Mas por que morar na Austrália?
Meu nome é Lívia, tenho alguns aninhos de vida (idade é como a gente se sente,
né amores, não o que consta na certidão de nascimento – risos), e uma vontade imensa
de conhecer o mundo! Sou muito interessada em diversos temas, então estou sempre lendo algum texto diferente ou assistindo uma palestra no YouTube, um vídeo do TED… enfim!
Dia desses vi um vídeo que criticava essa questão de sempre perguntarmos aos outros “O que você faz da vida?” esperando uma profissão como resposta, como se seu diploma definisse quem você é. E foi aí que parei e pensei… como isso faz sentido! Desde sempre, conheço alguém e já vou logo querendo saber com o que a pessoa trabalha, como ela faz dinheiro, mas você já parou para pensar que somos muito mais que isso?
Eu, por exemplo, sou formada em Economia com pós-graduação em Marketing; mas e aí? Já trabalhei com RH, Marketing, Suprimentos, Comercial, desde que cheguei na Austrália, então, já fiz cada serviço louco… me formei em professora de inglês para estrangeiros, sou apaixonada por dança, amo escrever, amo estudar autodesenvolvimento, sou viciada em música, tricolor (carioca) de coração, fico emocionada ao ver o pôr-do-sol e quase choro sempre que me deparo com uma paisagem bonita… ou seja, tão, mas tão mais que simplesmente Economista com especialização em Marketing, não acham?
E foi essa complexidade toda que fez com que eu viesse parar aqui na Austrália. Sempre amei viajar, e o passar do tempo só fez com que essa vontade de explorar o mundo crescesse mais e mais. Entretanto, apesar daminha carreira relativamente estável e com um bom salário no Brasil abrirem portas (digo, grana mesmo) para eu viajar por aí, uma vez ao ano era pouco para mim… e com o nível de estresse sempre lá em cima, alguma preocupação sem sentido na cabeça… a conta não estava fechando, sabe? E foi aí que decidi arrumar as malas e correr atrás desse sonho louco de explorar, de ser nômade digital.
Como sou casada com alguém mais nômade ainda que eu, sentamos juntos e, após avaliarmos diversas possibilidades, e depois de muitas dúvidas se deveríamos ou não dar esse passo, resolvemos vir para Sydney, na Austrália.
Mas por que a Austrália?
Não era a minha primeira opção, confesso. Já tinha feito intercâmbio para o Canadá, e sou
apaixonada pelo país, então queria voltar para lá, mas o frio e o custo estavam jogando contra esse meu desejo… então decidi abrir meu coração para a Austrália, país que eu sempre ouvir dizer que era o “Brasil que deu certo” (será?).
A distância realmente é um ponto negativo, mas para quem não tem cidadania europeia ou uma oferta de emprego ou qualquer facilitador para entrar em um país que não o seu de origem (o que era meu caso), a Austrália (ainda) é um lugar mais “fácil” de ir, pois o visto de estudo a partir de 14 semanas te dá direito a trabalhar 20h semanais, o que ajuda bastante a equilibrar o orçamento. Sendo assim, decidimos que era a opção mais viável, e embarcamos nessa jornada.
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E cá estamos nós, há quase 8 meses, vivendo esse momento tão esperado e tão cheio de
incertezas. Em muitos sentidos a Austrália me surpreendeu, tanto positiva quanto
negativamente. Sydney é uma cidade linda e muito segura, e a segurança, para mim, é
exatamente a melhor característica daqui.
O fato de ser uma cidade desenvolvida, mas com dezenas de praias (são mais de 70 só em Sydney) também é algo que eu adoro! Assim como no meu amado Rio de Janeiro, a gente pode sair do escritório e dar um mergulho (aqui, no caso, somente no verão). Ou uma caminhada. Ou só tomar uma água-de-coco. Enfim, a praia é logo ali. E isto é muito bom.
Claro que nem tudo são flores, então tem os pontos negativos também. Às vezes, falta calor humano, mas isto é algo que nós, brasileiros, vamos sentir em qualquer lugar, porque povo alegre e caloroso igual a gente, acho que não tem não!
E tem, ainda, a variada fauna australiana, que inclui pássaros lindos voando por aí, o que é uma graça, mas também inclui aranhas, baratas e outros bichos não tão agradáveis assim. Hoje mesmo acordei com uma aranha enorme na parede do meu quarto me dando bom dia. Legal, né? Só que não.
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Mas vamos vivendo, um dia após o outro, com mil aprendizados e histórias para contar. Tem sido fácil? Não, nem um pouco. Vale a pena? É claro que sim, especialmente para quem tem o gene da inquietude na veia, para quem acredita que o mundo é muito grande para ficar em um lugar só, e que a vida é muito curta para trabalhar e pagar as contas apenas.
Se você se identifica com essas premissas, ou se ficou curioso para saber o que tenho vivido por aí, a partir de agora você vai me encontrar aqui no Brasileiras Pelo Mundo, e vai poder acompanhar um pouquinho da minha história e da Austrália a partir do meu ponto de vista.
Então fiquem ligados que, aos poucos, vou dividindo com vocês o que rola na terra do canguru…
Um abração e até a próxima!
16 Comments
Você esta fazendo um intercambio?
Oi Beatriz,
Sim, estou aqui como estudante, portanto acho que caracteriza intercâmbio, né? 🙂
É um intercambio que voce esta fazendo? se sim, é de quanto tempo??
Oi Marli,
É intercâmbio, sim, mas ainda não sei exatamente quando voltarei para o Brasil… 🙂
Adorei o seu texto.
Muito honesto e realista.
Ansiosa pelo próximo post.
Obrigada, amore!!! 🙂
Oi Lívia!!!
Adorei o post!!!
To louca para saber das histórias que vcs estão vivenciando por aí!!!
Um beijão!!!
Obrigada, lindona, em breve tem mais!
Beijão!
Adorei!!! Parabéns! Já estou ansiosa pelo próximo post????
Obrigada, Silvana! 🙂
Oi Livia, eu moro nos Estados Unidos, especificamente no Texas, em Dallas ja ha 23 anos. Foram anos de muita luta em varias aspectos. Trabalhei fazendo muitas coisas em que eu nunca tinha feito na minha própria no Brasil. A Lingua, a cultura, e tudo mais foram um choque enorme. Exatamente outro mundo, totalmente diferente do nosso Brasil. Ainda continuo aprendendo cada dia uma palavra nova. Mas o tempo foi passando e a gente começa a criar raizes e ja me sinto fazendo parte desse lugar.
Beijos, outro dia falamos mais um pouquinho
Com certeza Jodilma, após 23 anos você deve se sentir parte dos EUA, mas também deve ter suas raízes brasileiras dentro de você, certo? O bom é isso, aproveitar o melhor que cada país pode nos ensinar! 🙂
Muito bom o seu texto. Me identifiquei bastante, também estou deixando a famosa zona de conforto aqui no Brasil e partindo para Brisbane em Agosto. Um baita frio na barriga, mas muita animação com essa nova fase também. A princípio vou ficar oito meses. Esses relatos ajudam bastante quem está, assim como eu, partindo para o intercâmbio. Obrigado.
Fico feliz em saber que o texto te ajudou, Celso! Venha com coração e cabeça abertos que, com certeza, a experiência será válida! Sucesso!
Olá Lívia! Eu também tenho um desejo enorme de morar fora do Brasil, e apesar de eu ser apaixonado pela Austrália, existem algumas coisas que me deixam em dúvidas se esse é o país certo. Por exemplo, não há muitos voos no lado ocidental para Austrália e Nova Zelândia, e acredito que isso deixa as passagens aéreas muito caras; e também pelo fato da Austrália ser muito longe do Brasil (penso nas situações de emergência, deve ser bem complicado voltar ao país sem ter um planejamento prévio) são coisas que me deixam incomodado. Mas pra você, esses problemas são superáveis? E a Austrália é um país que possibilita viver de forma permanente, ou é um processo difícil? Como estão seus planos no futuro por aí? Um abraço!
Oi Elias,
Seus pontos são bem válidos, a distância, de fato, é o ponto mais negativo da Austrália, na minha opinião… mas também é parte do que a torna um país tão peculiar! Hoje em dia temos tecnologia mais que suficiente para amenizar esses km que nos separam, mas com certeza saber que estamos há, pelo menos, 1 dia de distância da nossa família e amigos não é tarefa fácil, não… vai muito de cada um! 🙂
Sobre residência permanente, hoje em dia está mais complicado que há alguns anos, mas existem caminhos para isso, sim… de novo, não é um processo simples, mas é possível!
Abraços!