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    Home»Índia»Índia, a força da religião num país laico
    Índia

    Índia, a força da religião num país laico

    Rachel TardinBy Rachel TardinOctober 19, 20173 Comments5 Mins Read
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    Dentre os muitos aspectos inerentes à Índia que despertam interesse e curiosidade em pessoas do mundo inteiro está conjunto das tradições religiosas aqui praticadas tão intensamente que misturam-se à cultura, às crenças e aos valores do povo.

    Historicamente, a Índia é uma das civilizações mais antigas ainda existente no mundo e estudiosos acreditam que esse seja um dos motivos para que haja grande influência “mítica” de crenças e expressões de fé presente de forma latente.

    As religiões predominantes na Índia são o Hinduísmo, com cerca de 80% da população,  seguido pelo Islamismo, em torno de 15%, pelo Cristianismo com 3% da população, sendo que o Skhismo, o Budismo e o Jainismo completam essa estatística.

    O Hinduísmo, que conta com aproximadamente 900 milhões de adeptos no país, trata-se de uma religião complexa de se entender, com milhões de deuses, cuja principal tríade é composta por Brahma, Vishnu e Shiva. Muitos outros deuses são apenas encarnações ou manifestações dessa tríade. Já o Islamismo espalhou-se na Índia através da invasão de imperadores árabes e, atualmente, conta com número expressivo de adeptos.

    O Budismo, por sua vez, mesmo tendo sido originado aqui, atualmente não possui muitos praticantes, apesar dessa religião ser considerada uma das principais exportações da Índia para o mundo. A Índia tem um importante e significativo percurso para quem pratica o Budismo, desde Bodh Gaya, onde Buda atingiu a iluminação, Sarnath, onde ele deu seu primeiro discurso, até Kushinagar, onde ele morreu.

    Há que se observar que, mesmo diante da grande influência das religiões no estilo de vida do povo indiano, o Estado, curiosamente, se declara laico ou secular, posicionando-se de forma imparcial em relação a tais questões. Vale ressaltar que o estado laico não é ateu nem agnóstico, pois aceita a crença em Deus e respeita a descrença religiosa.

    Culturalmente, a religião que conta com o maior número de adeptos na Índia, ou seja, o Hinduísmo, classifica a população pelo sistema de castas, determinada pela hereditariedade, estabelecendo uma rígida segregação social e definindo o papel do sujeito na sociedade. Embora o governo não reconheça oficialmente esse sistema, ele nunca foi abolido culturalmente da sociedade.

    A política e a religião estão relacionadas de forma ambivalente, uma vez que a postura oficial diverge da prática vigente. Rotineiramente, nos defrontamos com muitos exemplos de contradições que se refletem no nosso dia a dia, como a dificuldade em comprar carne bovina em supermercados, já que a maioria da população é vegetariana. Também não se mata qualquer tipo de animal na Índia, porque os hindus acreditam que os animais têm espírito e que eles podem encarnar em seres humanos. Tanto é assim que existem profissionais especializados em capturar cobras para que elas não sejam mortas, havendo uma ferramenta que facilita a captura delas. Tais comportamentos são decorrentes de preceitos religiosos e não políticos.

    Há lugares no país, como Gujarat por exemplo, que proíbem o consumo de bebidas alcoólicas, cujo hábito não é bem visto por nenhuma religião. Todos esses costumes estão relacionados às manifestações das crenças religiosas e são mais respeitados pela população do que as ordens impostas pelo governo. Pode-se constatar tal afirmação observando a postura dos motoristas no trânsito, que não respeitam as regras de segurança e, quando advertidos pelas autoridades competentes, tentam suborná-los com propinas.

    A maioria dos ocidentais vê os indianos como um povo “zen” capaz de ter autocontrole até em situações estressantes, haja vista que a Índia é o berço da yoga e de diversas técnicas de meditação, práticas através das quais o ser humano entra em conexão com o seu corpo, mantém plenamente o foco e a atenção em si, despertando, assim, os sentidos sensoriais e, consequentemente, reduzindo a ansiedade.

    Contudo, percebe-se um comportamento primitivo no cotidiano dos indianos, com exemplos que incluem desde o desrespeito às leis de trânsito e às filas em supermercados, hospitais ou restaurantes, até a desvalorização da mulher, com os altos índices de abuso sexual, inclusive com crianças.

    A meu ver, esse grande diferencial cultural trata-se de uma autenticidade proveniente da forma primitiva do ser humano, como se as fronteiras do que chamamos de civilização não tivessem aqui se instalado e como se o uso da “razão” fosse usado de modo contraditório.

    A “era da razão ou a razão pura”, estudada pelo filósofo Kant, parece se manifestar na Índia de modo diferente ao Ocidente. Exemplo disso é o fato de o povo não questionar valores como casamentos escolhidos pela família, ainda realizados aqui em números expressivos, especialmente no interior do país. A título de ilustração, cito a afirmação de uma indiana que “não consegue entender uma cultura como a nossa, que não se preocupa com um casamento para mulher, o que é algo terrível uma mulher solteira aqui”.

    Compreender de forma lógica todas essas divergências é algo muito complexo. O Ocidente avançou tanto em todos os sentidos que chegou a perder a própria autenticidade, já que a globalização e a racionalização dos fatos nos colocou num único patamar cultural, onde fast food é valorizado, grifes internacionais ditam a moda padronizada e o alto consumo de medicações passou a ser prática corrente na vida das pessoas.

    Já na Índia é diferente, haja vista que o povo manteve sua originalidade e a autenticidade dos seus costumes. Contudo, há um preço alto por isso, pois além de um estilo de vida ancestral, há uma desestrutura social, mantida por um governo corrupto que coloca seu povo em condições de vida subumanas. Portanto, a relação do governo com a religião também é contraditória aqui, fato que, historicamente, pode ter sido potencializado pela influência da colonização inglesa ou árabe.

    No entanto, até as contradições entre o sagrado e o profano tornam a Índia um universo misterioso, mágico

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    Rachel Tardin
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    Rachel é natural de Cachoeiro de Itapemirim - Espírito Santo, psicóloga, mãe de dois filhos, já morou no Rio de janeiro e em Curitiba. Atualmente reside com a família em Bangalore - Índia, desde novembro de 2015.

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    3 Comments

    1. Lara on January 9, 2018 3:06 pm

      Rachel, parabéns pelo seu texto e suas observações sobre este povo. Você organizou minhas impressões de forma muito inteligente. Obrigada!

      Reply
      • Rachel Tardin on January 15, 2018 2:32 pm

        Obrigada pelo feedback Lara!

        Reply
    2. Lívinha on October 24, 2018 5:28 am

      Texto mt bom me ajudou mt no trabalho de sociologia maravilinda

      Reply

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