Ao final de 2010 resolvi passar o Ano Novo com uma amiga que conheci no México há alguns anos atrás quando moramos lá, porém ela havia se casado com um peruano, assim que meu rumo então foi o Peru. Chegando lá como não podia deixar de ser fui visitar o famigerado Macchu Picchu, mas na descida, de volta a Cuzco, foi onde o destino me pegou de surpresa, numa minivan, onde conheci um très charmant francês e após isso foi inevitável ficarmos juntos.
Chegando na França, este país em que caí de paraquedas e sem saber o que esperar, tudo o que pensava era que eu morreria de fome com o as pequeninas porções de comida francesa e do fato de comerem muito queijo, algo que definitivamente não me apetece, (sim eu faço parte de 0,01% das pessoas que não comem queijo). Muitas outras coisas bobas (outras não) também me deram medo ao aportar em terras europeias, ainda mais que na época eu não entendia bulhufas de francês.
Mas a França é esse país incrível, Paris é realmente uma caixinha de surpresas que nos revela livrarias antiguíssimas às margens do rio Sena, infinitos bares em que as pessoas se sentam para tomar um expresso ou uma cerveja lendo seus jornais cotidianos no melhor estilo francês, ou seja, com todas as mesas ao ar livre voltadas para a rua onde se pode observar tranquilamente os pedestres e o movimento das ruas da cidade, lá também podemos de repente descer na estação de metro errada e nos depararmos com a Torre Eiffel , ou mesmo fazer a hora do almoço de maneira digamos assim bucólica sentado em algum jardim, ou banco público com sua baguete debaixo do braço comprada em alguma padaria com suas deliciosas pâtisseries e pães, exceto o nosso velho conhecido pão francês.
Paris é mesmo um cidade cosmopolita, em que eu levei pelo menos dez minutos no trem para escutar o bendito do idioma, mas igualmente logo se pode reconhecer os franceses com seus tons de vozes baixos e educados, suas silhuetas enxutas, seus óculos e suas cabeças sempre baixas lendo algum grosso livro não importa onde seja.
Mas nem só de Paris vive a França, e assim que cheguei, logo fui levada para conhecer os tesouros daqui, quebrando meus preconceitos, e entendendo afinal que se o almoço do francês é feito em três fases, é porque a comida nunca é uma pequena porção.
A França me revela pouco a pouco suas riquezas, em cada uma de suas cidades se encontra história, pessoas, suas maneiras e costumes cativantes. Moro, ora em Reims, ora em Chantilly. Reims fica a 45 minutos em trem de Paris e se localiza na região de Champagne-Ardenne, de onde vem o champagne, e a tradição é de degustá-lo molhando um biscoito rosa (chamado “biscuit Fossier” que é tipo a nossa bolacha champagne) nele, mas Reims também é importante pois foi na Catedral daqui em que todos os reis foram coroados.
Reims é uma cidade com um pouco mais de 180 mil habitantes, e para mim, joseense que sempre viveu e cresceu em São Paulo e chamava São José dos Campos de cidade pequena, Reims é praticamento um bairro…rs, é tranquila com seu ar burguês mas não deixa de ser minha cidade querida, que me acolheu e que facilitou minha adaptação à vida francesa, é na Universidade daqui que estudo o francês e onde conheci todos meus amigos chineses, aliás a comunidade chinesa aqui é enorrrme, tenho mais amigos chineses que franceses!!
Cerca de uma hora e meia daqui está Amiens, de onde vem as conhecidas marionetes. De Amiens podemos, em três horas de carro chegar a Bélgica, o que é incrível para mim, já que em três horas de carro eu vou de São Paulo até a casa da minha avó ali em Lorena .
Outro lugar incrível são as falásias de Etretat, que fica na Normandia aliás, região ideal para provar a cidra, bebida feita a base de maçã. Lá foi palco para os impressionistas Monet e Coubert, assim como Rouen e Dieppe, que também tem papel importante no movimento. Rouen é conhecido por ser o local onde Joana D’arc foi queimada viva, e devido a muitas guerras e destruições que finalmente a Catedral Notre Dame de Rouen nunca teve sua segunda torre reconstruída. Já Dieppe além de linda é a praia mais próxima dos parisienses.
Eu poderia falar e falar sem parar das coisas lindas da França, como Lyon e os traboules, que são passagens que atravessam vários prédios saindo de uma rua a outra, Avignon e o palácio dos Papas, Nîmes e suas construções galo-romanas, Marselha e Les Calanques etc etc… Mas finalmente posso dizer, que vivendo aqui vejo que toda a ”etiqueta francesa“ é na verdade um mito que nós brasileiros temos em nossas cabeças, pois a comida é sempre muito bem servida, e o vinho deve ser bebido em qualquer copo (mesmo o da mostarda, pois eles não tem copo de requeijão!), assim como o melhor vinho é aquele que TE agrada e não aquele mais caro. Que nem todos amam champagne, nem são arrogantes, mas sobretudo que o brasileiro é sempre muito bem quisto na França, e que um pão com manteiga e um pingado deixam saudade!
18 Comments
Ana,
Amei o q. vc contou sobre a França. Moro na Holanda e sempre q. posso vou de férias.
Conheci muitos lugares e é assim mesmo como vc. narrou. É simplesmente linda!!
Valeu!!E se um dia vc. pintar por aki, me avisa. Ok?
Bjus Inés
Oi Inés,
que bom que gostou!
E sabe que é muito engraçado quando a gente é de fora e escuta um francês que diz: “Ah tal cidade não tem nada para ver, nem é bonita…”mas na verdade aqui é tudo lindo, toda a arquitetura, paisagens, etc, é tão diferente do que nós estamos acostumadas que tudo é lindo!!ahahah
Bom na próxima viagem pra cá , se precisra de ajuda, dicas,informações, não exite, pode me chamar!!
beejos.
Oi Ana,
Parabéns pelo texto. Eu sou uma eterna apaixonada por Paris, desde a primeira vez que pisei naquela cidade. Sempre digo que Paris é minha cidade-amante, uma cidade na qual não vivo, mas visito sempre que posso.
Lendo o seu texto, senti uma pontadinha de tristeza, de algo que acho que se chama saudades. Há mais de três anos não visito minha cidade-amante e tenho me sentido um pouco órfã…
Se puder, visite a Catedral da Nossa Senhora da Medalha Miraculosa (Chapelle Notre-Dame-de-la-médaille-miraculeuse), localizada no Quartier Latin, atrás de uma portinha na Rue de Bac. Como muitas das coisas maravilhosas dessa cidade, ela também é um segredo. =)
Obrigada pela sensação que seu texto me trouxe!
Um beijo!
Oi Tati,
Obrigada, fiquei feliz que pude te transmitir esse “quê”de alegria!
Sabe, não faz muito tempo que estou aqui, mas apenas neste ano soube da existência da Catedral da Nossa Senhora da Medalha Miraculosa, e foi uma brasileira quem me levou lá e de fato ela é um “segredo” ,ela é fica ali escondidinha só esperando ser descoberta!E na realidade esta é Paris, a cada visita uma descoberta , uma novidade, uma vernissage, uma exposição…
Mas não fica triste, fique empolgada, porque a cada vez que você vier será uma nova descoberta e a cada vez que você retornar na sua casa vai voltar com aquela sentimento de renovação!
Beijos
Excelente artigo Ana Carina, adorei.Aumenta ainda mais meu desejo, minha curiosidade de um tour pela França, valeu!
Oi Anacris, Obrigada!
Vem logo então,que você vai adorar!!
beijos
Nem me fala da saudade do pingado! hahahaa
Já deliberamos sobre esse assunto e foi só risadas! Graças a você eu pelo menos tive um croissant e cafe com leite. hehehe
Qto a não gostar de queijo e estar enjoada do Champagne eu prefiro me abster de comentários né Lozon!
Adorei passear com você pela França nesse texto. Só conheço Paris e Chantilly e claro que são um encanto! E no seu texto eu tenho a mesma sensação por cada lugar. Não há como admitir que esse país e essa língua é cheia de charme.
Parabéns!!!
Bisou bisou!
Barbara nem me fale!!
e a sua alegria de poder comer pão E tomar um café no mesmo lugar…não tem preço!! ahahaah…
PsssIUU…Não conta pra ninguém do champagne!!
Bom da róxima vez está proibida de ir DE NOVO pra Paris, virá pra Reims(tomar champagne!!hahahaha)Pronto tá decidido.
Bisou francês para vocÊ!
😉
Nossa Ana Carina e Barbara, nao fui convidada mas tô dentro, se vcs me quiserem rsrsrs tomar champagne, que delicia,e comer queijo entao rsrsrsr uiala!!!! imagina uai mundo sem beijo e um pedaço de queijo pra mineiro, isso “num” é mundo é o fim do mundo sô rsrsrsr! Ana Carina, seu texto é realmente um filme, no qual entrei e me perdi no tunel do tempo, quando estudando francês ainda menina no Instituto de Educaçao de Minas Gerais, viajava pela França, com a sensaçao de viver em um filme de tao bonito! Minha professora foi e é ainda maravilhosa, ela nos fazia passear por jardins comendo pseudos baguetes feitas de pao francês, visitavamos o Louvre em suas projeçoes de slides, assistiamos filmes de ferias de adolescentes na regiao da Côte d’Azur, Aix de Provence, de la région de Tours, passeamos por Montmartre, voce sabe que quando visitei Paris pela primeira vez, consegui visitar todos os principais lugares turisticos ainda me lembrando de cor da descriçao que tinhamos que fazer, das direçoes em um mapa da cidade! Deu nostalgia mesmo!!!! E olha que eu ja nao sou tao “apaixonada” mais pela França, como um dia fui! Nossa fase de primeiro amor ja passou, com os anos aprendi a ter meus calos com a mentalidade resmungona e reinvindicadora do francês, que pode sim, ser bem arrogante, eu sou professora universitaria aqui em na Suiça e se tem um grupo com o qual tenho muitas vezes problemas sao com os alunos franceses que acreditam porque estao pagando, eu nao vou coloca-los no lugar deles quando nao se comportam como devem! rsrsrsr Mas meus alunos a parte! rsrsr O pais é lindo mesmo e a cultura muito rica!!!! Si tu veux venir en Suisse, soit bienvenue a Montreux ma chèrie! Bisous et a tout bientôt!
Poo Ana Cristina, que prazerzaço seu comentário, Obrigada!
está convidadíssima pro nosso champagne , e de quebra faremos um tour juntas!!
Não me convida que eu vou hein, ainda mais com sua matéria nova, e eu que sou louca por Jazz fiquei curiosíssima com o Montreux Jazz Festival!
Um grande beijo pra você!
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Parabéns Ca, adorei o texto gostoso de ler. Vc escreve bem heim!
Bj
Seus relatos me faz ficar mais ainda encantada com a França. Como foi sua ida? O processo de documentação?
Oi Iane, tudo bem?
A minha vinda foi algo totalmente inesperado, impulsivo e excitante!
Eu vim por amor, não tem outra desculpa !!
Até então eu não nunca tinha tido contato com a língua francesa e não sabia nada, então para não chegar crua aqui, eu tive aulas no Brasil e a partir daí pensamos juntos qual era a melhor maneira de eu permanecer aqui. Meu namorado e eu buscamos a solução mais simples, que foi ,claro , me inscrever num curso de francês.Mas não é tão fácil quanto parece. Primeiro eu vim pra França, busquei a escola, perguntei se meu namorado poderia fazer a minha inscricão por mim, eles toparam, quando regressei ao Brasil, preparei toda minha documentação,fiz cópias , autentiquei e ainda muitos dos documentos que você tem que fazer uma “tradução juramentada”, esta que é feita órgãos certificados e autorizados, e custa caro, eles cobram ora por letra, ora por tipo de documento.
A primeira coisa que você deve fazer é ler as informações no site da embaixada francesa no Brasil (www.ambafrance-br.org), cada caso um caso, então tem visto para estudante , para professor, para turista que vai ficar mais de três meses( pois até 90 dias o brasileiro pode vir para cá sem visto!) e cada visto tem uma lista determinada de documentos, depois disso deve marcar um horário na embaixada, com os tais documentos e voltar claro, pois sempre falta alguma coisa!
Como vim como estudante, meu visto deve ser renovado a semestre,isso depende da boa vontade deles, pois a princípio de me deram apenas 8 meses de visto nem 12 meses foram! E Ainda me perguntaram o porque eu queria ir para a França para aprender francês, se eu não poderia aprender na Aliança Francesa, e como eu te contei no começo, como eu falei que estava aprendendo francês, eu tive qeu passar por uma entrevista em francês lá na Aliança Francesa,com hora e dia marcados.
Bom, depois que você tiver o bendido visto e estiver já na França,terá que se apresentar na Subprefeitura falar que chegou, onde está alojada, e como estudante, tive que fazer uma visita medical, chapa de tórax, e fazer uma segurança social, que nada mais é que um plano de saúde , no meu caso , voltado para estudantes.
Bom espero que tenha ajudado, agora o primeiro passo já sabe: ler muuuito o site da embaixada e perseverança , pois a burocracia começa no Brasil e não termina aqui!
Boa sorte!
Adorei seu texto, a leveza dele me fez lê-lo até o fim! Atualmente moro em Lyon e pouco a pouco ando descobrindo esse país para o qual fui chamada a vir! Boa França pra você!
Oi, Ana, o texto tá mesmo muito bom!!!! mas tenho curiosidades sobre a cidade de Nice. Alguém pode me ajudar? tipo, pontos turisticos, sistemas de transportes e preços, pontos turisticos, etc…
São super importantes essas dicas. 😀 bjns pra todas.
Oi Heliane, tudo bem?
Olha, eu não conheço Nice ainda, mas tenhoa migos que foram e gostaram muito. A única dica que posso te dar mesmo é o site da Oficina de Turismo de lá: http://www.nicetourisme.com
Espero que ajude, e BOA VIAGEM!
Oi Heliane!
Conheci o blog faz pouco tempo e nem sei se minha resposta ainda ai te ajudar!
Faz 2 anos e meio que eu moro em Nice e amo!!! Estou agora ee malas prontas pra mudar para Bangkok mas super recomendo conhecer Nice!
A primeira atração você já vê do avião. Nunca vou esquecer a primeira vez que vi o Mar Mediterrâneo. Um azul incrivel, indescritível e inesquecível.
Tem bastante coisa pra fazer por aqui. Se você se interessa por arte a cidade é um prato cheio! O museu Matisse, Chagall, de Arte Moderna tem acervos incríveis e o melhor é que a maioria deles é gratuito para todos!
Vale também uma boa caminhada pela orla, a Promenade des Anglais, ou “Prom” para os locais é linda, muita gente fazendo exercício, passeando com o cachorro ou simplesmente adimirando a paisagem.
Você não pode deixar de dar uma boa caminhada no centro velho (Vieux Nice). As ruas estreitas, repletas de restaurantes, lojinhas e cafés são um charme e a cara da frança! Lá também vale um passeio pelo Cours Saleya onde todos os dias há um mercado de flores e produtos locais. Uma delícia!
Não deixe de ir à Place Massena, o ligar onde tido acontece em Nice e se vier no verão passe para se refrescar no espelho d’ agua da recém onaugurada Promenade du Paillon. Linda e uma delícia!
Para ter uma vista da cidade toda e tirar fotos incríveis recomendo uma ida ao Chateau de Nice, um parque que abriga ruinas romanas da fundação da cidade. Dá pra chegar lá de carro, por uma escadaria ou um elevador localizado bem no final da praia.
E uma ultima dica é visitar a igreja ortodoxa russa. É a maior catedral russa fora da Russia e é realmente linda!
Quanto ao transporte, Nice não é lá muito bem servida. Não temos metrô e o preço do taxi é surreal!!!
Perto da orla e do aeroporto tem bastante onibus que vai para o centro e no centro o melhor é pegar o Tramway. Um trem super rapidinho que custa 1 euro!
As coisas cistam caro aqui – comida, café, roupas… Tudo a preço de Riviera Francesa!!!
E uma ultima dica – não deixe de experimentar a Socca – especialidade niçoise. É como se fosse uma massa de panqueca feira com farinha de grão de bico, azeite e sal. É simplesmente maravilhoso!
Espero ter te ajudado e estou à disposição para mais dicas e dúvidas!
Grande beijo e parabéns pelo blog meninas!!!