Sete curiosidades sobre o verão no Japão.
De junho a agosto o verão invade o país do sol nascente. Embora as temperaturas comecem a subir já em maio, os meses de julho e agosto são considerados os mais quentes do ano. Conheça sete curiosidades sobre essa estação tão marcante e vibrante que ocorre de forma única, no Japão.
1. O clima é atípico
Um fato muito intrigante para mim é explicar o verão japonês para os meus amigos brasileiros. Embora eu ame essa estação, conviver com o verão japonês não é uma tarefa fácil. Isso porque nesse período o clima é considerado atípico:
Chove muito. O início da estação, entre junho e julho, é conhecido como tsuyu (estação da chuva). No entanto, o aquecimento global e o aumento da temperatura tem causado chuvas cada vez mais intensas em todo o país. Com o objetivo de contornar o problema de uma eventual inundação na região de Tóquio e arredores, foi desenvolvido o maior sistema de escoamento do mundo, chamado de Metropolitan Area Outer Underground Discharge Channel (Canal de Descarga Subterrânea da Área Metropolitana – MAOUDC), capaz de bombear 200 metros cúbicos de água por segundo.
O clima é quente e úmido. Durante o verão, a temperatura média em Tóquio e de grande parte do Japão é de aproximadamente 30°C, com 80% de umidade relativa do ar. Com exceção do norte do país e das áreas montanhosas, a sensação térmica em boa parte do país é de 40°C. Isso significa que você fica o tempo inteiro com aquela sensação de estar terrivelmente desidratado e com o corpo umedecido. De acordo com os especialistas, o clima quente e úmido é considerado um dos piores do mundo, uma vez que quanto mais úmido, pior é a sensação de calor.
Ocorrência de tufões. Embora não tenha uma época definida, os tufões já começam aparecer nessa época do ano. Em 2018, mais de 18 tufões atingiram o país, de acordo com a Agência Meteorológica do Japão (JMA). Por conta disso, sempre que ocorrer um alerta, os elementos externos devem ser protegidos e deve-se levar em conta que o transporte público, juntamente com as rodovias, podem ser afetados. A fim de se prevenir diante de uma possível situação de emergência é recomendável ter sempre em mãos: uma reserva de alimentos não perecíveis, água, artigos de primeira necessidade e equipamentos de segurança.
2. Época de grandes eventos e festivais
Os dias se tornam mais longos e as noites mais agradáveis. É hora de aproveitar os passeios ao ar livre e participar dos inúmeros eventos realizados nessa época, tais como o Hanabi (festival de fogos de artifício), Matsuri (festival realizado nos templos e santuários), Obon (festival das almas), Tanabata (Festival das estrelas), bon odori (dança tradicional japonesa) e muitos outros. No site da Organização Nacional de Turismo Japonês é possível consultar a agenda dos principais eventos e se programar para visitá-los.
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3. As ruas ganham um colorido especial
As casas são decoradas com furin (tradicional sino japonês) e aos poucos o tom neutro presente nas ruas ganham um colorido especial com o uso do yukata (quimono de verão), leques, toalhas refrescantes, guarda-chuvas e até ventiladores portáteis. As lojas possuem seções enormes dedicadas a produtos específicos de verão que vão desde o lançamento de climatizadores com sensores a roupas com tecnologia exclusiva para ajudar o corpo a se refrescar. Vale muito a pena conhecer a variedade dos itens oferecidos: você vai se surpreender ao encontrar artigos curiosos e jamais vistos!
4. Inicia-se a abertura de locais aquáticos
Nos parques as crianças se divertem com a instalação de jatos de água para se refrescar. As prefeituras oferecem piscinas públicas bem estruturadas por preços acessíveis. E não é só no Brasil que existem os famosos farofeiros, aqui também as praias são invadidas por barracas portáteis e pessoas que chegam com carrinhos carregados de acessórios: bebidas, lanches, esteiras, boias e equipamentos para passar o dia. Por isso, é importante se programar, chegar cedo e marcar território. Vale lembrar que as praias possuem temporadas determinadas para o banho a fim de evitar acidentes com as águas-vivas. Muitos locais não permitem a entrada de pessoas com tatuagens pelo fato de ser considerado um símbolo da yakuza (máfia japonesa).
5. Época de subir o Monte Fuji
Entre os meses de julho e setembro, quando a maior parte da neve já derreteu, é o momento ideal para percorrer os 3.776 metros da montanha mais alta do Japão: são quatro rotas disponíveis, sendo que a trilha mais curta leva 5 horas para subir e 3 horas para descer. Antes de se aventurar, lembre-se que o Fujisan (como os japoneses chamam o Monte Fuji) ainda é um vulcão ativo, portanto é importante se preparar e conhecer as regras disponibilizadas no guia oficial de subida ao Monte Fuji pelas prefeituras locais.
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6. Comidas e bebidas típicas invadem as vitrines
Nessa época, as lojas e restaurantes costumam oferecer um cardápio mais leve e refrescante: o chá quente é substituído pelo chá gelado e surgem opções, tais como saladas, sopas frias, macarrão gelado, gelatinas, bebidas cítricas, café gelado e sobremesas variadas.
7. Período de férias e recessos em todo o Japão
É um momento muito esperado, pois nessa época inicia-se o período de alta temporada, principalmente entre os dias 20 de julho e 31 de agosto, quando acontecem as férias escolares; e na segunda semana de agosto, conhecida quando ocorre o feriado do obon (festival das almas). Se você pretende visitar o país nesse período, fique atento e programe-se com antecedência, pois os locais turísticos costumam ficar lotados, gerando congestionamento e filas enormes de espera na entrada.
Com o objetivo de estimular o turismo, muitas empresas lançam passeios exclusivos e cupons de desconto nessa época, como o seishun 18 do JR (Japan Railway, principal linha de trem do Japão), que oferece 5 dias de passeios ilimitados em trens locais da linha, em todo o Japão, por um preço bem razoável (11,850 yens, o que equivale a um valor aproximado de 500 reais). Portanto, aproveite o clima da estação e boa viagem!