Facebook Twitter Instagram
    BrasileirasPeloMundo.com
    • Home
    • Sobre o BPM
      • Time do BPM
      • Autoras
      • Contato
      • Na Mídia
      • Blogs
    • Colabore
    • Custo de Vida
      • Quanto custa
      • Cheguei e agora?
      • Custo de Vida Pelo Mundo
    • Países
      • Alemanha
      • Austrália
      • Áustria
      • Canadá
      • EUA
      • Espanha
      • França
      • Inglaterra
      • Itália
      • Japão
      • Polônia
      • Portugal
      • Suécia
    • Mais
      • Dicas para viajar sozinha
      • Relacionamentos online
      • Turismo Pelo Mundo
      • Vistos
    • Intercâmbio
      • Intercâmbio pelo Mundo
    Facebook Instagram
    BrasileirasPeloMundo.com
    Home»Dinamarca»Meus primeiros três anos na Dinamarca
    Dinamarca

    Meus primeiros três anos na Dinamarca

    Letícia StalloneBy Letícia StalloneMarch 2, 2018Updated:March 3, 20182 Comments4 Mins Read
    Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Foto: pixabay.com
    Share
    Facebook Twitter LinkedIn Pinterest Email

    Meus primeiros três anos na Dinamarca

    No intuito de combater o frio de um inverno rigoroso, um grupo de porcos-espinhos decide
    juntar-se para ficar mais aquecido. Porém, ao mesmo tempo em que produzem calor estando em contato direto uns com os outros, acabam se ferindo mutuamente, por conta de seus espinhos.

    Este conto é apresentado por Schopenhauer como o dilema do porco-espinho, uma metáfora sobre a dificuldade e os desafios subjacentes às relações de intimidade humana. Para os mais pessimistas, muita proximidade e intimidade significa necessariamente a invasão de um espaço sagrado, mas há quem diga que ‘a felicidade só é real quando compartilhada’, e para estes, vale a pena enfrentar os espinhos.

    Foi esta pequena narrativa que tomou conta dos meus pensamentos logo que soube que viria morar na Dinamarca, não muito pelos porcos-espinhos, e sim por causa do inverno rigoroso e o pesado estereótipo ‘frio’ dos países nórdicos.

    Como seriam as relações na Escandinávia? Como mãe, pensei: e as crianças, que adultos se tornariam convivendo num ambiente tão diferente do nosso?

    Três anos depois e a metáfora segue me tirando o sono. Verdade que viver na Dinamarca é
    muito diferente de viver no Brasil. Sair do Rio de Janeiro, em fevereiro, trocando o Flamengo e o Carnaval pela neve e a escuridão não foi das escolhas mais fáceis que a vida me ofereceu, mas tampouco foi das mais difíceis.

    Em primeiro lugar, precisei entender que proximidade e distância são conceitos diferentes por aqui, mas não é nada tão grave. Não significa que você não possa ter amigos próximos, íntimos, que te deem um abraço quando você precisa e que se abram com você. Significa talvez que o aperto de mão é preterido em relação aos dois beijinhos, que seus filhos vão ser levemente mais afetivos, principalmente logo que voltam de férias no Brasil.

    Minha intenção aqui é fugir um pouco desse estereótipo do povo frio e distante e mostrar que calor humano tem mais a ver com contexto e individualidade.

    Uma rápida pesquisa sobre os dinamarqueses vai te fazer cair nessa figura seca e dura, mas vai te deixar por fora do que te conto agora: todos sabem que a Dinamarca é um país rico e caro, mas sabendo disso poucos se perguntam sobre a situação financeira do dinamarquês. O dinamarquês não é um povo rico e sua relação com dinheiro é muito diferente da nossa. Comprar o último modelo de celular e o maior carro do mercado não é prática comum.

    Depois de algum tempo morando na Dinamarca, me chama a atenção a quantidade de opções de troca, empréstimo, segunda mão etc. Você pode ter uma casa funcional, com bons móveis comprados na Cruz Vermelha, sem gastar muito dinheiro. Roupas de criança usadas, baratas e em ótimo estado você compra em qualquer esquina, ou no reshopper, pelo seu telefone.

    Muitos restaurantes oferecem algum método de food sharing (compartilhamento de comida). E mais importante do que todas essas opções é a forma tão natural como elas são
    aproveitadas pela população. Ninguém acha ruim comprar roupas usadas, pegar uma mesa
    que foi jogada fora por outra pessoa, ninguém vai te julgar por isso.

    Sem querer ser Polyana, me parece que reina uma certa solidariedade muito natural, menos consumista, acumulativa e sem esbanjamento, em tudo. Vai da quantidade de fotos que é impressa na ultrassonografia de seu bebê (só tive uma!), do número de exames que você tem direito, ao supermercado que vende mais barato produtos que estão próximos da sua data de vencimento.

    Como brasileira, classe média, é natural desconfiar um pouco desse discurso, e é levemente conflituoso abrir mão de um esbanjamento que talvez nem você mesma percebesse como exagero.

    Leia também: planejamento para morar na Dinamarca

    Claro que estamos falando aqui de serviços públicos versus serviços privados, no caso dos exames, por exemplo, mas de qualquer forma, é uma diferença que você sente no
    seu dia-a-dia.

    Como tudo na vida, quem ajuda é o tempo. Com ele, você entende, critica e mais para frente percebe que a diferença é inevitável. O julgamento é um passo para trás e o ajuste só vai te fazer bem.

    Nosso contexto é outro, nada mais natural que nossa história escravocrata, colonização de exploração e mão de obra barata gerassem uma classe média tão diferente da
    dinamarquesa.

    E é nesta diferença que você conhece também a proximidade do dinamarquês e entende que não se trata, necessariamente, de abraços e beijos. Pelo contrário, você percebe que aqui se faz muito pelo outro, em nome do todo e isso te dá conforto e acolhimento e uma gostosa sensação de proximidade.

    Textos relacionados

    • Custo de vida na Dinamarca
    • Imigração e arte na Dinamarca
    • Arte em Copenhagen
    • Aprendendo dinamarquês
    • Como superar as barreiras culturais
    • Bycyklen: as bicicletas da cidade de Copenhague
    Clique aqui para ler mais artigos da mesma autora
    consumismo dinamarca morar na Dinamarca mudar para a Dinamarca
    Share. Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Letícia Stallone
    • Website

    Letícia é carioca, mãe, doutora em linguística, professora e escritora freelancer. Colabora há 10 anos com curadoria e pesquisa de arte para o estúdio M’Baraká, no Rio de Janeiro. Mora em Copenhagen, trocou o carro pela bike, defende o poder da arte, do humor e da conversa. E, secretamente, acredita que um dia vai conseguir falar dinamarquês direitinho.

    Related Posts

    Enfrentando a pandemia de COVID-19 na Dinamarca

    May 7, 2020

    Fogos de artifício no Réveillon na Dinamarca

    December 30, 2019

    Coisas que sinto falta do Brasil na Dinamarca

    November 27, 2019

    2 Comments

    1. Daniela S. A. Madsen on March 4, 2018 9:40 am

      Lindo texto, analogia perfeita dos porcos espinhos, Shopenhauer ainda que duvidosamente, contrinua a ser um dos meus preferidos. E tu mãe guerreira, vai conseguir sim desenrolar essa língua de gato.
      Obrigada pelo texto.

      Reply
      • Letícia Stallone on March 6, 2018 9:32 am

        Obrigada pela leitura e pelo carinho!

        Reply

    Leave A Reply Cancel Reply

    This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

    • Facebook
    • Instagram
    Polônia

    Dia de Finados na Polônia

    By Ann MoellerOctober 28, 20240

    Dia de Finados na Polônia O Dia de Finados é comemorado oficialmente pela Igreja Católica…

    Novas gírias e expressōes faladas nos Estados Unidos

    March 1, 2023

    Terremoto na Turquia

    February 10, 2023

    Natal em tempos de guerra

    December 21, 2022
    Categorias populares

    Green Card e Residência permanente após o casamento

    April 26, 2015

    Como morar legalmente na Espanha

    August 7, 2015

    Como estudar no Ensino Superior em Portugal

    August 14, 2014

    Como é morar em Santiago no Chile

    June 28, 2014

    Validação do diploma brasileiro nos EUA

    May 20, 2016

    Cinco razões para não morar na Dinamarca

    April 19, 2015

    Passo-a-passo para fazer mestrado ou doutorado com tudo pago nos EUA

    March 2, 2016

    É brasileiro e reside no exterior? A Receita Federal ainda lembra de você!

    February 9, 2017
    BrasileirasPeloMundo.com
    Facebook Instagram
    • Sobre o BPM
    • Autoras
    • Na Mídia
    • Anuncie
    • Contato
    • Aviso Legal
    • Política de privacidade
    • Links
    © 2012-2025 BrasileirasPeloMundo.com

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.