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    Home»Dinamarca»Falsiane Vikiniana: Parte 2
    Dinamarca

    Falsiane Vikiniana: Parte 2

    Marcele RaskBy Marcele RaskMarch 17, 2017Updated:July 16, 201714 Comments7 Mins Read
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    Fonte: Arquivo pessoal da autora
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    Olá, Amigos!

    Se viajar é viver, migrar é renascer! E não há renascimento sem sofrimento, sem quedas, sem erros, sem micos e, acima de tudo, sem aprendizado. No post anterior, introduzimos a falsiane vikiniana, o temido falso amigo escandinavo que tenta puxar nosso tapete a cada passo que damos ao aprender um novo idioma. Infelizmente para ela, conterrâneos, nós somos brasileiros e, claro, não desistimos nunca!

    Prova de nossa eterna persistência foram as inúmeras histórias que recebi sobre micos praticados pelas bandas de cá, dentre eles: alguns impublicáveis, como a querida leitora que, inocentemente, convidou o sogro para transar quando, na verdade, o convidara para jogar golfe. Que situação!

    E, baseado nessas histórias, sugiro um adendo ao significado da palavra ‘migração’. A partir de agora, ‘migração’ deveria ser: “o conjunto de curiosos e corajosos seres, desinibidos pagadores de micos em constante desespero e mutação”. Conhece este ser? Esse aí, querido amigo, é você!

    Como já percebemos, os idiomas escandinavos – Dinamarquês, Norueguês e Sueco – possuem a mesma raiz. Eles são tão semelhantes que muitas de suas palavras são idênticas nos três idiomas, como as palavras: gift (casado e veneno – Comprovado: casar mata!), ord (palavra), tid (tempo), bord (mesa), sol (sol), himmel (céu). Tão fácil que parece até promoção ‘pague 1 e leve 3’!

    Porém… Porém! Como sempre diz minha amada avó (Xerô, Vó!): tudo na vida tem um porém. Existe um número grande de falsos cognatos, palavras muito semelhantes, mas com significados completamente diferentes. Essas palavras devem ter compartilhado o mesmo significado no passado que, com as influências culturais e históricas próprias de cada lugar, tiveram seu significado alterado ao longo dos anos. E isso é receita certa para desastre, caso os falantes não estejam cientes dessas mudanças.

    A palavra rolig em sueco significa ‘diversão’ ou ‘engraçado’. E, em dinamarquês e norueguês significa ‘calmo’. Os dinamarqueses usam muito a expressão Stille og rolig que significa ‘tudo tranquilo’, ‘tudo calmo’. Outro exemplo, é a palavra rar, que em dinamarquês e sueco significa ‘agradável’, ‘bonito’, mas em norueguês significa ‘estranho’, ‘peculiar’.

    Como vocês sabem, eu tenho o hábito de ler rótulos e, numa determinada ocasião, ao ler a embalagem de um leverpostej – patê de fígado dinamarquês, com status de superestrela na culinária local, mas que cheira tão bem quanto mocotó estragado! – percebi que havia algo estranho e logo larguei o trem de mão. Lá constava a palavra kunstig, que em dinamarquês e norueguês significa ‘artificial’, mas eu a confundi com o sueco konstig, que significa ‘estranho’. Nem sempre se enganar é ruim, entre o artificial e o estranho, eu fui em busca de algo mais, digamos assim, saudável para passar no pão. Ah, a Nutella!

    E por falar em saúde, a palavra rask significa ‘saudável’ em dinamarquês, mas em sueco e norueguês significa ‘rápido’. Exatamente, meus queridos, eu sou a rapidez e a saúde em pessoa. Muito prazer!

    A palavra by, ‘cidade’ em dinamarquês e norueguês e ‘vilarejo’ em sueco, não causa tanto espanto, contudo, num contexto formal, é importante lembrar a diferença para que não haja erro de comunicação. Outro grande exemplo que faz toda a diferença é o verbo auxiliar må, que em norueguês significa ‘ter que’, mas em dinamarquês dá a ideia de permissão, como no verbo ‘poder’.

    Uma das minhas palavras preferidas é lov. Essa palavrinha mágica significa ‘direito’ em dinamarquês e norueguês, mas significa ‘férias’ em sueco. E quem não gosta de direito e férias? Sendo direito às férias então, melhor ainda! Em contrapartida, ‘direito’ em sueco significa lag, que em dinamarquês e norueguês significa ‘camada’, como as camadas de um delicioso bolo de brigadeiro. Hum…. Delícia!

    Este fim de semana fomos visitar um casal de amigos, um deles é norueguês. Conversa vai e vem, chegamos aos falsos amigos. Amigo norueguês nos contava o quão interessante é a expressão dinamarquesa Det kan vi godt lide que não existe em norueguês, mas é extremamente usada em dinamarquês para indicar que ‘disso nós gostamos’. Ora, amigos, a palavra lide em norueguês e dinamarquês significa ‘sofrer’, entretanto a expressão kan/kunne lide em dinamarquês está relacionada a ‘gostar de’, o que não é utilizado em norueguês. E este é um erro de comunicação comum entre os noruegueses e os dinamarqueses, portanto cuidado para não falarem kan lide para um norueguês, caso contrário ele achara que você é masoquista.

    Essas diferenças linguísticas cruciais em idiomas muito semelhantes demonstram a importância em se trabalhar esses significados ao nos comunicarmos. E isso eu aprendi da forma mais interessante possível ao cometer o king kong dos micos, chamando a sogra de porca-mãe, no dia do meu noivado.

    Arquivo Pessoal da Autora: ‘Svinemor’ og ‘svinedatter’ 🙂 !

    Tomávamos café da manhã e, eu querendo impressionar a sogra, resolvi rasgar todo o meu dinamarquês (de poucos meses!), chamando-a de svigermor. Em dinamarquês, a palavra palavra mor significa ‘mãe’ e ‘sogra’ é svigermor, mas eu a chamei de svinemor, que em livre tradução seria porca-mãe. Pois bem, causei não só uma impressão, mas uma comoção! Enquanto, o então noivo, agora marido, quase morria engasgado com um pedaço de pão de centeio dinamarquês (sim, os dinamarqueses também são farofeiros, viajam com seu amado pãozinho preto e seco!), a sogra teve uma crise de riso (leia-se, gargalhadas!) que perdura até hoje. Não preciso dizer que tudo acabou bem. Casei e ganhei, oficialmente, uma porca-mãe. É verdade! A sogra reproduz essa história para todos e só assina os cartões de felicitações, mensagens, etc. como fra svinemor, ‘da porca-mãe’. E eu sempre arrumo umas porquinhas, das mais estilosas para ela – a última foi uma que dança tango ao som de Besame mucho – e, claro, assino os cartões como fra svinedatter, ‘da porca-filha’. Casos de família, aqui vamos nós!

    Um dos maiores desafios no aprendizado da língua dinamarquesa é justamente a escuta e a pronúncia, algo entre um engasgo, um vômito e um afogamento, que come dois terços da palavra, preferencialmente as consoantes e deixa um monte de vogais emboladas umas as outras. Entendeu? É, nós também não, mas aqui vai uma pequena demonstração.

    Três palavras dinamarquesas bem engraçadas para os falantes da língua portuguesa são huller, mange e nosser que soam, respectivamente, ‘rola’, ‘manga’ e ‘nossa’. A palavra huller significa ‘buracos’, mange significa ‘muito’ e nosser é ‘testículos’. E, dessa forma, não demora muito para alguém fazer brincadeiras ao avistar um buraco no meio da rua: Nossa, manga rola!

    Algumas pessoas vêm me questionado, sobre o aprendizado de idiomas, quais seriam as ferramentas necessárias para melhor navegar por este espaço. Particularmente, acredito que aprender idiomas, ou qualquer outra coisa, é algo muito pessoal. Não há uma fórmula exata, contudo, o primeiro passo é não ter medo!

    Não tenham medo de errar. Não tenham medo de pagar micos. Não tenham medo de falar bobagens ou dizer coisas sem sentido. Se joguem no aprendizado, mergulhem de cabeça. O certo mesmo é: praticar, praticar e praticar! Como? Queridos, da maneira que melhor lhes convêm. Seja ouvindo músicas, assistindo séries de TV, fazendo cópias e ditados utilizando canetas coloridas, assistindo vídeo-aulas no Youtube, conversando com estranhos, lendo rótulos de produtos no mercado ou menus em restaurante. O importante é procurar algo que lhes dê prazer e vontade de aprender. Faça dessa nova língua o seu melhor amigo, mas lembre-se: até o melhor dos amigos possui defeitos. Então não se culpem por cometer erros!

    Se permita errar a todo instante, se confundir, repetir e repetir; faça uso, sem dó nem piedade, do ‘desculpe, não entendi, pode repetir?’ ou ‘perdão, eu me confundi!’. E, o mais importante de tudo, sinta orgulho de si mesmo. E ao longo dessa jornada, você terá inúmeras histórias para contar, aí você corre aqui e conta para gente, porque rir é sempre o melhor remédio.

    Migrar não é glamour, é luta diária, mas aprendizado e alegrias a todo instante!

    Fiquem rolig e, rolig!

    Abraços fraternos e até breve!

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    Marcele Rask
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    Marcele é de Brasília. Devota do cuscuz com bife e extremamente alérgica a pimentas e pimentões, mudou-se, em 2011, de mala e cuia para a região de Øresund, após um esbarrão da vida culminar em um amor vikingninquim e uma especialização em Direito Internacional dos Direitos Humanos. E desde então, Marcele tornou-se, inusitadamente, súdita de dois Reinos: Dinamarca e Suécia.

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    14 Comments

    1. Camila Witt on March 17, 2017 1:51 pm

      Texto simplesmente fantástico e delicioso de ler!

      Reply
      • Marcele Rask on March 24, 2017 3:43 pm

        Feliz que você tenha gostado!!!! 🙂 🙂

        Reply
    2. Alessandra on March 17, 2017 2:13 pm

      hahahahaha! Chorei de rir! Que bom que a sua sogra tem bom humor 😀

      Reply
      • Marcele Rask on March 24, 2017 3:44 pm

        Sogra é chegada no riso!!! 😛

        Reply
    3. Lele on March 18, 2017 12:39 pm

      Muito legal! HAhaha Depois você poderia fazer um post falando sobre os seus estudos de direito , há a possibilidade da revalidação do diploma? Obrigada.

      Reply
      • Marcele Rask on March 24, 2017 4:07 pm

        Muito Obrigada, Leticia 🙂
        Claro, adorei a sugestão. Sim, o diploma pode ser validado sem problemas 🙂

        Reply
    4. Zara on March 19, 2017 4:54 am

      Ri muito com o seu texto! Aprender uma nova língua é uma aventura!

      Reply
      • Marcele Rask on March 24, 2017 3:43 pm

        Uma aventura e tanto 🙂 🙂 !!!

        Reply
    5. Daniele Van-Lume Simões on March 24, 2017 2:49 am

      Adoreeeeei o bom humor da sua sogra! Uma fofa! Rs

      Reply
      • Marcele Rask on March 24, 2017 4:10 pm

        Aquela ali ri com a própria sombra!!! 🙂 Sabe viver! Abraços

        Reply
    6. Priscila Ca on March 26, 2017 2:51 am

      Uma comedia completa! Svinemor og svinedatter kkkkkkkk
      Espero que faça parte 3 dessa “série” maravilhosa! Bjs

      Reply
      • Marcele Rask on March 30, 2017 7:17 pm

        Obrigada, Querida 🙂
        A parte três vem em forma de spin-off…. já já chega!
        Espero que goste também.
        Abraços 🙂

        Reply
    7. Karina Sell on June 1, 2017 10:52 am

      Devorando seus posts Marcele! Adorei a forma como escreve e suas histórias!!!

      Reply
      • Marcele Rask on June 2, 2017 9:53 am

        Oi Querida!
        Muito obrigada. Muito feliz que você esteja gostando dos textos 🙂
        Um grande beijo e sucesso!! 🙂

        Reply

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