Entre grandes aventuras vikings, deuses nórdicos e bolinhos de canela (kanelbulle), a Suécia tem também como uma de suas grandes referências a família real.
Para quem mora na Suécia, quer visitar o país ou simplesmente gosta das histórias deste povo nórdico, conhecer um pouco sobre a família real é algo muito importante, uma vez que a família real representa a Suécia e os suecos. Dessa forma, como todo sueco, eles também prezam pela discrição. Entre amor e ódio, há muitas correntes, blogs, páginas de Internet e grupos em redes sociais que defendem a extinção da família real na Suécia; afinal, em cifras, são aproximadamente SEK 65 milhões anuais destinados a tudo o que envolve manter a família como representante da Suécia.
A família real é formada pelo Rei Carlos e pela Rainha Sílvia e é uma típica família sueca. Sem participações em escândalos, é possível encontrar os diversos integrantes desta família exercendo seus papéis como engajadores sociais, participando de missões em campos de refugiados e workshops sobre a atual situação de imigrantes na Suécia, ou em jantares beneficentes. A família toda também é constantemente flagrada por paparazzi de plantão em atividades rotineiras como buscar os filhos na escola, fazer compras, dirigir – e não, os carros não são com vidros escuros, também não andam cheios de escolta e motorista são eles mesmos -, ou até mesmo levando os cachorros para passear e recolhendo seus dejetos.
Conhecendo a família real sueca na atualidade
Há indícios de que a família real na Suécia exista desde os primórdios de sua civilização. Na Suécia, no entanto, o registro do primeiro rei data do século 12.
Atualmente, a família real sueca está estruturada da seguinte forma:
- Rei Carlos XVI Gustavo e Rainha Sílvia
- Princesa herdeira Victoria e Príncipe Daniel
- Princesa Estela
- Príncipe Oscar
- Príncipe Carlos Filipe e Princesa Sofia
- Príncipe Alexandre
- Princesa Madalena e Christopher O’Neill
- Princesa Leonor
- Príncipe Nicolau
- Princesa herdeira Victoria e Príncipe Daniel
O papel da família real na Suécia e um pouco de história
O papel dos reis na Suécia é historicamente conhecido pelo poder restrito. Nos primórdios, o monarca exercia liderança nos assuntos de guerras, sacerdócio e navegações. O papel atual do rei está em participar de compromissos oficiais e deveres cerimoniais de Estado.
Conhecida como uma das grandes democracias do mundo, a Suécia tem o Parlamento (ou Riksdag) como o principal órgão legislativo da nação, com 349 membros, que são responsáveis pela escolha do Primeiro-Ministro, que detém o poder executivo no país. As eleições acontecem a cada quatro anos, sempre no terceiro domingo do mês de setembro.
Assim como as grandes monarquias da Escandinávia, o rei não tem um papel de executivo-chefe do Estado, mas ele é o “Chefe de Estado”, tendo como principais tarefas: a liderança do “Conselho de Ministros” sempre que há uma mudança de governo, os “conselhos de informação”; ser o representante das forças armadas, como comandante honorário; e, como principal representante da Suécia, é responsável por presidir reuniões de assuntos externos ao país, receber embaixadores.
Até mesmo quanto à sucessão do trono, a Suécia saiu na frente e, em 1980, houve uma reforma constitucional para permitir que a coroa seja passada para o filho mais velho, independentemente do gênero, o que torna, atualmente, a princesa Vitória como a herdeira direta do trono sueco.
Rainha Sílvia – um toque de Brasil
O que torna a família real sueca de interesse para muitos brasileiros é o fato de a rainha Sílvia ter ascendência brasileira.
Nascida em 23 de dezembro de 1943, na cidade de Heidelberg, Alemanha, ela é filha do alemão Walther Sommerlath e da brasileira Alice Soares de Toledo. Sua mãe era descendente direta do rei Afonso III de Portugal. Casou-se com seu pai, um grande empresário da época, e logo se mudaram para a Alemanha, onde todos os filhos do casal nasceram. Entretanto, entre os anos de 1947 a 1957 a família morou em São Paulo, por conta do trabalho do pai da rainha; inclusive os filhos do casal chegaram a estudar em escola da capital paulista. Já de volta à Alemanha, Sílvia cresceu, estudou e trabalhou. Ela é graduada em Interpretação, com especialização na língua espanhola.
Amante das Letras, a rainha Sílvia fala nada menos do que seis línguas: sueco, alemão, espanhol, português, francês e inglês, além de ter fluência em libras, a linguagem utilizada pelos portadores de necessidades auditivas especiais.
Sílvia e Carlos se conheceram durante os jogos olímpicos de Munique, em 1972. Após pouco mais de quatro anos de relacionamento, casaram-se na Catedral Storkyrkan, em Estocolmo. Tiveram três filhos e sempre reforçam a ideia de que seus filhos fossem criados como pessoas comuns, sempre em contato com a natureza, aprendendo a respeitá-la desde cedo.
Reconhecida, principalmente, pela sua simpatia como rainha, Silvia tem muitas atividades que exerce não apenas como cumprimento de seu papel de rainha, mas também como seu papel na sociedade. Assim, a rainha Sílvia é fundadora e participante ativa de projetos sociais como, por exemplo, o “World Childhood Foundation”, uma fundação em prol dos direitos da infância. Hoje esta organização tem como foco o combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes pelo mundo. No entanto, cuida também de temas como a pobreza. Esta instituição já distribuiu mais de 40 milhões de dólares através de diversos projetos apoiados pelas 16 nações que são atendidas por seus mais de 100 programas.
O Palácio de Drottningholm
Classificado como Patrimônio Mundial pela UNESCO, o Palácio de Drottningholm é a residência oficial particular da família real desde 1981. Localizado na ilha de Lövon, Condado de Estocolmo, o palácio recebeu este nome por literalmente significar “ilha da rainha”, afinal o castelo foi construído por João III como presente para sua esposa Katarina Jagellonica. Sua arquitetura foi inspirada no Palácio de Versalhes. Nele residem o rei, a rainha e sua herdeira direta, a princesa Vitória.
Com suas numerosas salas e aposentos, o Palácio de Drottningholm também possui uma igreja onde, tradicionalmente, todos da família real sueca são batizados, um teatro de ópera, que ainda hoje é usado com frequência e é administrado por um órgão privado e jardins e parques lindíssimos em seu entorno.
Parte do castelo é aberta para visitação turística. A área externa do castelo, como jardins e parques, tem entrada franca, mas para adentrar o castelo é necessário comprar ingressos: para adultos, a entrada custa entre 120 e 180 coroas suecas. Estudantes pagam meia entrada e crianças de zero a 6 anos não pagam. Além de muito história, o passeio vale a pena por todas as paisagens que oferece.