Ao chegar a uma nova cidade, seja como turista ou como residente, buscamos sempre uma atração. A escolha pode ser pelos principais pontos turísticos, pelos lugares frequentados apenas por nativos, pela natureza…enfim, um lugar novo a explorar.
A primeira vez que estive em Valência, “turistando” com a família e seguindo sempre os passos de um guia, apenas conheci os locais mais famosos (e olha que são muitos). Não conseguimos sair do circuito Casco Antiguo e Ciudad de Artes y Ciências. Embora sejam atrações imperdíveis, não são as únicas.
Com mais tempo (e menos dinheiro), descobri muitos museus e monumentos belíssimos e com um custo baixo, alguns zero. Basta caminhar (ou se perder) pela cidade, que encontrará algo interessante. Ademais, a sinalização é farta de informações sobre a história de Valência, até porque os valenciados são extremamente orgulhosos de sua construção e de sua cultura. Ponto pra eles!
Como resido relativamente próximo a Cidade Velha, estou sempre por lá, transitando por suas praças e fontes milenares, região com a maior concentração de museus e de beleza; nem por isso, me canso de admirá-la. Apaixonada por arte, sempre busco algum novo lugar e aproveito os dias gratuitos (quando há) para conhecer.
Apesar de Valência ser a terceira maior cidade da Espanha e recheada de encantos, é pouco visitada pelos brasileiros, ainda mais se compararmos com as grandes Barcelona e Madri. Então, segue aqui um convite especial e dicas de entretenimentos, alguns quase alheios a maioria dos turistas, para aproveitar ao máximo, o que a cidade tem a oferecer.
Valência foi fundada em 138 antes de Cristo pelos romanos que se estabeleceram na Praça de Almoina, Casco Antigo, onde hoje encontra-se o Museu Arqueológico, depois vieram os visigodos e, no início do século VIII, os muçulmanos, que permaneceram até sua expulsão pelo Rei Jaime I em 1238. Desde então, a cidade foi governada pelos monarcas cristianos, porém a herança árabe mantém-se presente na arte, na gastronomia e na agricultura.
Assim, iniciaremos a rota pelo lugar onde tudo começou, o Centro Antigo. Seguindo um percurso geograficamente linear a partir de Puerta de Serranos, uma Torre de estilo gótico, construída no final do século XIV considerada, junto com a Torres de Quart, entrada da cidade e vestígio importante da Muralha Medieval, atualmente é uma das construções mais bem conservadas, aberta a visitas e com uma esplêndida vista de Valência. Entrada individual: 2 euros; domingos e feriados: gratuito.
Ao atravessar a Torre del Serrans (em valenciano), inicia-se o Casco Antigo. Caminhar lentamente, atenta as construções históricas, é um dos meus hobbies prediletos. Seguindo, encontraremos a Plaza de La Virgen, que abriga uma fonte e uma catedral espetaculares, atrás, o Museo Arqueológico de La Almoina, a poucos metros está a Plaza de La Reina, talvez a mais turística e rodeada de bares e restaurantes, onde também está a Catedral de Valência, em seguida o Museo Nacional de Cerámica y Artes Suntuarias, a Plaza del Ayuntamiento, o Lonja de la Seda, o Mercat Central e por fim, a Torres de Quart.
Tanto o Museu Arqueológico de La Almoina, considerado uma dos melhores museus arqueológicos da Europa, quanto a Torre de Quart e o Lonja de la Seda, um monumento artístico e cultural que representa a riqueza do ciclo de ouro valenciano, possuem tarifas individuais de 2 euros, sendo gratuito aos domingos e feriados. O Museo Nacional de Cerámica y Artes Suntuarias, famoso por sua inquietante beleza, pode ser visitado pelo valor de 3 euros e, aos sábados pela tarde e domingos, gratuito.
Saindo da Torre de Quart, à direita pela rua Guilherme de Castro, encontra-se o Museu de Pré-História (2 euros e gratuidade aos finais de semana e feriados) e em seguida o Instituto de Arte Moderna (6 euros e domingos gratuito), até chegarmos aos Jardins de Turia, um parque urbano de 110 hectares, que cruza a cidade, construído onde antes estava localizado o Rio Turia, transladado após uma grande e fatal enchente em 1957. Caminhar pelo jardim já é por si um espetáculo, tamanha a quantidade de árvores, ciclovias, fontes, aparelhos de ginástica e espaços para piquenique. Sem contar as maravilhosas pontes que cruzam os jardins, como a Ponte de Trinidad, Ponte das Flores e Ponte da Exposição (projetada pelo famoso arquiteto valenciano Santiago Calatrava).
As margens dos Jardins de Turia, caminhando em sentido a Cidade de Artes e Ciências, há o Museu de Bellas Artes, uma das mais ricas pinacotecas da Espanha, que abriga obras de Goya, Velázquez e um grande acervo de arte gótica, com entrada gratuita de terça a domingo; os Jardines del Real, que abriga o Museu de Ciências Naturais, e seguindo avistamos o Palau de la Musica, considerado um dos centros musicais mais importantes de toda a Europa, e o Museu Fallero, localizado em um antigo convento, abarca uma coleção encantadora de Ninot Adultos e Infantis e como muitos, 2 euros a entrada e gratuidade aos domingos e feriados.
E assim chegamos ao mais famoso complexo cultural e arquitetônico de Valência, a Ciudad de Las Artes y Las Ciencias também de autoria de Santiago Calatrava, que comporta o Palácio de Artes Reina Sofia, o Hemisfério (um cine digital 3D), o Jardim de Umbracle, o Museu de Ciências Príncipe Felipe, o espaço de eventos Ágora e o Oceanográfico, que em minha opinião, é imbatível. O complexo pode ser visitado em conjunto ou separadamente, os preços variam de 8 (Museu de Ciências) a 37,40 euros (conjunto).
Há muito mais a ser visitado, mas espero ter trazido um pouco dos encantos de Valência aos leitores e viajantes e assim despertar a vontade de visitar a cidade. Mais dicas e informações, é só enviar um comentário.
Fins després!
2 Comments
Delícia de post. Adorei Valência. E com essas dicas, acho q volto. Comida fantástica. Aliás, Espanha e tudo de bom. Obrigada por compartilhar.
Beijao
Obrigada Daisy!
Volta sim…Valência é tudo de bom e a Espanha então…Madre Mia!!!!
Beijão