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    Home»EUA»Vivendo como cientista brasileira nos Estados Unidos
    EUA

    Vivendo como cientista brasileira nos Estados Unidos

    Carleara WeissBy Carleara WeissApril 11, 20182 Comments6 Mins Read
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    Fonte: iStock
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    Recebo muitos e-mails e mensagens de pessoas interessadas em viver como cientista brasileira nos Estados Unidos. Pode parecer que cientista leva uma vida glamorosa, pois pouco se fala sobre a rotina e a dureza que é conciliar trabalho e família. Neste texto, busco dar informações sem floreios e dicas para quem quiser se aventurar na terra do Tio Sam.

    Cientista em formação

    Como torna-se cientista? A colunista Paula Martins tem um texto maravilhoso aqui no BPM dando dicas para quem planeja fazer o doutorado nos EUA. É um caminho que exige fluência em inglês, dedicação e investimento financeiro para as provas, tradução juramentada de documentos, e acima disso, determinação para não desistir diante das dificuldades. Mas o que acontece depois que você entra no doutorado?

    Eu costumo brincar que temos dois momentos de alegria pura no doutorado: quando entramos e quando saímos! Estes são momentos de alegria pura, porque nos outros, tem sempre uma dor de cabeça associada. No meio do caminho, existem pedras. Em um dia, você usa as pedras para montar um castelo. No outro, você quer bater a cabeça na pedra para fazer o tico e teco funcionarem melhor. Vale a pena? Claro que vale! Mas é preciso resiliência para enfrentar o dia a dia.

    Cientista não tem final de semana, feriado e raramente tem férias. A carga horária varia entre 8 e 12 horas diárias. Eu, que sou enfermeira e já fui plantonista, achei que seria moleza, mas não foi. Experimentos entram madrugada a dentro. Os exercícios (voltei a ter dever de casa no doutorado) também te fazem virar à noite. Um dos casos mais marcantes para mim foi neurofisiologia. O exercício tinha 10 questões. Comecei a fazê-lo na sexta às 16 horas e acabei no domingo às 19h30, sendo que precisava enviar para o professor até às 20 horas de domingo, senão ficaria sem nota. Dormi 5 horas no total. Exagero? Não, realidade!

    Leia também: Profissões pelo mundo – Cientista na Finlândia

    Tenho certeza que muitas colegas irão se identificar lendo isso e terão histórias piores até! Situações como esta não acontecem todo dia, mas são relativamente comuns na vida de estudante de doutorado. Uma dica é ter amigos na mesma situação. Assim, você pode desabafar e perceber que não é só você que está passando sufoco. Um grupo de estudos também ajuda. Perdi as contas de quantas vezes conversei com colegas de sala às 2h da manhã, já querendo chorar porque minha fórmula não estava rodando o software, e daí percebi que haviam mais pessoas passando pelo mesmo desespero. Saber que não está sozinha nos fortalece e estudar juntas nos faz aprender com as qualidades dos outros.

    Virei cientista, e agora?

    Após cursar todas as disciplinas do doutorado (que normalmente demora 2 anos) vem a qualificação do seu projeto. O processo de qualificação varia bastante dependendo da área pesquisa. Na minha área, este processo consiste de um projeto escrito com cerca de 100 páginas, uma prova com três questões e uma apresentação oral de 30 minutos mais 30 de minutos de perguntas. Achei que seria fácil quando soube que cairiam apenas 3 perguntas na prova. Depois fiquei sabendo que cada aluno teria três semanas para respondê-las. Orientam a comprar comida pronta, desligar telefone e sair do Facebook para conseguir responder tudo a tempo. Acredite, três semanas pode ser pouco! Se o comitê de avaliação aceitar suas respostas, você segue para a apresentação do projeto. Se o projeto for aprovado, você segue para a coleta e análise de dados e em cerca de 2 anos, você estará pronta para a defesa.

    Quando a defesa finalmente acontece, é um momento de alegria pura. Formatura! Agora sou cientista! E aí você se pergunta, “o que vou fazer agora?”. Para aqueles que decidem permanecer nos Estados Unidos, existem várias opções, entre as quais destaco: trabalhar como professor pesquisador, trabalhar como cientista, ou ir para a indústria.

    Sobre o trabalho como professor pesquisador, recomendo a leitura de uma ótima entrevista com a Dra. Jaqueline Abranches. Ela destaca as diferenças entre ser professor pesquisador no Brasil e nos EUA,  tais como a estabilidade e o salário. Enquanto no Brasil, a estabilidade é conquistada através de concurso público e três anos de estágio probatório, aqui a estabilidade só chega após 5 a 7 anos de produtividade. O salário é maior para os professores aqui, mas vale ressaltar que você mesma paga parte do seu salário através do financiamento de pesquisa. Por exemplo, você é contratada com um salário de 30 mil dólares anuais e pode chegar até 100 mil dólares através de financiamento de pesquisa que você mesma batalhou para conseguir. Quando a pesquisa acaba, os 70 extras acabam também. E você está sujeita a ser demitida, pois não está sendo produtiva.

    Por outro lado, cientistas com trajetória consolidada, publicação em jornais científicos de alto impacto e bom histórico de financiamento de pesquisa, conseguem se manter e progredir. Temos exemplos inspiradores como as Dras. Angela Olinto e Duilia de Mello que tive o prazer de conhecer através da BRASCON.

    Trabalhar como cientista na indústria é uma boa opção para quem não quer seguir a vida acadêmica. Os salários são mais altos, mas a relativa falta de estabilidade pode ser um problema. A opção que funcionou melhor para mim, neste momento, é trabalhar como cientista. Posso dizer que é o meu emprego dos sonhos, apesar da saudade de lecionar e do contato com os alunos.  Ser cientista é um sonho, mas não tem glamour. Tem um texto da Renata Collazo falando sobre ser cientista num dos lugares mais prestigiados dos EUA falando sobre isso. Continuo virando noites, trabalhando sábados e domingos, e já estou há três anos sem conseguir visitar minha família e os amigos no Brasil. Por outro lado, tive a oportunidade de viajar apresentando resultados de pesquisa e conhecer outras cientistas que me motivam a continuar na luta.

    Mas se é tão desgastante, vale a pena? Sim, vale com toda a certeza! O desgaste não é maior que a gratidão por saber que sua pesquisa está ajudando alguém. Cada vez que um paciente diz que se sentiu melhor com a sua intervenção, as noites sem dormir evaporam e ganhamos um novo incentivo para superar a saudade de casa.

    Então, se o seu sonho é ser cientista, venha! Prepare-se emocionalmente para a jornada, cultive a dedicação, resiliência e a fé de que vai dar certo. Não esqueça de se alimentar bem e fazer amigos. Procure um psicólogo para manter a saúde mental em dia, e venha! Estamos esperando por você.

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    Carleara Weiss
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    Carleara é “carioca” de Miracema. Feminista, bailarina, pianista e cientista. Enfermeira com Bacharelado e Mestrado pela UFF aonde também atuou como professora nos cursos de graduação e pós-graduação em Enfermagem entre 2007 e 2013. É doutora em Medicina do Sono e Chronobiologia pela State University of New York at Buffalo, aonde trabalha com pesquisa clínica e experimental. É fundadora e CEO da BRASCON – Brazilian Students and Scholars Conference cuja missão é oferecer networking e desenvolvimento profissional para cientistas brasileiros no exterior. Contato: carleara@brasconference.org

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    2 Comments

    1. Renata Salas Collazo on April 11, 2018 3:50 pm

      Carleara,
      Que texto delicioso de ser ler… Vida de cientista não é fácil mesmo, porém é muito bom saber que somos muitas, somos persistentes, não desistimos ou nos intimidamos. Levar saúde e informação na nossa área é um ato de amor e doação. Parabéns pelo texto, parabéns pela jornada e conquistas.

      Reply
      • Carleara Weiss on April 11, 2018 7:21 pm

        Oi Renata,
        muito obrigada! Que bom que gostou do texto! Sua jornada como cientista é inspiradora!Parabéns a você também pela trajetória e conquistas.

        Reply

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