E hoje vamos falar de uma grande opção de intercâmbio para brasileiros: O Programa Ciência Sem Fronteiras! O projeto do governo federal brasileiro, “ … é um programa que busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional.” Fonte: site oficial
O projeto compreende bolsas de graduação e pós graduação para que estudantes brasileiros tenham a oportunidade de estágio no exterior, e também possibilita parcerias com pesquisadores estrangeiros que queiram vir ao Brasil e que estejam dentro das áreas de atuação definidas pelo programa.
Foto: Arquivo pessoal Jenifer
Eu só fui ouvir falar deste programa quando já morava no exterior, pois conheci muitos brasileiros participantes do Ciências sem Fronteiras e achei muito interessante. Assim, decidi contar para vocês a experiência de uma amiga aqui de Curitiba que participou do programa durante 15 meses, de 2013 a 2014, na cidade de Perth na Austrália.
Por que optou por este programa e por que escolheu Perth, Austrália?
Porque se trata de um programa de Bolsa de Estudos, e a Austrália foi a opção de país disponível para bolsa.
Como foi o process0, tirar o visto foi tranquilo?
Através de candidatura no site do programa, me inscrevi para o Edital Portugal. Na inscrição anexei histórico escolar, comprovante de realização de iniciação científica e alguns documentos pessoais. Num primeiro momento, me inscrevi para Edital Portugual, porém este foi cancelado e os estudantes foram realocados, e então escolhi Reino Unido. Realizei a prova TOEFL-ITP para continuação da candidatura. Para meu curso, Biomedicina, as vagas disponíveis no Reino Unido já estavam preenchidas, e como opção eu poderia me realocar para a Austrália, ou no próximo ano refazer a prova TOEFL-ITP para tentar outra vaga no Reino Unido. Optei por ir para a Austrália. Como auxílio para o intercâmbio, a empresa LAE (Latino Australian Education) prestou suporte em todas as etapas necessárias. Após candidatura, aguardei mais alguns meses para então receber a carta de aceite da universidade – Murdoch University. Após essa etapa, foi concedida a Bolsa de Estudos e dei entrada na solicitação do visto de estudante. Todo o processo foi feito pela Internet. Depois de receber o visto, comprei as passagens, optei por morar no dormitório (village) da universidade e organizei minhas malas, e no dia 02 de setembro de 2013 estava embarcando para a Terra dos Cangurus.
Depois que chegou ao país e começou o intercâmbio, quais foram as maiores dificuldades?
A maior dificuldade foi me relacionar com as pessoas que dividiam apartamento comigo. Era um apartamento com 5 quartos, e 5 meninas moravam comigo: duas australianas, uma canadense e uma brasileira. Pela diferença cultural, dificuldade na língua e personalidades, durante três meses não conversei muito com minhas colegas de apartamento, e foi mais com a brasileira com quem me relacionei. Optava então por ficar pouco tempo em casa e me relacionar com as pessoas do meu curso de inglês, que moravam no dormitório da universidade também.
Como era a sua rotina, quais atividades fazia diariamente?
Durante os 5 primeiros meses fiz o curso de inglês na Murdoch University. De segunda a quinta-feira, a aula começava às 9 h e terminava às 15 h; nas sextas, terminava ao meio-dia e meia. Quando as aulas na universidade começaram, tinha aula todos os dias, porém em horários com janelas e às vezes em apenas um período do dia.
Houve alguma barreira relacionada ao idioma?
Sim. O relacionamento com as pessoas é algo fundamental para o desenvolvimento do idioma. Nos primeiros meses, o curso de inglês era o melhor ambiente para praticar, porém o nível de inglês dos alunos era praticamente o mesmo. Neste ambiente a conversa pode se tornar um pouco limitada por essa dificuldade da língua que todos ainda estavam enfrentando. No ambiente fora de sala, as pessoas que possuíam o inglês como primeira língua, tais como atendentes, motoristas de ônibus etc, muitas vezes não demonstravam muito interesse em tentar entender o que você está falando. A presença de pessoas para conversar em inglês às vezes não era algo tão fácil. Porém, com bastante esforço e um pouco de sorte, essas barreiras foram superadas.
Se você tivesse a oportunidade de fazer novamente, você faria?
Com certeza.
Cite 3 pontos positivos:
– Possibilidade de conhecer e vivenciar uma nova cultura sobre o ponto de vista de um país desenvolvido, que incluem qualidade de vida, estilo de vida, organização do país, educação das pessoas, respeito à natureza, etc;
– Aprendizagem de uma nova língua, o inglês;
– Desenvolvimento de confiança pessoal.
Cite 3 pontos negativos:
– Tudo é passageiro;
– Administrar sentimentos de solidão, saudades, confiança;
– Talvez sua expectativa de fluência em um idioma requer mais tempo do que o programado.
Qual conselho você daria para quem tem interesse em fazer este intercâmbio?
Um intercâmbio de maneira geral requer muita dedicação e esforço para poder ser realizado. Como conselho eu diria que optar por uma cidade que ofereça opções de entretenimento em áreas que você gosta é uma boa pedida; se ainda não possui domínio da língua, opte por ficar mais de 5 meses; e que, durante o intercâmbio, tenha a ideia que os momentos são únicos e que tudo tem prazo final.
Foto: Arquivo pessoal Jenifer
“Em um intercâmbio, o tempo passa rápido e lento ao mesmo tempo; os sentimentos são intensos, a pessoas são passageiras, o crescimento é enorme e no final tudo se tornam memórias. Em geral, é uma experiência única, que transformará seu modo de ver o mundo para sempre.” Jenifer.
No momento não há chamadas abertas, mas acompanhe o site do Ciências Sem Fronteiras e fique ligado, nas informações de como participar, as áreas prioritárias do programa, informações sobre os benefícios do projeto e claro os pré-requisitos para se inscrever, quem sabe você tem a sorte grande e poderá conhecer uma nova cultura, estudar em um país diferente, ter a oportunidade de aprimorar um novo idioma, e muito mais.
E se você já participou do programa compartilhe conosco? Conte para nós como foi, comentando no texto!
Juliana é formada em Tecnologia em Logística, voltou a morar no Brasil recentemente, trabalha em uma operadora de turismo. Já trabalhou em hostel, já morou a bordo de um navio de cruzeiros na Europa e trabalhou em um call center em Cingapura, no Sudeste Asiático. É autora do blog "Juju no Mundo" onde conta suas aventuras pelo mundo. Ama compartilhar histórias, viajar e conhecer pessoas!!!!