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    Home»10 Motivos»10 reflexões de uma estrangeira na Polônia
    10 Motivos

    10 reflexões de uma estrangeira na Polônia

    Vivian OliveiraBy Vivian OliveiraJuly 15, 2017Updated:July 15, 201713 Comments6 Mins Read
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    Após um ano de Polônia, o guaraná ainda era algo extraordinário, digno de poses. Foto: Acervo pessoal.
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    Hoje gostaria de dividir um pouco com vocês algumas reflexões do ponto de vista de uma pessoa que decidiu sair do Brasil já na dita idade adulta – depois dos 30 anos -, rumo ao nem tão desconhecido, pois embora nunca houvesse imaginado na vida que um dia moraria na Polônia, quando realmente resolvi vir  (após casar-me com um polonês) tomei minha decisão após analisar vários pontos, me preparar psicologicamente e financeiramente. E hoje, 3 anos depois, percebo muitas coisas de forma diferente, com um novo olhar e entendimento; outras, ainda estão em processo, e assim continuarão, como tudo na vida, mas algumas, talvez, acho que nunca serão mudadas. Bem, vamos a algumas delas!

    1 – Percebi que a saudade encontrou um pouso tranquilo dentro do peito, mais aconchegada. Ela já não vem como um turbilhão após a abertura de comportas de uma represa, arrastando e dragando tudo o que visse pela frente. Ela sabe que há um tablet com skype/whatsapp ou um telefone a postos para as emergências emocionais e as rotinas. Sim, se não ligo no mesmo dia e horário, quem está do outro lado do oceano sente por essa falha. Aprendi que é preciso administrar a saudade e criar uma rotina, como uma visita à europeia, combinando horários e avisando quando vai chegar.

    2 – Assim, também aprendi a amenizar as notícias, a tranquilizar. Quem ficou no Brasil se angustia com as notícias que chegam pela TV, de desastres naturais a ataques terroristas. Por mais que algo se passe em Paris, em Londres, Berlim ou mesmo na Síria, é importante ligar e repetir: “Estou na Polônia, estou bem”, pois, para eles – principalmente meus pais – não é possível ter uma noção geográfica apurada, pelo menos num primeiro momento, logo sob o impacto de tais notícias. Mas até mesmo as pequenas coisas do dia a dia, como dores e doenças no corpo ou na alma, também são ocultadas para não preocupá-los em vão.

    3 – A sensação de não pertencer a lugar nenhum é mais intensa e me tornou mais consciente sobre como me vejo e quem sou. Este é um exercício tão interessante, pois me faz olhar para dentro de mim e realmente ter consciência de quem sou e o que quero. Isso me faz crescer, é ótimo! Ouvi em algum lugar – e concordo -, que já me sinto uma estrangeira em meu próprio país quando vou para lá, e me descobri mais brasileira do que nunca, aqui na Polônia. Mas em contrapartida…

    4 – …aprendo todos os dias a entender a história, a cultura e as peculiaridades da Polônia e seu povo. Já entendo e busco respeitar – sempre – o que é sensível para eles, assim como já consigo identificar características inerentes ao polonês – falando de uma identidade coletiva. Isso é entender a cultura e respeitá-la. Ao mesmo tempo, entendi que não preciso mostrar a todo momento que sou brasileira, embora goste sempre de falar em português, ensinar alguma palavra nova e tentar explicar sobre meu país a quem me pergunta, procurando respeitar o espaço do outro e me resguardar, quando sinto esta necessidade. Costumo dizer que o meu Brasil está em minha casa, está dentro de mim, não é preciso mostrar minha brasilidade a todos, a toda hora.

    5 – E assim, também compreendi que por mais que eu aprenda a língua, adote os hábitos daqui, e viva o resto da minha vida na Polônia, eu nunca serei uma polonesa, mas a Polônia sempre estará no meu coração, com suas qualidades e imperfeições, fazendo parte da minha história e constituindo quem eu sou. Isso foi importante entender porque eliminou muitas frustrações e cobranças, amenizando o peso da mudança, que passou a ser encarada totalmente de outra maneira.

    6 – Por isso mesmo, parei de querer ter o Brasil 24h por dia aqui na Polônia! Coisas do tipo comer a todo custo as comidas brasileiras (até já deixei de comer algo porque não era do jeito que queria), de “precisar” fazer – quase sempre – programas típicos brasileiros (carnaval, festas brasileiras, etc.), a fazer comparações – umas, digo hoje, surreais – como hábitos de limpeza, trânsito, procedimentos em bancos, repartições, órgãos públicos, e por aí vai, achando que algumas coisas no Brasil funcionava melhor (lógico, se eu nasci lá, sabia como fazer tudo, falando meu idioma, logo…). Não, simplesmente parei com isso, mudei mesmo minha forma de pensar.

    Primeira vez na Polônia, em 2011. Foto: Acervo pessoal.

    7 – Ahhh as mudanças…mudei tantos hábitos! dos alimentares aos rotineiros – trabalho, família, com relação a amizades. São tantas coisas. Descobri novos hobbies e novos talentos, que jamais imaginara antes, como por exemplo, gostar de cozinhar, andar de bicicleta (sim, não sabia andar até os 30 e tantos). Aprendi a desacelerar, a observar mais, e com isso, resgatar uma paixão antiga: a escrita. E a cabeça não pára, continua com mil ideias e planos, como uma caixinha de Pandora às avessas, que uma vez aberta, não tem mais como ser fechada.

    8 – E o que ficou no fundo da caixa? Alguns hábitos, minhas raízes para que eu não me perca neste mundo. Percebi que, mesmo aqui, é possível continuar velhos hábitos. Amo cinema, teatro, museus, caminhar a esmo, fotografar… No caso do cinema e do teatro, mesmo que no começo não entendesse nada, era um exercício de imersão neste novo mundo. Hoje já entendo bem mais o que assisto, e além disso, tenho a oportunidade de escolher filmes em outras línguas que conheço (embora o último filme que assisti tenha sido em romeno, com legendas em polonês e, bem, percebi que romeno é muito difícil, mas as legendas me salvaram!)

    9 – E de desprendimento em desprendimento, aprendi a me cobrar menos (bem, talvez isso seja algo que tenha aprendido com o amadurecimento, mas o fato é que estar longe de meu chão, acelera o processo) e a não criar expectativas sobre mim e outras pessoas, como amigos e familiares que ficaram no Brasil. Não sou tão imprescindível, eles continuam a vida deles lá. Aprendi que eles têm suas limitações, expectativas, planos e sonhos próprios. Isso não significa que tenham esquecido de mim ou não se importam comigo, só apenas também aprenderam a conviver com a distância, e assim, posso me distanciar um pouco e aprender a viver com aquele primeiro item que citei, a saudade, e a vida continuar seu rumo.

    10 – Mas por fim, ao perceber que posso estar perdendo momentos/fases importantes da vida dos que lá ficaram, também aprendi a dar valor a cada momento, a cada reencontro. Me programo melhor, administro melhor meu tempo e dinheiro, para fazer os reencontros acontecerem, sejam aqui ou no Brasil. Venho me preparando desde o momento que parti, pois entendo – como já aconteceu -, que posso estar ausente em nascimentos, doenças e falecimentos de amigos e familiares. Salvam-se as algumas datas especiais, como aniversários, casamentos e comemorações – que nem sempre dá para participar de todas, por razões óbvias – mas isso faz com que cada dia ao lado deles tenha um sabor único e especial, como tudo na vida.

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    Vivian Oliveira
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    Vivian é paulistana de nascimento e pernambucana de sangue. Desde a infância sonhava em desbravar o mundo, mas foi somente depois dos 30 que decidiu que era hora de partir. Formada em Letras pela PUC-SP. Mora em Varsóvia, na Polônia, desde julho de 2014.

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    13 Comments

    1. Valéria on July 15, 2017 11:37 pm

      Eu amo seus textos…

      Reply
      • Vivian Kulpa on July 16, 2017 9:26 pm

        Olá, Valéria!

        Muito obrigada pelo seu carinho e comentário. Continue nos acompanhando.

        Abs,
        Vivian

        Reply
    2. Raquel on July 19, 2017 5:18 pm

      Um dos melhores textos do blog, muito bem escrito!
      Parabéns!

      Reply
      • Vivian Kulpa on July 21, 2017 7:54 am

        Olá, Raquel!

        Muito obrigada pelo seu comentário, fico muito feliz em receber este tipo de feedback; me estimula a escrever ainda mais para vocês.

        Abs,
        Vivian

        Reply
    3. Regiane on July 23, 2017 1:13 am

      Adivinha adorei !! Sensacional sua simplicidade e leveza descreveu se muito quem é vc!! Feliz de ter tido a oportunidade de conhece lá!! Beijos

      Reply
      • Vivian Kulpa on July 24, 2017 7:30 am

        Olá Re!

        Obrigada pelo seu comentário! Foi um prazer te ver por aqui, espero que possamos nos rever novamente.

        Beijo enorme!
        Vivian

        Reply
    4. Deborah on August 7, 2017 7:49 pm

      Olá! Sensacional a maneira como você se expressa à respeito de suas dificuldades e aprendizados. Comecei a me interessar recentemente (de maneira aprofundada) pela cultura e história polonesa, pois apesar de descender desse povo, o campo de convívio sempre foi mínimo. Seu blog foi honestamente, um achado! Continuarei assídua e ansiosa por suas postagens.

      Beijos.

      Reply
      • Vivian Kulpa on August 7, 2017 10:09 pm

        Olá, Deborah

        Fico muito feliz em receber mensagens como a sua, pois me incentiva a escrever mais e mais sobra a terra de seus ancestrais.

        Obrigada pela mensagem e continue nos acompanhando.

        Abs,
        Vivian

        Reply
    5. Mauro César on August 24, 2017 3:59 pm

      Muito legal, teu relato !!!!!!!! =D

      Reply
      • Vivian Kulpa on August 26, 2017 2:52 pm

        Olá, Mauro

        Fico feliz que tenha gostado. 🙂 Obrigada pelo seu comentário!

        Abs,
        Vivian

        Reply
    6. Fabiano Ramos on September 1, 2017 9:14 pm

      Muito legal.

      Reply
      • Vivian Kulpa on September 3, 2017 10:28 am

        Obrigada, Fabiano!

        Continue nos acompanhando!

        Abs,
        Vivian

        Reply
    7. Rosane Eurich on October 16, 2017 4:42 am

      olá, você terei disponibilidade de realizar algumas traduções do português para o Polônes, encontrei alguns familiares na Polônia, eles querem saber de muitas coisas sobre o meu bisavô. porém tenho dificuldade com o tradutor.

      Reply

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