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    Home»França»Minha experiência durante os atentados em Paris
    França

    Minha experiência durante os atentados em Paris

    Ana LozonBy Ana LozonFebruary 16, 2015Updated:October 11, 20173 Comments5 Mins Read
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    Adoro viver na França e como vocês já sabem, um dos pontos que mais prezo é a segurança. Porém hoje vou falar num tom mais sério com vocês e mostrar o outra lado da moeda,  pois nesse mês ocorreu em uma semana uma série de fatos que literalmente me apavoraram e que eu não posso ignorar.

    Começamos o ano na França imersos em um sentimento de luto.

    Para quem não acompanhou, vou resumir a situação grosseiramente: em 2011 a famosa revista satírica Charlie Hebdo fez uma charge com Maomé, porém toda a representação de Maomé é proibida e portanto, considerada um pecado.

    Três anos depois (este ano), radicais invadiram a redação, entraram na reunião de pauta e mataram uma a uma as pessoas que estavam presentes.

    O fato em si já é traumatizante pela sua barbaridade, pela brutalidade, pela banalidade e cinismo em relação ao “motivo” da matança, pela intolerância, pela não-democracia , pelo não ao direito de liberdade de expressão e tantos outros motivos.

    Quando cheguei a Paris na manhã do dia seguinte, a primeira coisa que escutamos ao descer do trem foi: “A estação está fechada, há uma bagagem suspeita, por favor evacuem a estação”.

    Como assim, evacuar a estação??? – pensei comigo mesma.

    O dia certamente não começou bem. Peguei o metrô, que teve diversos atrasos por razões de segurança, mas finalmente cheguei à minha parada.

    Desço e vou ao trabalho. Na minha hora de almoço ficamos sabendo que aqueles mesmos terroristas tomaram de assalto dois pontos diferentes da cidade ao mesmo tempo e que tinha vítimas e reféns. Um destes lugares era um mercado Kosher, e nós lá na empresa estamos exatamente situados no coração do bairro judeu em Paris. Não demorou muito e todo o comércio ao nosso redor estava com as portas fechadas, as sinagogas e escolas judias com policiais munidos de metralhadoras, e pouco tempo depois a rua paralela já estava bloqueada, entenda-se fe-cha-da, pode sair mas não pode entrar.

    Às quatro e meia da tarde encerramos o trabalho e após muito caos, consegui entrar no trem das seis e cinquenta rumo à casa.

    Ou não!

    O trem das seis só partiu às as oito e quinze da noite, pois havia uma bagagem suspeita numa das paradas em que passa o trem. Então tivemos que esperar chegar o anti-bomba no local para analisar, desarmar etc…

    PÂNICO!

    Então, para terminar minha semana, o trem que eu tomaria às 22h nunca partiu pois havia um objeto suspeito lá e depois de 30 minutos de espera alguém vai de vagão em vagão gritando “Desçam, há uma objeto suspeito no trem”.

    Sim, outra vez. E mais uma vez esperamos o anti-bomba para analisar, desarmar etc.

    Aqui escuto frequentemente questões sobre o Brasil, se é perigoso lá, e se eu não tinha medo de sair na rua, dos bandidos, roubos et cetera e tal. ALOOOO??

    Aqui eu vivi na minha humilde rotina um momento de pânico real, lojas fechadas, ruas interditadas, trem e metrôs que não podiam partir pois existam suspeitas de BOMBAS , meu Deus, BOMBA??? Fala sério!!

    Tudo isso que relatei mostra que em todo lugar há situações de perigo, seja no Brasil ou na França e que em cada lugar os riscos são diferentes.

    Embora Paris tenha muitos trombadinhas, eu particularmente fiquei muito assustada com toda esta história e que o risco não é bem como no Brasil de tomar um tiro, uma facada ou ser agredido porque você não entregou sua carteira, seu celular ou mesmo seu carro, mas sim o de explodir simplesmente porque você estava numa estação movimentada, no lugar errado e na hora errada, ou porque um radical com um discurso louco resolveu matar os que não são nem pensam como ele.

    Bom, fui ler nos jornais do Brasil o que relatavam sobre estes acontecimentos e mais que isso, li o que os leitores comentavam de maneira geral; vi que os comentários eram do tipo “Ah, mas os jornalistas pegaram pesado com as charges”.

    Achei muito estranho estes tipos de comentários pois outro dia mesmo vi um vídeo do Porta dos Fundos onde eles pegam muito mais pesado com diversos temas, inclusive religião, e nem por isso há retaliações desse tipo contra o programa. Mas acho que estas pessoas são parte de uma minoria que gosta de fazer polêmica.

    Acredito que fazer sátira é tão importante como escrever uma coluna no jornal, é como defender e confrontar uma opinião diferente da sua. Fazer charge é a crítica através do humor, assim como nossos humoristas brasileiros, tão simples e xucros como o próprio Chico Anysio fazia, e nem por isso nenhum fanático religioso invadiu a rede Globo para matá-lo.

    Por favor vamos pensar juntos, o “sagrado” em si é relativo e subjetivo, porém a liberdade é para todos.

    O lema da França é “Liberdade , Igualdade , Fraternidade”. Onde está a liberdade de expressão destes jornalistas, desta revista, destes seres humanos pensantes e críticos?

    Onde está a nossa liberdade, nosso livre arbítrio quando privamos o outro de se expressar?

    Em meio a todo este sofrimento e indignação algo de maravilhoso aconteceu. A França inteira se juntou espontaneamente e marchou em silêncio, em luto, em união contra estes atos bárbaros. Em meio a todo este drama a França se uniu e lado a lado marcharam civis e policiais, religiosos e ateus , autoridades de Estado, para dizer em alto e bom tom que a liberdade prevalece.

    Talvez pelo fato de nós brasileiros sermos um pouco de tudo, de todas as raças de todas as cores e de muitas religiões, acho que o nosso “jeitinho” é a nossa mistura.

    Sei que o Brasil não é incrível e que nossos e que nossos terroristas têm outras facetas, que existem outros tipos de não-aceitações em relação ao outro, e que temos outras batalhas a ganhar. Mas desta raiva religiosa nós não sofremos.

    Mas o que realmente me aterroriza é o fato de que um simples desenho possa desencadear um ódio tão grande a ponto de matar pessoas.

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    Ana Lozon
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    Ana é estilista formada em Negócios da Moda com master em Gestão de COMEX e mora em Reims, França, com o marido.

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    3 Comments

    1. Aline Arruda on February 17, 2015 1:41 am

      Ai Ana que experiência você teve por ai, nossa.
      Acho esse assunto tão delicado….. não é um simples desenho, ne? Não estou defendendo ninguém, pelo amor. Violência, na minha opinião, nunca é resposta para nada. O meu ponto é que o buraco é beeeem mais embaixo.
      Tenho uma amigona que mora em Paris e ela me mandou videos da passeata. Lindo. Silêncio.
      Espero que esse episódio não crie nenhuma ferida em seu amor pela França e por morar ai :-).
      Bisous :-*

      Reply
      • Ana Lozon on April 6, 2015 10:29 am

        Foi lindo mesmo Aline!
        Obrigada pelo seu apoio!

        Reply
    2. Fernanda Moura on February 17, 2015 10:07 am

      Concordo, Ana! Acho chocante como em nome da religião, as pessoas acham que podem agredir e matar quem pensa diferente. E discordo daqueles que dizem que fazer graça com religião nao é liberdade de expressão. Afinal, o humor sempre foi uma ferramenta de suma importância no processo reflexivo humano. E se tem algo que precisamos enquanto espécie, é de criatividade e bom humor. Espero por um mundo onde mais piadas sejam feitas e as pessoas não levem a vida tão a serio. No final das contas, é a arte e o riso que levamos no coração que nos enobrecem, que nos humanizam. Peço por um mundo com mais charges e menos violencia. Um beijo e parabéns pelo texto 🙂

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