Você sabe o que é Au Pair?
É um programa de intercâmbio onde você mora com uma família estrangeira durante um ano e cuida dos seus filhos e da casa. Também durante este período estuda o idioma local ou pratica seu inglês e aprende sobre a cultura local. Em 2006, haviam apenas opções de ir para os Estados Unidos ou para a França, mas hoje em dia o programa existe em muitos outros países. Normalmente se dá preferência para mulheres, mas há países que também aceitam homens, como é o caso de alguns países europeus. Eu vou falar mais especificamente do programa nos EUA, que foi o país que escolhi.
Sobre o Programa – A pessoa participante do programa morará na casa de uma família estrangeira, tornando-se parte dela, e participará de todas as rotinas e atividades da casa enquanto cuida das crianças. A jornada de trabalho e salário, assim como o idioma, vão variar de acordo com o país para onde a pessoa for, mas falar inglês num nível intermediário é requisito para todos os candidatos ao programa. Nos EUA, por exemplo, a jornada de trabalho é de até 45 horas semanais e inclui: acompanhamento das atividades educacionais e recreativas das crianças, passeios, alimentação, higiene, levar e buscar na escola, entre outras atividades. O tempo livre de um Au Pair é, em parte, dedicado aos estudos. O programa nos EUA inclui acomodação e refeições, bolsa de estudos (USD 500), férias remuneradas, assistência médica internacional, workshop em Nova Iorque e passagens de ida e volta. O salário é semanal e fica em torno de USD 195,75, com folga 1 vez por semana e um fim de semana por mês (novamente, no caso dos EUA especificamente).
Pré-Requisitos – Ser do sexo feminino, ter entre 18 e 26 anos; segundo grau completo, inglês intermediário, experiência comprovada de, no mínimo, 200 horas com crianças (que não sejam familiares), carteira de habilitação e saber dirigir, solteira e sem filhos.
O processo – Depois de pagar as taxas de inscrição, você fará o preenchimento do ‘application online’, colocando todas as suas informações. Mas a parte mais interessante da aplicação é você ter que escrever uma carta para a futura ‘host family’ onde se apresenta, envia fotos e mostra seus trabalhos com crianças. Depois de feito tudo isso, seu perfil fica online no site da Au Pair Care EUA, e assim as famílias buscam pelo perfil que mais a agradam e agendam uma entrevista. Depois de escolhida a família, você deve fazer os exames médicos, preparação para o embarque, e tirar o visto J1.
Investimento – Taxas de inscrição + pagamento do intercâmbio + exames médicos + gastos com o visto = R$5.000,00 (valor em 2006).
Minha experiência – Durante a preparação, fiz trabalho voluntário em pré-escolas, curso de babá e aulas de conversação em inglês. Fiz o ‘application online’. A família que me escolheu era de Denver no Colorado, e tivemos afinidade desde o ínicio. Lembro como se fosse hoje das longas horas que passamos ao telefone. Então veio a parte mais difícil, o visto. Eu e uma amiga, Karina Rosse, fizemos todo o processo juntas, eu pela agência STB e ela por outra agência. Agendamos nossa ida ao Consulado Americano em São Paulo juntas. Ao mesmo tempo em que ela conseguiu o visto, o meu foi negado. Mesmo depois de quase 10 anos, lembro exatamente do momento em que a pessoa do outro lado do vidro blindado me entregou o passaporte com um carimbo de negado. Eu tinha apenas 22 anos e sofri muito! Em 2006, 5 anos após o atentado terrorista nas torres gêmeas, era extremamente difícil conseguir a liberação do visto para os Estados Unidos. Agora, a parte mais complicada e dolorosa de tudo isso foi contar ao telefone para a ‘minha família americana’ que eu não poderia mais ir…choramos por horas!
Mas tudo bem, hoje sei que algumas portas se fecham e outras se abrem e felizmente, 5 anos depois, tive minha primeira experiência no exterior com o trabalho em navio de cruzeiros.
Experiência da Karina – “Decidi pelo programa quando vi um cartaz na universidade na qual estudava, e achei bem interessante pois sempre quis morar nos Estados Unidos. Morei no estado de Nova Iorque em duas cidades diferentes: Shoreham e New City – essa última por mais tempo. O processo para realização do intercâmbio foi um pouco extenso, principalmente por ter sido na época do atentado que destruiu as torres gêmeas. O clima de insegurança era geral, e para tirar o visto havia pressão psicológica já na fila de espera para entrevista. Após conseguido o visto, os demais procedimentos foram rápidos. A agência deu um bom respaldo e quando cheguei lá, após 2 meses, precisei trocar de família. A partir do momento que a Au Pair chega nos Estados Unidos tem uma conselheira que é responsável por sua região – no meu caso eu tinha um ótimo relacionamento com essa conselheira (sempre participei das reuniões) e quando precisei de seu apoio, tive! Em relação à segunda host family, eu cuidava de duas meninas: uma de 4 anos e outra de 9. A menina de nove passava maior parte do tempo na escola. Como eu ficava a maior parte com a menina de 4 anos, íamos a parques, bibliotecas, shoppings ou brincávamos em casa. Fora isso eu tinha que cuidar da roupa – máquina de lavar e máquina de secar, muito prático, além de cozinhar de vez em quando. Para quem não tem inglês avançado é fundamental certificar-se de que compreendeu bem alguma informação. Visto que continuei meu curso de inglês até o embarque, não tive problemas! Se eu não fosse casada, faria Au Pair novamente, com certeza, dessa vez, a um país diferente. Quanto mais experiência tiver com crianças, melhor, e fazer o programa o quanto mais jovem possível! O lado bom da minha experiência como Au Pair foi o fato de ter convivido com uma família norte-americana e vivenciado seus costumes e seu cotidiano. Morei numa cidade do interior – não se iluda! Se não for para uma capital, as demais cidades são todas afastadas e carro é necessário para tudo! Durante a semana cuidava das crianças, mas no fim de semana pegava ônibus, metrô, passeava em Nova Iorque e conhecia lugares fantásticos! Recomendo!
Três pontos positivos da experiência: Intercâmbio cultural, aprimoramento do idioma e crescimento pessoal.
Três pontos negativos da experiência: O salário baixo, o fato de estar longe da família e os hábitos alimentares totalmente diferentes.”
E você, já pensou em ser Au Pair? Ou se já foi, ou é, como foi ou está sendo sua experiência?
13 Comments
Muito bacana seu texto, Ju, Eu conheço várias meninas que fazem parte do programa de Au Pair aqui na Dinamarca. As horas de trabalho, visto, salário, dias livres e requisitos para ser Au Pair aqui são um pouco diferentes. Acho uma ótima oportunidade para a juventude expandir seus horizontes culturalmente falando e aprender a viver de forma mais madura e independente. Bjo 🙂
Cris, obrigada! Também recomendo muito para meninas que entram em contato buscando uma oportunidade no exterior. Também conheço muitas histórias com finais felizes e umas nem tanto. Mas com certeza com grande aprendizado e troca de experiência.
Foi na minha epoca de au pair, eu tb fui em 2006. O treinamento foi em NY. Lembro que foi do dia 7 até 10 de agosto de 2006. Minha experiencia não foi boa só fui por ter família nos Eua senão eu não teria ido
Coloquei errado rs eu vi que não foi você foi a karina.
Olá Aline. Sim eu conto a experiência da Karina :)!
Olá Aline, obrigada por ler o blog e comentar o texto. Como comentei no texto, conto a experiência da Karina sobre o Au Pair. Ela também teve momentos dificies, mas o que conta é a experiência e o apredinzado :). Sucesso e boa sorte!
Que legal Juliana! Ficou muito bom o seu texto.
Eu fui AuPair entre os anos de 2008 a 2009, em Virginia, nos EUA! Foi uma experiencia incrivel! 🙂
Abarcos.
Obrigada Camila… sério que show!! eu queria muito ter conseguido o visto e tido a experiência, mas de qualquer forma foi válida a tentativa e aprendizado!!!
vim pra França como jeune fille au pair em janeiro de 2013 e acabei ficando por aqui. Me ajudou mto a conhecer tudo antes de decidir ficar. um beijo
Olá Jéssica, sério que máximo deve ter sido uma grande experiência! Ouvi dizer que o programa de Au Pair na França é muito bom também.
Ótimas suas dicas, Juliana, tenho certeza de que irão ajudar muita gente! Só fiquei em dúvida sobre duas coisas: os custos que vc citou de acomodação, etc, são todos pagos pela candidata a au pair? E vc estudava durante a semana, ou o programa envolve apenas o cuidado com as crianças?
Oi Lu, obrigada! Então eu infelizmente tive o visto negado e não consegui embarcar como Au Pair. Os custos de acomodação são arcados pela família com quem irá morar, eles também devem fornecer a alimentação. A Au Pair paga pelo curso de idioma e seus gastos pessoas, e as taxas da aplicação e os demais gastos para participar do programa. O programa envolve cuidar das crianças e estudar o idioma. Então deverá ter horário para os dois.
Me desculpe mas nao concordo com voce! Ser aupair e acima de tudo um trabalho de muita resposabilidade no exterior. Que e cuidar de criancas. Intercambio e intercambio. Aupair e Aupair. E as vantagens de ser uma Aupair sao infinitas pois a pessoa passa 1 ou 2 anos vivendo com familias e aprendendo um novo idioma sem ter que pagar as despesas por conta propria. E ideal para mocas e rapazes que querem viver essa experiencia mas nao tem condicoes de pagar um intercambio. Ela nao e uma visitante na familia e sim baba que nao recebe remuneracao e sim uma mesada. Pois vive com a familia livre de despesas. Minha irma teve problemas com mocas brasileiras, pois elas vem achando que sao intercambistas. Querem o carrro e sair praticamente todas as noites. Atualmente so aceitamos mocas da Europa em casa e nao temos os mesmos problemas.