada vez…

    Terremoto na Turquia

    February 10, 2023

    Natal em tempos de guerra

    December 21, 2022

    10 fatos mais chocantes ao mudar para Turquia

    October 25, 2022
    Categorias populares

    Green Card e Residência permanente após o casamento

    April 26, 2015

    Como morar legalmente na Espanha

    August 7, 2015

    Como estudar no Ensino Superior em Portugal

    August 14, 2014

    Como é morar em Santiago no Chile

    June 28, 2014

    Validação do diploma brasileiro nos EUA

    May 20, 2016

    Cinco razões para não morar na Dinamarca

    April 19, 2015

    É brasileiro e reside no exterior? A Receita Federal ainda lembra de você!

    February 9, 2017

    Passo-a-passo para fazer mestrado ou doutorado com tudo pago nos EUA

    March 2, 2016
    BrasileirasPeloMundo.com
    Facebook Instagram
    • Sobre o BPM
    • Autoras
    • Na Mídia
    • Anuncie
    • Contato
    • Aviso Legal
    • Política de privacidade
    • Links
    © 2012-2023 BrasileirasPeloMundo.com

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.