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    Home»Dinamarca»Como superar as barreiras culturais
    Dinamarca

    Como superar as barreiras culturais

    Letícia StalloneBy Letícia StalloneSeptember 21, 2018No Comments6 Mins Read
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    como superar as barreiras culturais
    arquivo pessoal - ilustração Davi Ferreira
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    Como superar as barreiras culturais.

    Muito provavelmente todas as brasileiras pelo mundo precisaram transpor algumas barreiras culturais desde que saíram do Brasil. Conhecer e estar habituado a uma cultura e, de repente, se ver cercado por outra não é assim tão simples.

    Quem se planejou bem e conhecia um pouco o país de destino talvez tenha sofrido menos, mas há desconforto para todas, não tem jeito.

    Aqui na Dinamarca, demorei a entender que este desconforto, por um certo tempo, é assim mesmo. Depois passa. Às vezes, o novo consegue até minimizar a nostalgia e o peso da história dos hábitos antigos. Mas o tempo tem que ser dado e a dificuldade está em lidar com a ansiedade e, principalmente, ter paciência. No meu caso, nunca tive muita.

    Eu me lembro de quando minha filha foi para a creche pela primeira vez, com um ano. Inverno de verdade, -4°C. Ela dormia de tarde ainda (ah, que saudade dessa época!).

    Uma verdade para a creche era: bebê que dorme no carrinho, do lado de fora, ao ar livre, dorme melhor e, por causa do ar fresco, é mais saudável. Leia esta reportagem se quiser ter mais informações sobre o tema.

    Para mim, a verdade era: -4°C é frio excessivo, é congelante. Eu não sabia se tinha todas as cobertas necessárias para cobrir esse bebê que dormia à tarde, no berço, dentro de casa, com o aquecimento ligado. Para mim, dormir lá fora, de duas uma: ou vai pegar um super-resfriado ou vai morrer congelado. Era como eu pensava.

    Passei os primeiros dias olhando para aquilo com uma desconfiança absolutamente antipática. Não cheguei a questionar nada na creche porque, pra mim, isso seria interferir demais na cultura alheia. A Dinamarca tem esse hábito arraigado desde sei lá quando e, pasmem, as crianças sobrevivem. Não há casos de crianças congeladas por dormirem nos carrinhos do lado de fora a -4°C.

    Passados alguns dias, recebi relatos de que Olivia tinha dormido três horas (jamais dormia isso tudo em casa). Também percebi que Olivia ficava pouquíssimas vezes resfriada (comparada ao meu primeiro filho, Franco). Foi aí que comecei a sair da desconfiança antipática para questionar aquilo que, para mim, era a norma.

    Leia também: Entre dois mundos

    Verdade que meu raciocínio vem da minha criação no Rio de Janeiro, filha da minha mãe, e todas aquelas coisas que me ajudam a olhar para as coisas como são para mim.

    Por que no Brasil a gente não tem o hábito de colocar as crianças para dormirem do lado de fora? Não temos isso no Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca, Zona Sul, Centro… Fico pensando também em Fortaleza, com aquela brisa deliciosa, numa sombra, sem coberta…

    Enfim, comecei a questionar aquilo que me fez desconfiar desse hábito daqui de cima e concluí que isso faz todo o sentido aqui. É mais uma faceta do que faz a Dinamarca ser a Dinamarca.

    Depois dos relatos e das óbvias consequências, virei uma defensora do hábito. Li que há uns 20 anos, uma mãe dinamarquesa foi presa porque deixou o filho no carrinho enquanto jantava em Nova Iorque. Agora ela está publicando um livro sobre essa experiência traumática.

    Ouvi também de uma amiga daqui que ela foi altamente reprimida dentro de um restaurante na Itália, enquanto seu bebê dormia no carrinho do lado de fora.

    Acho importante defender que as questões culturais sejam levadas em conta quando você olha para uma atitude diferente da sua, quando você condena uma mãe. Que se tomem algum tempo entendendo como são culturalmente diferentes os países e as pessoas do mundo. As verdades são muitas.

    Se tudo fosse simples e rápido, não me oporia a outras mudanças. Viveria feliz de país em país. É o tempo gasto e o embate do dia-a-dia que cansam. A aceitação obviamente não acontece de um dia para o outro. E não estamos falando de um costume, um hábito, mas de vários, nunca antes antecipados à medida que os contextos sociais que você frequenta vão mudando.

    A vida com crianças é o que nos faz enfrentar toda essa diversidade de contextos.

    Leia também: As gafes do início da minha vida no exterior

    Outra coisa que me habituei e hoje me orgulha da Dinamarca é a relação das crianças com a cidade. Quando você descobre que eles andam muito pelas ruas, uma reação normal para pessoas como eu era: “fica andando tudo solto por aí, vão acabar levando meus filhos”. Pensa que é absolutamente ok falar isso? Aqui não é.

    As crianças andam muito pela rua, sim, mas é muito mais do que isso. Não é só andar de bicicleta, isso seria fácil de aceitar. Pra gente, a bike é saudável, é bom para o meio ambiente etc.

    Falo de crianças de sete anos, andando sozinhas na rua, indo da escola pra casa, todos os dias. Ou tomando ônibus, às vezes as de sete anos são as maiores, que levam ainda crianças de cinco, seis anos de idade. Crianças que saem com dois ou três adultos do jardim de infância (como são chamados os pedagogos) desde muito cedo, um, dois anos de idade, e experimentam a cidade.

    Não é como acontecia na minha infância, em que tínhamos os dias de passeio. Talvez três ou quatro durante todo um ano letivo. Aqui os passeios com o jardim de infância são quase diários. Eles vão a parques, museus, parquinhos diferentes, centros educativos, pegam ônibus, vão de bicicleta, a pé e até de ferry aqui em Copenhague.

    Com a creche e o jardim de infância, vivem a cidade como gente grande. Vão ao mercado, por exemplo, para comprar o que falta na comemoração de alguma data importante.

    Sentam no ponto de ônibus, entendem sobre o tempo que falta para o ônibus chegar, quanto vão precisar andar depois. Entram nos ônibus públicos – muitas vezes cheio – andam pela rua, trazendo sacolas com velas ou frutas. Tudo isso eles experimentam em grupos maiores ou menores. E não é raro esbarrar com eles pela rua.

    Leia também: O primeiro ano do bebê na Dinamarca

    Foi experimentando isso com meu filho que percebi a importância desse costume (hábito?) para as pessoas que crescem aqui. Ao experimentar a cidade e ficar confortável com ela, a criança desenvolve uma civilidade, um senso de pertencimento que, depois, gera cuidado, respeito e intimidade. Eles aprendem desde cedo que essa é mais uma relação que têm e que, por isso, precisam fazer a sua parte.

    Assim concluo, levantando a bandeira do abraço, da necessidade de estar de braços abertos aos novos hábitos.

    No final das contas, tudo que pode acontecer é você se tornar uma pessoa mais positiva, mais flexível e menos dona da verdade.

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    Letícia Stallone
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    Letícia é carioca, mãe, doutora em linguística, professora e escritora freelancer. Colabora há 10 anos com curadoria e pesquisa de arte para o estúdio M’Baraká, no Rio de Janeiro. Mora em Copenhagen, trocou o carro pela bike, defende o poder da arte, do humor e da conversa. E, secretamente, acredita que um dia vai conseguir falar dinamarquês direitinho.

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