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    Home»Líbano»Arquitetura brasileira em Trípoli
    Líbano

    Arquitetura brasileira em Trípoli

    Cláudia RahmeBy Cláudia RahmeJuly 31, 2015Updated:March 18, 20182 Comments7 Mins Read
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    Arquitetura brasileira em Trípoli.

    Hoje vou falar sobre um lugar no Líbano que poucas pessoas sabem que existem; poucas pessoas sabem a importância deste local, que poderia ter muito mais relevância se fosse valorizado: ele carrega a assinatura de um dos maiores gênios da arquitetura brasileira. Eu me refiro ao El Ma’rad de Trípoli, mais conhecido como Rachid Karameh International Exhibition Center, que foi projetado por Oscar Niemeyer. O nome é uma homenagem ao ex-primeiro ministro, Rachid Karameh, que era natural de Trípoli e por 8 vezes ocupou o referido cargo.

    Na década de 50, em virtude do crescimento econômico e turístico, o Líbano desfrutava de um “boom internacional” que lhe rendeu a fama de “Paris do Oriente Médio”. Nesta época o governo decidiu que deveria investir no norte do país, especialmente em Trípoli, sua segunda maior cidade portuária. Trípoli fora uma importante província do tempo das Cruzadas e dos períodos Mameluco e Otomano, e que durante os anos dourados do país precisava de um toque moderno que a adequasse ao século 20. Para isso, em 1966 o governo libanês trouxe do Brasil Oscar Niemeyer, o único arquiteto da época capaz de dar à cidade o ar futurista desejado.

     

    O projeto foi um desafio para Niemeyer, que estava no auge de sua fama internacional em virtude da construção de Brasília e que fora escolhido pelo governo libanês justamente por isso. Os esboços levaram cinco anos para se tornar realidade e a princípio Niemeyer queria que o projeto fosse edificado próximo ao mediterrâneo, o que não foi possível. Mas isso não o impediu de sentir muito carinho pelo lugar e guardar ótimas lembranças de sua temporada no Líbano.

    A genialidade do arquiteto é claramente demonstrada pelas formas futuristas das instalações que foram construídas no megacomplexo. A estrutura da cúpula, o arco delicado que distingue os motivos justos pela sua altura e elegância, o teatro ao ar livre que parece flutuar sobre a água. Além, claro, do toque libanês, representado com delicadeza enfática nos arcos de luz no pavilhão libanês que deixa o espectador com a nítida impressão de estar numa cidade do século 21 em ação.

    Leia também: crenças e superstições libanesas

     

    O porte das estruturas de concreto utilizadas era o maior do gênero para a época, e os detalhes mostram a harmonia entre a beleza e a tecnologia que foram usadas nessa obra. O complexo se tornou ponto um de referência, visitas, pesquisa e estudo para arquitetos e estudantes de arquitetura, não apenas do Líbano mas do mundo todo. Parte das obras chegou a ser inaugurada, porém, com o inicio da guerra civil em 1975, todo o restante do projeto foi abandonado e jamais utilizado para o que foi destinado. O complexo foi inclusive usado por diversas milícias que combateram ali entre si, além de também ter tido o seu “Museu do Espaço” usado pelo exército sírio como depósito de armas.

    Mas o belo El Ma’rad de Niemeyer resistiu ao tempo e à guerra com algumas fissuras e encontra-se nos dias atuais parcialmente em ruínas, fechado pelas autoridades locais e esquecido pelo governo libanês que, diga-se de passagem, faz vistas grossas a tudo de ruim que acontece na cidade, como se ela não fizesse parte do país. Há quem se arrisque a passar por brechas na cerca, ou subornar o guarda que faz a segurança do local para uma pequena aventura proibida. Relatos de quem já se aventurou dizem que o domo do museu é puro ferro retorcido num teto inacabado, e que sua parte externa guarda marcas de diversas balas de tiro do tempo da guerra. Há apenas um escritório em funcionamento dentro do complexo, montado pela ONU e destinado a auxiliar refugiados sírios.

     

    Em Trípoli poucos são os que reconhecem a importância dessa obra de Niemeyer, por nem sequer saberem quem foi o arquiteto brasileiro. O megacomplexo divide as opiniões dos moradores da cidade: uns reconhecem a obra como arte e outros o classificam como um trambolho. Seu destino e utilidade ainda é motivo de diversas divagações e especulações, inclusive de grupos e instituições estrangeiras que possuem intenções de preservação e restauração da área. Porém, nada conclusivo, em virtude dos constantes conflitos internos e da instabilidade sectária existente na região.

     

    O megacomplexo consiste em 15 edifícios dentro de uma área de aproximadamente 10 mil hectares perto da entrada sul da cidade, subdivididos da seguinte forma:

    – Escritórios e Centro de negócios: localizado no pórtico de entrada. Além dos escritórios administrativos, contém um centro comercial completo e totalmente equipado com uma sala de conferência de comunicação de rede e sala de projeção.

    – Salas de Exposições: 20 mil m² de centro de exposições fechado e totalmente climatizado, que pode ser dividido para acomodar as diversas necessidades dos expositores internacionais, regionais e locais. E também 20 mil m² de espaço aberto adjacente a este hall, que pode ser usado para exposição ao ar livre, rodeado com jardins coloridos e estacionamento para 3 mil veículos.

    – Dome Theater: Estrutura de concreto em forma de cúpula, com um palco circular telescópico para até 1.500 pessoas.

    – Pavilhões libaneses: Estrutura que representa uma interpretação moderna da arquitetura libanesa, com um pátio interior, definido por telas de arcos de luz, e um núcleo principal de vidro. Toda a estrutura situa-se no meio de uma piscina refletora, rodeada por áreas verdes.

    – Sala de conferências: Espaço totalmente climatizado para até 2.500 pessoas, equipado com o mais artístico sistema de som e iluminação.

    – Teatro ao ar livre: Uma peça única de arquitetura, cujo palco é uma balsa flutuante sobre uma piscina circundante. O público atinge o estágio de travessia, por uma ponte sobre a piscina. Os artistas possuem alojamentos próprios construídos no subsolo, e que podem ser acessados de forma independente. O teatro tem o mais moderno sistema de som e iluminação, e todas as instalações estão situadas no meio de luxuriantes jardins coloridos.

    – Restaurante Panorâmico e Terraço: Situado no topo de um tanque de água elevado, o restaurante oferece vista para o mar, a oeste, e uma vista das montanhas cobertas de neve, a leste, bem como um salão para eventos.

    – Quality Inn Hotel Trípoli: Hotel administrado e operado pela “Choice Hotels internacional”, com mais de 5 mil hotéis e resorts ao redor do mundo. O hotel oferece 112 luxuosos quartos e suítes, 4 restaurantes, outro restaurante no último andar, churrasqueira no jardim, piano bar e cafeteria com uma seleção de autênticos pratos continentais.

    – Salão de senadores: Com banquete e instalações destinados a conferências para até mil pessoas.

    – Clube de Lazer: Possui piscinas interna e externa, campos de tênis, um spa com jacuzzi, sauna, banhos turcos e massagens. O estacionamento comporta até 400 carros.

    Leia também: a famosa gastronomia libanesa

     

    Planos futuros:

    As novas instalações que serão adicionadas ao complexo vão completar a transformação deste local incomum em um verdadeiro destino turístico para toda a região e outros países, onde a ideia será instalar:

    – Um parque temático de diversões de normas internacionalmente elevadas, integrando a herança cultural e histórica do Líbano em geral e de Trípoli em particular.

    – 300 quartos de hotel 5 estrelas, com design moderno e inovador, totalmente equipados com as melhores instalações e serviços.

    – Cinema 3D, para 500 a 700 espectadores, apresentando a mais avançada tecnologia, com efeitos especiais espetaculares. A data prevista para conclusão é de cerca de 3 a 5 anos a partir da data de concessão.

     

    “A questão da arquitetura aqui é muito delicada, pois muitos lugares devastados pela guerra são restaurados. Este é diferente. É um lugar que tem uma força silenciosa, não fala uma linguagem funcional, mas persiste. É uma infraestrutura que se recusa a sucumbir ao tempo.”

    (Lamia Joreige – Diretora do Beirut Art Center)

     

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    Cláudia Rahme

    Claudia mora em Jounieh, Líbano, e escreve para uma revista local.

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    2 Comments

    1. Jhon on July 31, 2015 1:18 pm

      “Em Trípoli, poucos são os que reconhecem a importância dessa obra de Niemeyer, por nem sequer saberem quem foi o arquiteto brasileiro”. Então, será que os libaneses conseguem ser mais impessoais e racionais que os brasileiros? Fama, para mim, não quer dizer nada. Converse com alguém que trabalha ou que já trabalhou em algum ambiente projetado por ele e conhecerá de verdade quem foi Niemeyer.

      Reply
      • Cláudia Rahme on August 2, 2015 1:50 am

        Ola Jhon! Obrigada pelo feed.

        Reply

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