Cada cultura tem o seu próprio modo de pensar, quer a gente concorde com isso, quer não. O aprendizado é constante nessa vida de expatriado e cada cantinho do mundo tem algo a nos ensinar. Abaixo, mostro 8 lições que aprendi morando em 8 países diferentes:
1 – Seja gentil como os canadenses, mesmo que seu dia esteja horrível
Se tem algo que define os canadenses é a gentileza. “Bom dia, por favor e obrigado” fazem parte da rotina de todos. São pessoas segurando a porta do shopping aberta para você entrar, filas sendo respeitadas, lixo jogado no lixo e não na rua…
E isso tudo acontecendo com um frio congelante que chega aos -30oC! Os canadenses me ensinaram que, não importa o quão frio esteja lá fora, um simples ato de gentileza pode aquecer a alma muito mais do que um café quentinho.
2 – Faça como os gregos e valorize sua trajetória de vida
Quem é que não se lembra de ter estudado sobre a Grécia nas aulas de História da escola? Este é o berço da civilização ocidental, responsável pelo desenvolvimento da Filosofia, Medicina, Democracia, Filantropia…
Entretanto, para mim, o maior aprendizado que tive com os gregos foi a importância de valorizar nosso passado e ter orgulho do que vivemos até aqui.
No auge da crise econômica, na qual muitas famílias viram seu padrão de vida desmoronar da noite para o dia, os gregos souberam manter a cabeça erguida e lutar pelos próprios direitos.
Hoje, a economia grega passa a dar sinais de melhoria e o turismo tem um papel fundamental nesta retomada. São os gregos valorizando seu estilo de vida tradicional, sua culinária típica e a força da sua História, para fazer com que o mundo se apaixone cada vez mais pela beleza de suas ilhas paradisíacas.
Se tudo parece dar errado, faça como os gregos: valorize sempre sua história e seus feitos do passado. Tenha orgulho da pessoa que você se tornou hoje!
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3 – Keep calm e mantenha o foco como os ingleses
Work hard, play harder (trabalhar duro, divertir-se bastante). Para mim, este lema define os ingleses ainda melhor do que o famoso keep calm and carry on (mantenha a calma e continue). Sempre tive a impressão de que eles fossem workaholics e mal-humorados, mas morar em Londres me mostrou que não é bem assim.
Extremamente educados e pontuais, os ingleses também são eficientes. Chegam cedo ao trabalho, não socializam muito com colegas ou fazem longas pausas para o almoço mas, em compensação, saem (quase) sempre no horário e vão diretamente para o pub. Eles adoram espairecer após o expediente acompanhados de uma cerveja!
Eu acredito que fazer pequenas pausas durante o dia aumenta a produtividade e faz bem para nossa saúde mental, mas aprendi com os ingleses que pausas em excesso podem ser apenas um sinal de procrastinação. E, ao invés de passar o dia todo enrolando para terminar um relatório, não é muito melhor manter o foco para acabar logo e poder relaxar sem peso na consciência?
4 – Gratidão pela vida no estilo Hakuna Matata dos tanzanianos
Gratidão. Se tem uma palavra que deve fazer parte do seu vocabulário é esta. Ao invés de reclamar do que você ainda não tem, aprenda a apreciar as pequenas alegrias da vida e a celebrar cada conquista.
Viver em um país extremamente pobre, no qual ter água quente no chuveiro e energia elétrica em casa é privilégio de poucos, me ensinou a valorizar os pequenos grandes luxos da vida. E me fez perceber que felicidade é sim uma questão de perspectiva.
Se, mesmo com uma vida extremamente difícil, os tanzanianos estão sempre com um sorriso no rosto, quem sou eu para reclamar de coisas tão banais como o celular sem bateria ou o café que derramei naquela blusa nova. A Tanzânia me ensinou a essência da palavra gratidão.
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5 – A criatividade deixa a vida mais leve, pergunte aos croatas!
Um país pequeno, mas com uma História tão triste, marcada pelos horrores da guerra que se seguiu ao desmantelamento da Iugoslávia. Apesar de a guerra ter deixado muitas sequelas, se tem algo que me chamou a atenção sempre, foi a criatividade dos croatas.
Foram eles que inventaram o Museum of Broken Relationships, um museu dedicado às dores causadas pelo fim de relacionamentos, cujo acervo inclui objetos doados por pessoas do mundo inteiro. Outra curiosa invenção croata é o Sea Organ, uma espécie de piano instalado na beira do mar, cuja música é feita pelo barulho das ondas batendo em suas “teclas” de mármore. Uma experiência indescritível!
Isso sem falar na adega construída no fundo do mar, na gravata. Se tem uma coisa que os croatas me ensinaram é que a imaginação não tem limites! Por isso, não tenha medo de sonhar grande!
6 – Abra-se para o novo como fazem os romenos
Você sabia que o romeno é uma língua latina, ou seja, que tem a mesma origem que o português? Confesso que, mesmo sabendo disso, nunca imaginei que houvesse uma certa latinidade no jeito de ser dos romenos. Fui surpreendida positivamente pela simpatia e calor humano de todos. Algo além da gentileza no dia-a-dia, mas uma curiosidade e interesse genuínos em conhecer uma cultura diferente e em fazer amizade com uma imigrante como eu.
Sempre me senti em casa em Bucareste, mesmo sem falar uma palavra de romeno, e até hoje mantenho contato com os amigos que fiz por lá. Os romenos me ensinaram a demonstrar interesse pelas pessoas ao meu redor e a estar aberta a novas amizades. Afinal, nunca se sabe o que pode surgir de uma simples conversa de elevador, né?
7 – Comer é uma arte, já diziam os italianos
Os italianos são famosos mundialmente pela sua culinária, mas o que nem todos sabem é que comer é, de fato, um estilo de vida na Itália. Eles adoram feiras de rua que vendem produtos frescos e artesanais, amam cozinhar em casa para amigos e comer com tranquilidade, acompanhados da família e de um bom vinho.
Na Itália, eu aprendi que felicidade tem a ver sim com uma alimentação mais saudável e equilibrada, mas também em encontrar tempo nessa vida caótica para parar e apreciar uma boa pizza margherita ao lado de pessoas queridas.
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8 – A alegria dos brasileiros é contagiante!
Os brasileiros podem até ter suas inúmeras divergências políticas, mas nada supera a alegria de encontrar outro brasileiro no exterior! A gente pode adorar nossa nova casa, mas morar fora nos ensina a apreciar as coisas boas do Brasil também.
Para mim, a mais importante é a alegria genuína do brasileiro, capaz de animar qualquer ambiente! Alegria esta que é essencial para tornar a experiência em outro país mais leve e divertida.
Morar em tantos países me ensinou que não existe lugar perfeito neste mundo. Todo lugar está repleto de aprendizados incríveis, basta estar atento aos sinais e deixar as novas experiências mudarem a sua vida!
4 Comments
Adorei O texto, me identifiquei com muitos dos aprendizados. Cada lugar trás a oportunidade de novos aprendizados, novas experiências.
Obrigada Juliana, fico feliz de saber que gostou do texto! =) É isso mesmo que você falou: morar no exterior é uma experiência incrível, com aprendizados que podemos levar para a vida toda!
Qualquer brasileiro no exterior vai estar super alegre mesmo, afinal, quem não gosta de estar livre e segura num país desenvolvido né?. Agora dentro do Brasil, nunca vi um clima tão horrível e baixo astral em toda a minha vida, definitivamente, o estereótipo de país da alegria do Brasil desmoronou completamente em 2020.
Oi Luana! Tudo bem?
Obrigada pelo seu comentário! De fato a Itália é um país bem seguro para se viver mas, em tempos de coronavírus, o clima por aqui mudou também =(
Cuide-se aí no Brasil e, se um dia vier para Turim é só entrar em contato 😉
Abraços!