Temos um novo presidente em terras argentinas!
Ganhou com um resultado bem apertado, mas ganhou e agora é esperar que novos ventos soprem por aqui. A principal mudança é termos um presidente eleito que não seja peronista. Foram 33 anos com presidentes peronistas e será interessante ver como os argentinos vão se comportar sem o peronismo rondando no cargo mais importante do país.
Outra coisa que chamou muito a minha atenção foi que no domingo, 26/11, os órgãos oficiais disseram que os resultados começariam a ser divulgados a partir das 19h30. E qual não foi minha surpresa quando liguei a tevê às 19h10 e todos, TODOS os canais, conforme mostram as imagens abaixo, informavam que Macri havia ganhado as eleições. Fiquei muito confusa e fui passando de um canal a outro e todos informavam o mesmo. A foto em que está Macri foi de quando ele falou por volta das 22h30, momento em que a vitória já era oficial.
Loucura não? No Brasil acompanhamos os resultados minuto a minuto para confirmar quem ganhou, aqui, no entanto, antes da abertura de todas as urnas, já recebíamos essa informação. Fui me informar melhor e soube que as manchetes dos canais aconteceram por causa da pesquisa de boca de urna e de notícias de quem trabalhou nas mesas. Confesso que, para mim, com minha cultura eleitoral brasileira, ainda parece muito estranho essa forma de apresentar os resultados pela mídia.
Voltando aos resultados das eleições, quero ressaltar algumas vitórias como as de Maria Eugenia Vidal, uma mulher jovem, de 28 anos, que é a nova governadora da Província de Buenos Aires, a mais importante do país; a da Vice-Presidente, Gabriela Michetti, que é paraplégica; e da nomeação da brasileira Isela Constantini, uma paranaense, como a nova presidente da Cia Aérea Estatal Aerolíneas Argentinas, a mais importante do país. São vitórias que, na minha opinião, mostram não apenas as conquistas dessas mulheres, mas também da sociedade argentina e sua mentalidade aberta à alguns novos paradigmas.
Outro ponto interessante é que, aqui na Argentina, todos os candidatos eleitos assumem o novo cargo no dia dez de dezembro, ao contrário do Brasil, que sempre é no dia primeiro de janeiro. Também foi diferente acompanhar a quantidade de gente que foi até a Casa Rosada para se despedir da presidente que saía e felicitar ao que entrava. Acredito que isso aconteça porque a capital é justamente a cidade mais importante do país e, para nós brasileiros, Brasília está muito distante. Fiquei presa no trânsito nas duas ocasiões e vi muita gente indo com bandeiras argentinas para a Praça de Maio. Isso faz com que a experiência seja muito mais próxima.
O país está feliz e tranquilo com o resultado? Uma parte sim, uma parte não, afinal, foram muitos anos com o governo que está saindo. O fato de Mauricio Macri ter sido eleito com uma pequena margem de diferença faz com que tenhamos a certeza de que a outra metade da população vai se opor a muitas decisões e ao novo presidente. O fato da ex-presidente Cristina Kirchner ter se negado a ir à cerimônia de entrega do governo ao novo presidente eleito também demonstra essa resistência. Inclusive, alguns grupos mais radicais já pedem sua renúncia; marcaram um dia para fazer uma grande manifestação e vêm divulgando nas redes sociais que “Ele não é o meu presidente. Não votei nele”, etc. Só nos resta esperar que todos, quem votou e quem não votou, aceitem que estamos num governo democrático no qual não nos cabe apenas votar, mas também aceitar os resultados das eleições para que que ele consiga governar bem e para todos. Se isso não acontecer, que façam novamente valer seus votos em 2019.
1 Comment
Olá. Com a vitória de Macri estou muito interessado em viver na Argentina. Estou adorando o teu blog e ansioso por noticias atuais como esta.