5 pontos sobre a vacina russa Sputnik V.
Em meio as controvérsias sobre a aprovação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de algumas vacinas produzidas no mundo contra a Covid-19, está a Sputnik V, a primeira vacina a ser anunciada desde o início da pandemia. Muito se tem ainda a esclarecer, então reuni 5 pontos sobre a vacina russa Sputnik V.
1. Como é a campanha de vacinação na Rússia?
Na Rússia, a vacinação contra a Covid-19 é gratuita. A vacina Sputnik V é aplicada em todos os cidadãos a partir de 18 anos de idade, bastando apresentar um documento de identidade no posto de vacinação.
Inclusive, quem quiser pode agendar data e hora mais conveniente para ser vacinado. Basta acessar o site Gosuslugi.ru e fazer a inscrição.
É seguida uma ordem, tendo prioridade as pessoas do grupo de risco, dentre elas pessoas com mais de 60 anos, pessoas com doenças crônicas, assistentes sociais e outras que trabalham com um grande número de pessoas.
Para estar totalmente imunizado contra o coronavírus, cada pessoa deve tomar duas doses da vacina Sputnik V, com intervalo de 21 dias, e a pessoa recebe um “Certificado de vacinação Covid-19”.
2. A vacina tem alguma contraindicação?
A vacina Sputnik V é contraindicada a determinados grupos de pessoas:
- com histórico de reações alérgicas graves;
- hipersensibilidade a qualquer componente de uma vacina;
- doenças infecciosas e não infecciosas agudas;
- doenças crônicas;
- mulheres grávidas ou em período de amamentação;
- menores de 18 anos de idade.
De acordo com o Ministério da Saúde russo, também entram nessa lista pessoas com tuberculose, hepatite B e C, sífilis, HIV, em tratamento oncológico e aquelas que sofreram acidente vascular cerebral.
3. Qual é a eficácia da Sputnik V?
Segundo dados fornecidos pelo fabricante, o Instituto Gamaleya, a eficácia da vacina Sputnik V contra a Covid-19 é de 91,6%, incluindo os casos mais graves da doença e idosos.
De acordo com os estudos clínicos da fase III, quando a vacina é aplicada em humanos, a Sputnik demonstrou excelentes resultados, que foram publicados na revista The Lancet:
- Mais de 98% dos voluntários no grupo de vacinação desenvolveram uma resposta imune humoral (produção de anticorpos) e uma resposta imune celular 100% (proteção de longo prazo);
- O nível de anticorpos neutralizantes do vírus em voluntário foi em torno de 1,5 vezes maior do que em pacientes que se recuperaram da Covid-19;
- Estatisticamente, a eficácia da vacina para os idosos é a mesma para o grupo de pessoas com menos de 60 anos;
- 94% dos eventos adversos foram leves e incluíram sintomas semelhantes à gripe, reações no local da injeção, febre e dor de cabeça;
- Confirmado pelo Comitê Independente de Monitoramento de Dados que nenhum evento adverso sério relacionado à vacina foi observado;
- Não foi observado qualquer caso de alergia grave ou choque anafilático.
4. Onde a vacina é fabricada?
Atualmente, a vacina Sputnik V está sendo produzida em 6 fábricas na Rússia, localizadas nas regiões de Moscou e São Petersburgo, e uma 7ª fábrica deverá ser inaugurada, em breve, em Yaroslavl.
Além da Rússia, a vacina Sputnik V também é produzida no Brasil, Coréia do Sul, Arábia Saudita, Turquia, Índia, China e Cazaquistão.
5. Em quais países a vacina é aplicada?
A princípio, o governo estima que até fevereiro de 2021 mais de 1,5 milhão de pessoas ao redor do planeta receberam a vacina russa contra o coronavírus.
O primeiro país estrangeiro a começar a aplicar a Sputnik V foi a Bielo-Rússia, adquirindo 170.000 doses; seguido por Argentina, com 10 milhões de doses; e Bolívia, com 5,2 milhões.
Oficialmente, a vacina Sputnik V foi registrada em inúmeros países:
- Bielo-Rússia
- Argentina
- Bolívia
- Sérvia
- Argélia
- Palestina
- Venezuela
- Paraguai
- Turcomenistão
- Emirados Árabes Unidos
- Hungria
- Paquistão
- Irã
- Cazaquistão
- Tunísia
- Guiné
- México
- Nicarágua
Juntamente com o Brasil, outros 40 países se mostraram interessados a comprar as doses da vacina russa nos próximos meses.
Outras vacinas russas contra a Covid-19
No combate contra a pandemia, a Rússia lançou mais uma vacina: a EpiVacCorona.
Produzida pelo Centro Nacional de Pesquisas em Virologia e Biotecnologia Vector, em Novosibirsk, segundo a Rospotrebnadzor (agência sanitária russa) a EpiVacCorona tem eficácia imunológica de 100%.
Os estudos clínicos estão sendo realizados nas regiões de Moscou e da Sibéria, com cerca de 3.000 voluntários com mais de 18 anos de idade, incluindo pessoas acima dos 60 anos.
Definitivamente, parece que a Rússia está realmente empenhada no combate ao coronavírus, pois se não bastasse a Sputnik V e a EpiVacCorona, o país está fazendo ensaios clínicos para uma terceira vacina, a chamada “Sputnik Light”, uma versão mais leve do original (a Sputnik V).
Lançada em fevereiro deste ano, a promessa da “Sputnik Light” é de que ela será capaz de oferecer 85% de proteção contra a Covid-19 com apenas uma dose.
O objetivo do Instituto Gamaleya, que também produz a Sputnik V, é oferecer essa nova versão da vacina para países onde a mortalidade é muito alta.
Vamos aguardar e torcer!
Пока-пока! (Tchau-tchau!)
Assista aqui o vídeo em inglês lançado no final de dezembro de 2020 pelo fabricante da vacina Sputnik V com o slogan “V is for Victory”. Fonte: https://www.facebook.com/sputnikvaccine/.
2 Comments
Parabéns, Vanessa!!! Mais um texto de qualidade e extremamente oportuno, oferecendo abordagem precisa sobre esse tema tão relevante e discutido em todo o mundo, como a vacinação contra a Covid-19. Sucesso, sempre!!! Aguardamos as próximas postagens.
Realmente, o assunto é mais do que oportuno, não é mesmo? Obrigada Agostinha.