Depois de muito esforço, correria, papelada, exame de nível de francês, espera, entrevista no Campus France, entrevista na embaixada, espera, conversas com o coordenador do curso, ansiedade, mais espera… Parabéns! Finalmente você conseguiu a tão sonhada vaga para estudar na França! Você surta, comemora, alegra-se. Até que finalmente a poeira baixa e você se pergunta: “- Como vou pagar pelos meus estudos na França?”
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Antes de fazer um empréstimo com juros altíssimos ou de chorar e querer desistir, leia até o final, há várias opções para realizar o tão sonhado intercâmbio. Você precisa levar em conta que, além de pagar pelo curso, você também vai ter o custo de vida – alojamento, alimentação e deslocamento, só para citar alguns. Então pode ser que você precise de dois ou mais meios de financiar essa aventura.
Bolsas de estudos
Obter uma bolsa é, sem dúvida, o jeito mais cômodo de estudar no exterior. O primeiro lugar para procurar é no departamento internacional da sua universidade. Muitas faculdades possuem convênios que isentam o aluno de pagar as taxas da universidade que os recebe, o que já é uma ajuda e tanto. Além disso, existem programas específicos para enviar estudantes brasileiros ao exterior com todas as despesas pagas, como o BRAFITEC e o BRAFAGRI.
O governo francês disponibiliza diversas bolsas com diferentes valores pagos. A Bolsa Eiffel é destinada aos alunos de pós, mestrado e doutorado, com mensalidades de mais de mil euros. Inclusive, cursos longos como medicina e engenharia, a partir do quarto ano, são considerados como mestrado na França.
A Erasmus Mundus e Erasmus + são bolsas da União Europeia que podem cobrir os custos total ou parcialmente. Já a bolsa Victor Hugo é destinada aos futuros estudantes da Université de Franche Comté.
Existem também fundações privadas que ofertam bolsas que vão de uma parte do valor até o pagamento integral dos custos. A bolsa Líderes Estudar financia de 20 a 80% dos custos. A Fundação Corporativa Francis Bouygues fornece até 8 mil euros ao ano àqueles que receberem a bolsa.
Por fim, existem diversos sites que sumarizam as várias bolsas disponíveis. Em português, indico o Partiu Intercâmbio, por ser bem atualizado e de fácil uso. Para as que já falam outro idioma, o CampusBourses é o mais completo, disponível em francês, inglês e espanhol.
Crowdfunding
Para quem não conhece, o crowdfunding (ou financiamento coletivo) é um meio de arrecadação de dinheiro cada vez mais em voga. Nele, você cria uma espécie de vaquinha em sites como GoFundMe, Hubbub e o brasileiro Vakinha, nos quais qualquer um pode fazer uma doação. Você delimita quanto quer conseguir, até quando, e explica o porquê, definindo “prêmios” para as pessoas que doarem determinadas quantias. Uma vez atingido o objetivo, o site libera o pagamento, menos a taxa de administração, que varia de site para site. Atenção: se a meta não for alcançada, todo o dinheiro é devolvido para os doadores.
O crowdfunding é particularmente uma boa ideia para estudantes com uma boa história pra contar (superou adversidades ou tem um projeto para mudar o mundo? Não seja tímido! Conte sua narrativa.), alunos de baixa renda e pessoas criativas que podem entregar uma amostra de seu trabalho para quem optar por dar mais dinheiro. Mas, mesmo se você não se encaixa nessas categorias, você ainda pode tentar!
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Decidiu seguir em frente? Aqui vão algumas dicas. Não defina um valor alto demais ou além do que você precisa para pagar o curso a não ser que você consiga justificar o gasto, com passagens aéreas, por exemplo. Faça todas as contas, incluindo gastos com a plataforma de crowdfunding, e explique cada um dos itens. Mostre como e porque fazer aquele curso vai beneficiar não só você mas também sua comunidade. Deixe a vergonha de lado e se prepare para pedir a contribuição de todo mundo que você conhecer (ou não conhecer!). Não tenha medo de contar de onde você veio e para onde está tentando ir. Que tal montar um blog para que as pessoas acompanhem sua jornada?
Empréstimo estudantil
Correu atrás de tudo isso e ainda assim não conseguiu juntar toda a grana para financiar os estudos? Considere um empréstimo estudantil. Os juros são mais baixos e o prazo para pagar melhor que os empréstimos padrões. Portanto, passe no seu banco, pergunte e negocie. Não deixe de comparar com outros bancos, já que eles podem ter condições mais atrativas, mesmo que você não seja correntista.
Job étudiant
Agora você já está na França e decidiu estender seus estudos, ou teve outro gasto imprevisto e as contas não estão fechando? Saiba que, com um visto de longa duração estudantil, você tem direito a trabalhar legalmente por até 964 horas por ano, equivalente a aproximadamente 20 horas por semana. Lembrando que o valor mínimo bruto de uma hora de trabalho (SMIC horaire) é de 10,03 € em 2019.
Os empregos estudantis (também chamados de job étudiant) mais comuns são babá, garçom, tutor/professor particular, hostess, acompanhante de crianças em viagens, vendedora e andador de cachorros. Além dos sites já relacionados, também é possível encontrar empregos no Jobaviz e no JobEtudiant.
E aí, animada para começar seus estudos na França? Conseguiu pagar o intercâmbio de algum outro jeito? Conta aqui!
2 Comments
Oi Laura, tudo bem?
Para cidadãos europeus (em meu caso cidadania italiana – em breve espero :)) é tranquilo conseguir uma oportunidade de estudar na França? Vi que há algumas universidades que oferecem mestrados bem em conta, como menos de 500 euros o ano (na área de química).
Também gostaria de saber sobre trabalho, se você saberia me dizer se é tranquilo revalidar o diploma brasileiro na França para poder trabalhar.
Muito obrigado!
Olá Lucas,
A Autora não faz mais parte do nosso time de colunistas. No momento não temos ninguém escrevendo da França para tentar lhe ajudar.
Agradecemos pela visita.
Equipe BPM