Cheguei na Cidade do México na metade do mês de janeiro e acredito que agora já juntei algumas impressões para contar para vocês.
A cidade é classificada pela ONU como a quinta maior cidade do mundo, com 21 milhões e 581 mil habitantes, ficando atrás apenas de Tóquio, com 37 milhões de habitantes, Nova Deli, com 29 milhões, Shanghai, com 26 milhões, e minha amada São Paulo, com 21,6 milhões de habitantes.
Ao desembarcar no aeroporto Benito Juaréz, a primeira coisa que notei foi o instantâneo ressecamento das minhas narinas e lábios e a quase imediata tosse e garganta seca que se formaram. Sim, a poluição intensa da CDMX já estava tomando conta do meu organismo. A cidade fica cercada por cadeias de montanhas, e isso faz com que toda poluição produzida fique presa e não se dissipe.
O clima por aqui também é bem extremo. Cheguei no inverno, e as noites são muito frias, com temperaturas chegando a 4 graus. Porém, durante o dia, a temperatura sobe e chega a atingir os 25 graus. Para quem está chegando do Brasil, de São Paulo, essa variação pode parecer bem normal, porém para quem está chegando da Europa ou de alguma região com um clima mais estável, essas diferenças podem ser bastante incômodas no início.
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Uma coisa que eu notei aqui é algo que eu classifico como “cidades dentro da cidade”. A CDMX é uma mistura muito maluca de heranças culturais astecas, espanholas e influências modernas muito fortes. Portanto, quando você começa a caminhar na cidade, ao mudar de bairro (ou colônia, como eles chamam, e eu vou falar mais sobre isso), você enxerga uma diferença enorme.
Na região central da cidade, vai perceber a influência forte da cultura ancestral asteca, com os sítios arqueológicos, ao mesmo tempo que são bem misturados com as construções e arquitetura espanhola. Se for para o bairro de Coyoacán, vai se sentir num cenário de filme antigo espanhol. Casas com pé direito alto, feitas de madeira, ruas ladrilhadas, praças centrais, mercados de rua. Se cruzar o túnel da cidade e chegar em Polanco, seus olhos se arregalarão com os prédios altíssimos, um bairro totalmente moderno, com influências estrangeiras e preparado quase que completamente para receber os expatriados e a alta sociedade mexicana. Falando assim não parece nada diferente do que muitas vezes encontramos em São Paulo, porém aqui os estilos e influências culturais são tão marcantes e expressivos, que parece de verdade que você mudou de cidade e, às vezes, de país.
Como eu disse ali em cima, por aqui não existe o conceito de “bairro” como conhecemos no Brasil ou em outras cidades ao redor do mundo. A Cidade do México é dividida pelo que eles chamam de “Delegações”, e dentro dessas delegações existem as “Colônias”. O que para nós é bairro, para eles é colônia. O problema é que uma colônia tem um tamanho muito maior que um bairro às vezes (rs). Porém, o interessante disso é que algumas colônias ficaram muito conhecidas e características em alguns aspectos, então facilita muito a vida quando você está visitando a cidade. Aqui, se você está a passeio ou morando, quando alguém pergunta “onde você mora/se hospeda?”, é com o nome da colônia que você irá responder.
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Pimenta. Já te falaram que no México tudo tem pimenta? Pois é, essa informação não é um exagero. Mas não é só dela que você precisa para andar por aqui. Nunca pergunte se algo é picante, o nosso nível de tolerância à pimenta não é o mesmo do mexicano. Sempre pergunte se tem pimenta no prato que está pedindo. Se tiver, aconselho que peça sem pimenta e coloque o molho à parte para provar. Evite comer comida de rua (essas de barraquinha, isso não quer dizer para trocar a comida local por McDonalds, ok?), a não ser que você seja corajosa e não ligue de talvez encarar o banheiro alguns dias seguidos (rs). Água, sempre engarrafada, por favor! Tomando esses cuidados, você estará segura.
Por último, uma dica para as mulheres: o México é um país extremamente machista. Eu gostaria de não estar escrevendo esse parágrafo e de não ter que dizer que é bem complicado ser mulher por aqui. Os homens olham e mexem com as mulheres na rua muito mais do que em qualquer lugar pelo qual eu já tenha passado. Mais do que no Brasil, e eu não achei que isso fosse possível. A estrangeira é facilmente reconhecida aqui, isso chama a atenção, e o homem mexicano (sem generalizar, mas posso dizer que infelizmente a maioria é assim) não tem nenhum pudor em lhe olhar, em fazer perguntas do tipo “você veio com o seu marido pra cá?”. Então, ao andar pela Cidade do México, ande atenta. Eu nunca me senti insegura aqui, de verdade, porém nunca também descuidei da minha segurança.
2 Comments
Muito bom… Parabéns pelo artigo! Deus abençoe e sucesso.
Muito obrigada, Adriano! Que bom que gostou 🙂
Um abraço,
Sté