Como levar seu cachorro para a Suécia.
Mudar de país não é uma tarefa fácil, ainda mais quando temos um membro de 4 patas na família. O processo para conseguir toda a documentação necessária é demorado; encontrei dificuldade em obter informações corretas mas, no fim, deu tudo certo. No meu caso, acabei me mudando e a Maggie, minha filhota de 4 patas, ainda precisou ficar no Brasil por mais 4 meses. Por isso, é preciso muita organização e atenção às datas, prazos e detalhes.
A companhia aérea
A grande maioria das companhias aéreas faz transporte de animais. No entanto, há diferenças no serviço. Pesquisei muito e escolhi que a Maggie viajaria pela Lufthansa por 2 motivos:
1 – É a mais bem avaliada em questão de transporte de animais;
2 – A Lufthansa disponibiliza um veterinário para examinar o animal na escala do voo, além de oferecer água e comida, se necessário.
Caixa de transporte
Escolhida a companhia aérea, é hora de verificar qual a caixa de transporte ideal para o animal e que esteja de acordo com as regras e medidas da empresa. O transporte de animais na cabine é possível, mas há regras rígidas. Geralmente, podem viajar na cabine somente os animais que caibam, de forma confortável, nas caixas de transporte tamanho P (dimensões aproximadas: 55 x 40 x 23 cm) e é preciso que a caixa mais o animal estejam dentro de um determinado peso – 8kg, no caso da Lufthansa. É mandatório escolher uma caixa onde o animal consiga ficar em pé, sentar, deitar e dar uma volta dentro dela 360 graus em torno de si, tudo confortavelmente.
A documentação
A primeira providência é colocar no seu bichinho um microchip que seja de uma marca que tenha os selos de qualidade exigidos – no caso da Maggie, a marca foi Virbac. Depois de colocá-lo é preciso vacinar o pet contra raiva. Não importa se o pet já foi vacinado anteriormente e se a vacina ainda está com validade, é mandatório revacinar após a colocação do chip. Com a Maggie, eu coloquei o chip, esperei 7 dias e apliquei a dose de vacina. Após a dose da vacina antirrábica, deve-se aguardar 30 dias para fazer o exame de Sorologia da Raiva. Então, é necessário:
a) Coletar o sangue/soro: o veterinário de sua confiança poderá tirar o soro do animal. Deve-se coletar 2 ml de sangue e a quantidade mínima de soro é de 0,5 ml.
b) Conservação: colocar a coleta em recipiente refrigerado (caixa térmica e gelo seco) que atinja 4ºC ou congelar, caso demore a entregar no Departamento de Zoonoses.
c) Identificação: o veterinário deverá identificar o frasco da amostra com o nome do animal de forma legível.
d) Entrega no Zoonoses: em seguida, a amostra deverá ser entregue no Zoonoses de São Paulo, que é o único local do Brasil homologado pela União Europeia para fazer este tipo de exame. Há empresas especializadas que tiram o soro do animal e entregam, mas eu escolhi entregá-lo pessoalmente. Para quem não mora em São Paulo, é possível enviar a amostra do soro pelo correio – mas atenção com as devidas providências para que o soro não perca as propriedades, pois, se isso acontecer, o exame é anulado. O soro deverá ser entregue juntamente com o formulário de requisição preenchido pelo médico veterinário. Ambos são conferidos na hora pelo funcionário do departamento e retira-se a guia para pagamento do exame. Na ocasião, paguei R$ 150,00.
e) O laudo do exame demora 30 dias para ficar pronto e é enviado pelo correio (mediante pagamento de taxa) ou retirado pessoalmente.
Após a data de retirada do soro, o animal ainda deverá aguardar mais 90 dias no país. É o tempo de segurança para que a vacina faça o efeito esperado.
Leia também: empregos na Suécia
VIGIAGRO: Com o resultado da sorologia em mãos e após os 90 dias, agora é preciso fazer a documentação que autoriza e certifica a saída do animal do país. Esse documento se chama CVI e é emitido pela VIGIAGRO. Primeiramente, é preciso agendar uma data e horário, então indico ligar com 2 a 5 dias de antecedência, já que as regras internas sempre mudam de acordo com a demanda pela documentação. Este documento não é pago e é emitido nos pontos de entrada/saída do país. No caso de São Paulo, pode ser feito no aeroporto de Guarulhos ou no Porto de Santos, por exemplo. No entanto, é preciso ir até um dos postos com 5 dias de antecedência da viagem do animal, pois o documento emitido é válido somente por 7 dias – ou seja, o animal terá uma semana para viajar, depois disso o documento perde a validade e tem que fazer outro. Os documentos que devem ser apresentados para solicitação o CVI são:
- Comprovante de aplicação do microchip com o código, certificado com adesivos com o código do microchip e assinatura do veterinário responsável – original + 2 cópias
- Carteira de Vacinação com o comprovante da vacina antirrábica em dia; além disso, eles também olham a vermifugação do animal, então, é bom garantir que esteja em dia – original + 2 cópias
- Laudo da Sorologia Antirrábica, que esteja com os anticorpos acima de 0,5 UI/ml – original + 2 cópias
- Certificado de Saúde emitido pelo veterinário 24 h antes da visita no Vigiagro
- Requerimento para Fiscalização de Animais de Companhia preenchido
- Comprovante da viagem do animal
Este documento leva de 24 a 48 horas para poder ser retirado.
Passagem aérea
É necessário comunicar e reservar o lugar do animal com antecedência. Eu reservei 2 meses antes e ainda pedi que a empresa aérea me mandasse uma nova reserva constando o transporte do animal. No entanto, um dia antes do voo, liguei novamente para me certificar de que o lugar da minha cachorrinha estava reservado.
Os preços mudam de acordo com a companhia e as dimensões da caixa. Na Lufthansa, custa entre 70 e 400 dólares para voos de longa distância.
A Viagem
Antes do embarque, colei os adesivos na caixa de transporte e os preenchi corretamente. Além disso, também colei os endereços de Remetente/Destinatário com telefones. Levei comigo um atestado do veterinário do dia da viagem. O pagamento do bilhete do animal é feito após o check-in.
Nossa viagem foi tranquila. Em todos os voos, fiz questão de falar com a tripulação sobre o transporte da minha cachorrinha e sempre fui muito bem atendida. Fiz minha escala em Frankfurt e, quando cheguei ao portão de embarque do meu voo para a Suécia, perguntei à funcionária da empresa aérea sobre a Maggie. Surpreendentemente, ela já sabia do transporte dela e ligou prontamente para o veterinário, a fim de solicitar informações sobre o seu estado. Maggie chegou bem na Alemanha e na Suécia também. Ela foi examinada, a caixa de transporte estava limpa dos dejetos. Enfim, fiquei super satisfeita.
Chegando na Suécia
Ao chegar no aeroporto de Arlanda, Estocolmo, é preciso declarar a entrada do animal no país. O guichê fica no corredor desembarque. Além de toda a documentação do animal, deverá ser entregue o formulário E9_204 preenchido. Essa é uma declaração de que seu animal não é para fins comerciais. Depois é só curtir com o pet!
5 Comments
Obrigada pelas recomendações! Meus gatos viajaram dentro do México, e também tinha uma série de requisitos! Muito menos claro! Mas é uma alegria estar com nossos filhotis!
olá tudo bem? estou nesse processo, porém indo pra dinamarca, e gostaria de saber se esse documento de “entrada” do animal no país é o mesmo pra suécia e dinamarca. pq não encontrei essa informação na internet.
ps: adorei os textos. rs
Ola, estou pensando em me mudar e logo veio a preocupação com os gatinhos que adotei. Suas informações bastante claras e sem rodeios junto com links facilitaram muito. Parabéns! Gostaria de saber mais sobre a vida aí na Suecia.
Boa noite, uma dúvida, qual o custo de veterinário e banho na Suécia?
Ouvi dizer que há seguros saúde para os cães
Olá Estevao,
A Priscilla Furlanetto, infelizmente parou de colaborar conosco.
Obrigada,
Edição BPM