Grupo Brasileiras na Polônia.
Este mês, para celebrar 1 ano de colaboração com o BPM, e coincidentemente, da existência do grupo Brasileiras na Polônia, decidi fazer algo diferente: ouvir um pouco de outras brasileiras que vieram para cá. Como foi a chegada ao país, lidar com as expectativas e os desafios; diferenças culturais e saudades de casa e do convívio com os compatriotas; qual foi a importância do grupo para elas antes e depois da chegada à Polônia.
Este grupo é assim: além da acolhida às brasileiras que estão chegando, matamos saudades de ouvir e falar o idioma materno, mantemos algumas de nossas tradições e costumes (já fizemos festa junina e amigo secreto!) e aumentamos, a cada encontro, a nossa família em terras polonesas.
Boa leitura!
“Cheguei em Varsóvia em outubro de 2015. No começo, tudo era um grande desafio, até as tarefas mais simples como ir ao supermercado exigiam preparação e esforço. O meu processo de adaptação foi dolorido, eu precisava me redescobrir: entender que a profissional de sucesso extremamente ocupada tinha ficado no Brasil e que agora havia tempo sobrando que eu não sabia como preencher. Era preciso ensinar o meu corpo que ele não precisava ir pra cama às 17h só porque desde às 15h30 estava um verdadeiro breu do lado de fora. Era preciso aprender um novo e difícil idioma, reconhecer as nuances de uma cultura estranha, se preparar para o inverno, procurar um novo emprego, controlar a saudade, fazer novos amigos, descobrir como se fala chocolate granulado em polonês, uma manicure bacana, como é depilação aqui, um bom ginecologista que falasse inglês, e dentista? Em dezembro me indicaram o grupo Brasileiras na Polônia no Facebook e, de cara, percebi um ambiente acolhedor. Era fantástico trocar experiências, tirar dúvidas com mulheres que estavam aqui há mais tempo e que tinham várias das respostas que hoje parecem tão pequenas, mas que já foram tão angustiantes um dia. É difícil descrever a sensação de participar do primeiro encontro, foi a primeira vez em meses que não precisei me preocupar se aquela era a preposição correta ou se o verbo estava conjugado no tempo certo, falar era natural e, às vezes, nem era necessário porque o olhar, o sorriso e o contexto já deixava tudo claro. Acredito que só quem já passou pela experiência de viver em outro país consegue entender a sensação de familiaridade que uma comunidade como essa pode proporcionar.” Aline, 35 anos, São Paulo, na Polônia há 1 ano e 3 meses.
“A minha chegada ao país não foi totalmente um choque, porque passei uns dias por aqui outras vezes e já conhecia um pouco da cultura e língua, porque frequentava ambientes polônicos (de descendentes de poloneses) no Brasil. Além disso, tenho o apoio da fundação que me concedeu uma bolsa de estudos. O grupo “Brasileiras na Polônia” ajuda bastante em questões de dicas e dúvidas que acredito que toda pessoa que sai de sua terra natal tem. Graças ao grupo tenho uma grande amiga, a Jéssica Chastinet. As reuniões do grupo são muito interessantes e é um bom ambiente para conhecer outros estilos de vida na capital polonesa, já que estou aqui para estudar e muitas das moças estão por causa de relacionamentos e/ou família. Como sou curiosa e adora explorar lugares novos, aproveito bastante as sugestões de lugares e sempre tento contribuir com informações que encontrei.” Milena, 29 anos, Lapa-PR, na Polônia há 4 meses.
“Já havia estado na Polônia algumas vezes para visitar a família do meu marido, tanto que casei no civil aqui. Decidimos morar na Polônia como a maioria pela busca de uma vida mais segura e pelo elevado nível de educação que o meu filho terá acesso. Logo que a decisão foi tomada, comecei a procura por brasileiros que morassem aqui, pois imaginei que seria bom ter com quem conversar e, principalmente, se estivessem numa situação parecida comigo. Quando encontrei o grupo de brasileiras na Polônia me senti menos peixe fora d’água e percebi que como eu, existem várias. O grupo foi e continua sendo uma grande descoberta para mim, me envolvi tanto que me tornei uma das administradoras. Fiz amizades reais por intermédio do grupo, o online passou a ser físico e tenho certeza que foi por estas novas amizades que não desisti de ficar por aqui.” Caroline, 36 anos, Curitiba-PR, na Polônia há 1 ano e 4 meses.
“Quando saímos da nossa terra materna nós sentimos uma grande mistura de emoções, muitas vezes, sem explicação, mas com uma grande dose de diferenças, culturais, emocionais, enfim, um grande amadurecimento. Ao sair do Brasil fui para França, local onde meu marido nasceu e onde, a princípio, escolhemos viver. Há 6 meses recebemos a oportunidade de descobrir outro país, a Polônia. No começo muitas dúvidas me cercaram, como a língua e a comida. Como sempre fui muito autêntica e sentimental, tinha medo do que estaria por vir, então, não criei expectativas. Como viveria em Varsóvia, através das redes sociais tive a oportunidade de ser aceita e muito bem recebida em um grupo de brasileiras na Polônia onde me concederam apoio, esclarecimento de dúvidas e compartilhamento de experiências. E apesar da dificuldade com a língua e do frio que muitos descrevem, encontrei aqui muito calor humano. Agradeço imensamente ao grupo e às pessoas de bem que direta ou indiretamente sempre estão disponíveis para nos auxiliar.” Regiane, 38 anos, na Polônia há 4 meses.
1 Comment
Gostaria de ajuda com custo de vida para Cracow, o que seria um bom salario para morar com 2 crianças pequenas lá, se alguém puder entrar em contato mesmo que diretamente comigo eu agradeço muito