Terminei meu último artigo com essa frase: “Tenho muitos desafios e eles vêm acompanhados de muitos sonhos também”. Hoje vou falar um pouco sobre um desses sonhos; fazer uma viagem sozinha.
Isso sempre foi muito desafiador, especialmente agora na minha idade, mas não me senti intimidada e decidi realizá-la após 6 meses da minha chegada aqui na Nova Zelândia. No começo tive muitos medos acompanhados de muitos “se”: se eu ficar doente, se eu não conseguir me comunicar, se eu cair e precisar de ajuda, o meu inglês não é bom o suficiente…enfim, após muitas indecisões disse para mim mesma “sim você e capaz” e assim comecei a preparação para uma viagem que seria um marco na minha vida.
Comecei pesquisando onde iria e tive muitas indicações, mas acredito que o lugar tem que ser definido por aquilo que você deseja, sonha ou idealiza. E assim olhei para dentro de mim e descobri que queria conhecer um lugar diferente de tudo o que já tinha visto. Queria ver algo único, mágico e carregado de uma história diferente da minha. Assim escolhi ir para um lindo paraíso chamado Tailândia.
A pesquisa para onde ir foi bem grande entre blogs, reportagens e longas conversas com pessoas conhecidas que já tinham visitado a Tailândia. Uma das minhas preocupações era saber se era um lugar seguro para uma mulher viajar sozinha e logo descobri que sim. Como toda boa brasileira sei bem dos cuidados que devemos ter com bolsas, dinheiro e tentar evitar situações perigosas. Assim decidi optar por pequenas pousadas ao invés de hostel. Não tenho nenhum problema em ficar em hostel e já fiquei algumas vezes, mas para a minha primeira aventura sozinha achei que me sentiria mais segura ficando num lugar mais privativo (a diferença de preço não foi grande).
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Quando você viaja para um lugar tipo a Tailândia é aconselhável que leve uma mochila grande para carregar nas costas e assim facilitar o acesso aos pequenos barcos que você tem que pegar para ir de ilha em ilha, enfim a Tailândia é um país com muitas ilhas.
Coloquei um peso suportável de acordo com o meu corpo. Organizei tudo o que precisava e descobri que poderia viajar com muito menos do que eu imaginava. A minha mochila pesou aproximadamente 16 kg. e lá fui eu em busca de uma nova aventura aos 57 anos, com um misto de ansiedade e euforia.
Costumo dizer que o universo é muito sábio. Você recebe aquilo que emana. E nessa viagem pude experienciar isso bem de perto. Conheci muitas pessoas especiais e conclui que quando você viaja sozinha e sai da sua zona de conforto, começa a enxergar mais as pessoas que estão a sua volta
Às vezes um pequeno contato visual pode se transformar num lindo sorriso e início de uma longa conversa. E assim foram meus dias na Tailândia, conversando com turistas, garçons, barqueiros, motoristas de tuc tuc (carro típico na Tailândia), sempre sozinha mais nunca solitária. Muitas pessoas vinham conversar comigo e perguntar: “Nossa você está viajando sozinha? Como é isso? Conte-me sua experiência, quero falar para a minha mãe. Sempre tem alguém com uma tia, avó ou irmã afim de uma viagem como essa, mas que ainda não teve coragem.
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Tive os 23 dias mais independentes da minha vida. Todo o dia eu acordava e me perguntava o que eu gostaria de fazer ou onde queria ir. Não era uma questão de egoísmo do tipo “ai eu não quero ninguém comigo”, não mesmo, ainda mais para mim que adoro gente. Pude perceber que em muitas situações gostaria de estar acompanhada de amigos e em outras de um amor, mas acima de tudo descobri que amava a minha companhia e mais que isso que por estar sozinha aumentava a chance de socializar com as pessoas daquele lugar.
Essa viagem deu um salto no meu nível de autoconhecimento. Pude descobrir facetas dentro de mim que jamais imaginara. Voltei muito mais confiante, segura, decidida e me amando mais. Fiz amigos, aprendi um pouco da cultura, conheci lugares lindos e pude curtir muitos pores do sol.
Vocês conhecem aquele ditado “O Céu é o limite”, pois é descobri isso também. Depois dessa experiência percebi que posso realizar muito mais coisas ainda e que não existe idade certa para nada, mas existe sim o momento certo. Sabe como você descobre esse momento? Quando você se desnuda de preconceitos, medos, fantasmas e decide aproveitar cada minuto de sua vida como se fosse o último.
O que ficou? Muito aprendizado, momentos inesquecíveis, pessoas especiais, cheiros, sorrisos, o sol, a cor do mar e o sabor da comida que tanto amo.
Um desejo? Que não me falte saúde, porque a inquietação há. Essa não me falta!
4 Comments
Ai q delicia Sandra! Estou adorando ler seus artigos! Vc é mesmo inspiradora. Sempre quis viajar sozinha e é muito legal saber q sua experiência foi tão positiva.
Orgulho de vc, amiga!
Obrigada querida! sua historia e muito inspiradora tambem ! bjs
Parabéns,lindinha ,viva ,sonhe e realize,junto aos seus filhotes….
Obrigada Gilbertao! saudades bjs