No post do mês passado escrevi sobre o por que muitos brasileiros querem sair do Brasil e, para dar continuidade ao assunto, no texto de hoje apresentarei 10 dicas para quem quer mudar de país. Vamos a elas!
Idioma
Não importa para onde você vá, mas o fato é que a comunicação talvez seja um dos primeiros, se não o primeiro aspecto a ser colocado na balança quando se pensa em imigrar.
Muitas pessoas realmente se mudam sem falar o básico da nova língua e, por mais esforço que se faça, devemos reconhecer que aprender um novo idioma requer tempo e muita dedicação.
Costumo dizer que nunca é tarde para aprender absolutamente nada que se queira, por isso, acredito que se alguém ainda não se sentir minimamente confortável para falar pelo menos o básico do novo idioma, o ideal seja buscar alternativas para estudar e tentar aprender o máximo possível.
Mesmo que alguém se mude para um país em que o idioma oficial já seja conhecido, é importante ressaltar que sempre haverá diferenças. Quer ver um exemplo? Muitas vezes nos esquecemos que o português falado em Portugal tem suas distinções se comparado ao português falado no Brasil. Veja aqui e aqui algumas delas.
Vistos e documentos em geral
Para viver legalmente em um país, devemos considerar todos os trâmites burocráticos existentes nesses processos. Cada país tem suas próprias regras e diferentes tipos de vistos que são exigidos aos estrangeiros, como por exemplo, vistos de turismo, trabalho e estudo.
Embora haja vistos que permitam ou não trabalhar em outros países, é fundamental estar bem informado quanto às exigências mesmo sabendo que não se solicita visto para brasileiros por até 90 dias em diversos países.
Além de vistos, há outros documentos que acabam sendo necessários para seguir a vida estando legalizado no novo país. O Social Security Number (SSN), aqui nos EUA equivale ao CPF no Brasil e é utilizado no momento de uma contratação, para realizar financiamentos, etc.
Custo de vida
Saber o custo médio de vida de outro país não é nada fácil. A remuneração será suficiente para arcar com custos de moradia, alimentação, transporte, etc.? Composição familiar e estilo de vida são fundamentais para tentar resolver parte desta equação.
Hoje é possível ter uma ideia básica sobre custo de vida em sites como este, porém, acredito que além disso, o ideal, se for possível, seja conversar com pessoas que já moram fora para buscar entender maiores detalhes que talvez não sejam encontrados facilmente.
É muito comum encontrar grupos de brasileiros no Facebook vivendo em diversos países e cidades pelo mundo, pode ser uma alternativa. Fica a dica!
Vacinas
Para entrar em alguns países exige-se que o estrangeiro comprove que tenha sido imunizado contra algumas doenças através do Certificado Internacional de Vacinação.
Antes de viajar, verifique se são exigidas vacinas no país de destino e, em caso positivo, quais são elas, a antecedência que deverão ser tomadas bem como o número de doses. Sites de Consulados costumam divulgar se essa é uma das exigências, fique atento!
Sistema de saúde
O SUS (Sistema Único de Saúde) que dá acesso gratuito ao sistema público de saúde à população brasileira é raro de se ver pelo mundo. Podemos questionar, e com razão a qualidade do serviço oferecido, mas o fato é que quem não pode pagar por um plano de saúde particular no Brasil sabe que poderá recorrer ao SUS.
No entanto, não é assim que funciona em muitos países. Aqui nos EUA, por exemplo, os custos são pagos pelos pacientes e são caríssimos. A saúde pública na Finlândia e Canadá não é totalmente gratuita. É preciso pesquisar muito bem sobre o assunto e estar preparado, pois nunca se sabe quando será preciso receber atendimento médico.
Sistema educacional
Você estudará no novo país? Tem filhos em idade escolar? Cidadãos estrangeiros poderão estudar em escolas públicas do novo país? Se a criança ainda não estiver em idade escolar poderá frequentar uma creche? Há necessidade de pagar taxas ou mensalidades? Muitas variáveis devem ser levadas em conta. Também é preciso pesquisar muito e conversar com pessoas que já morem no país e tenham passado por uma experiência semelhante.
Para dar alguns exemplos, veja sobre o funcionamento de creches na Dinamarca, França e Suíça além do sistema educacional na Alemanha, Costa Rica, Holanda, Itália e Taiwan.
Recentemente foi lançado o Brasileirinhos Pelo Mundo que publica diariamente conteúdos abordando maternidade, imigração com crianças, educação e bilinguismo, confira!
Transporte
Que meio de transporte será o mais conveniente utilizar? Ônibus, metrô, trem, bonde? Quanto custa? São demorados? Quais são os itinerários? Hoje é possível checar informações como essas em sites e aplicativos das empresas que administram o transporte público de várias localidades.
Se o meio de transporte utilizado for carro ou moto, há de se considerar um tempo para pesquisar preços e entender os trâmites para aquisição.
É importante lembrar que a bicicleta também é considerada meio de transporte em alguns países. Veja exemplos na Austrália, Bélgica e Holanda. Em Cingapura, existe um sistema muito interessante de compartilhamento de bicicletas que você pode saber como funciona aqui.
Clima
Gostando mais do frio ou calor, a verdade é que quando nos mudamos para outro país precisamos ao menos tentar nos adaptar ao clima e, acredito que para parte significativa dos brasileiros, o inverno acaba sendo a estação mais temida.
O inverno em países do hemisfério norte geralmente é mais rigoroso e, pelo fato de não se ter temperaturas tão baixas no Brasil (excluindo um curto período na região sul do país) realmente há necessidade de saber o que vestir durante o inverno para dar conta do recado.
No inverno, os dias acabam sendo mais curtos – escurece muito mais cedo e é justamente neste período que os índices de depressão e suicídio tendem a aumentar em países como Finlândia e Islândia. Além disso, é preciso também adaptar-se à escuridão. Por outro lado, encarar temperaturas extremamente elevadas como no Oriente Médio também não deve ser nada fácil.
Cultura local
Viver em outro país nos possibilita ter diversos aprendizados (pessoal, interpessoal, cultural, etc.) por isso, adaptar-se à nova cultura é muito importante. Inicialmente, é normal que haja alguns receios, mas acredito que quanto mais abertos estivermos para o novo, maior a chance da vivência ser mais proveitosa. Pensando nisso, considero que a palavra flexibilidade se encaixe muito bem neste contexto.
Se for perguntando a algum brasileiro que more fora do país sobre o que mais sente falta, tenho certeza que será mencionado: saudades da família, dos amigos, da comida, etc. E, talvez por conta dessas ausências, muitos brasileiros residentes no exterior procuram estar inseridos apenas em grupos formados por compatriotas. No entanto, buscar entender a cultura local para se sentir melhor habituado no novo país também é extremamente importante.
Consulado e representatividade brasileira
Está aí uma coisa que muita gente não pensa: Ter o número de telefone do Consulado e/ou Embaixada do Brasil no país onde estiver, afinal, nunca se sabe se algum dia precisará entrar em contato ou buscar algum tipo de assistência. Você pode encontrar aqui postos consulares do Brasil no exterior.
Por fim, se você estiver pensando em se mudar para algum país e tenha interesse em pesquisar algo, não deixe de fazer uma busca aqui do BPM que há excelentes conteúdos publicados de diversos países do mundo.
Aguarde a segunda parte deste post com mais 10 dicas. Até breve!