Os dias frenéticos de compras de final de ano acabaram? Mais ou menos!
Como de costume, os espanhóis trocam presentes no dia 6 de janeiro (Dia de Reis), ou seja, aqui quem traz os presentes são os três Reis Magos e não o Papai Noel.
Aqui no BPM, uma colunista contou mais sobre esse costume na Espanha.
Enfim, após a celebração de Reis, se dá por concluída a época que mais presentes são dados. No entanto, ainda existem as esperadas liquidações ou rebajas de invierno, como são conhecidas por aqui, e que atraem milhares de turistas nas férias de janeiro.
As rebajas (liquidações) são o momento mais esperado pelos consumidores na Espanha. É quando começam as promoções para vender o estoque de produtos que sobrou nas prateleiras. As lojas liberam seus estoques a preços reduzidos, e os consumidores têm as maiores e melhores chances de garimpar ou encontrar aquele item desejado a um preço mais baixo.
Acreditem, os preços caem realmente. Eu particularmente amo essa época, óbvio!
Nas lojas de departamentos, por exemplo, como Zara, Bershka, entre outras, podemos encontrar peças por menos de 10 euros.
Embora algumas empresas tenham iniciado as vendas logo depois do natal, o dia oficial em que as lojas aplicaram descontos em seus produtos nesse ano foi 7 de janeiro. Tanto em lojas físicas como on-line, com descontos que podem atingir até 90%.
A principal característica das rebajas é que se realizam em um período de tempo determinado.
Há dois períodos de liquidações/rebajas durante o ano:
• as rebajas de enero (ou rebajas de invierno). Começaram depois do dia 6 de janeiro e se estendem até o final do mês de fevereiro. Recentemente estamos vendo cartazes nas lojas, anunciando as rebajas, logo depois do Natal, rompendo com o calendário oficial dessas liquidações. São mais de 7 semanas de preços baixos.
• as rebajas de julho (ou rebajas de verano). Começam depois do dia 1 de julho e se estendem até o final de agosto.
Embora possa parecer uma ideia fruto do marketing moderno, o conceito de descontos como incentivo ao consumo nasceu há muitos anos, mais especificamente durante a Grande Depressão, após o acidente da Bolsa de Valores de Nova York em 1929. Dada a profunda crise em que a economia norte-americana foi encontrada, vários armazéns concordaram em lançar a ideia de vender o estoque acumulado no final da temporada a preços mais baratos, de modo que conseguiram ganhar dinheiro em vez de perder, se fossem armazenados indefinidamente.
A data oficial das rebajas costumava ser determinada pelo governo de cada região. Hoje cada comerciante é livre para escolher a data. Mas a maioria acompanha o calendário tradicional para evitar confundir os consumidores.
Entre as lojas e os supermercados mais frequentes em propagandas durante as liquidações estão Zara, El Corte Inglés, H&M e Carrefour – todos com significativo investimento de marketing e com retorno satisfatório.
Durante esse período, os descontos podem variar de 20% até o 90%, dependendo do produto e da loja.
Durante as vendas, os produtos mais procurados são geralmente acessórios e roupas. Tanto que a Associação Empresarial de Comércio e Acessórios de Têxteis (ACOTEX) estima que durante este período é feita mais de 20% das vendas anuais do setor.
Em geral, os descontos são menores logo no início das rebajas, quando ainda é possível encontrar grande variedade de numerações. É possível ver muita gente nas lojas, inclusive com longas filas para os provadores ou para pagar.
Já no final estão os melhores descontos, em geral para produtos menos interessantes ou com numerações mais limitadas. O período final das rebajas é conhecido como segundas rebajas ou até terceras rebajas, sinalizando o número de vezes que os preços foram reduzidos.
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As roupas, que já são consideradas baratas em solo europeu, ficam a um preço inimaginável no Brasil. Para quem nunca esteve em uma rebaja espanhola, estamos falando de blusinhas de lojas conhecidas como Zara e H&M por 4 euros.
É importante esclarecer alguns pontos que têm relação com o assunto que nos toca: as rebajas não podem ser confundidas com as ofertas ou promoções pontuais que o comércio decide para certos produtos, mas dependem das necessidades do comércio (eliminação do estoque, por exemplo). Também é muito importante ficar claro que os saldos não são os mesmos que as rebajas. Falamos de saldos quando nos referimos a artigos que possuem tara ou algum defeito e que, portanto, são vendidos a um preço significativamente inferior ao produto “normal”. Enquanto as rebajas significam uma redução no preço dos produtos que foram oferecidos, mas com uma redução no preço de varejo para incentivar o consumo e as lojas ganharem espaço para os produtos da nova temporada.
No entanto, a Comunidade de Madri lembrou aos consumidores que a redução do preço dos artigos não implica uma diminuição da sua qualidade e nem dos direitos dos consumidores, que são “exatamente iguais”, como quando fazem suas compras em outro período.
Além disso, a Organização de Consumidores e Usuários (OCU) enfatizou que, para evitar compras compulsivas, prepare listas com o que se precisa.
É isso. Quem viaja à Europa no início ou no meio do ano, pode incluir no roteiro visitas às lojas de departamentos, supermercados, shoppings e outros formatos de varejo para aproveitar as ofertas da época. Tendo sempre o devido cuidado, porque por ser uma época de muito fluxo, a falta de atenção no meio de tanta gente pode acabar trazendo algum mal-estar na hora de renovar o armário.
2 Comments
Boa noite, Daiane!
Parabéns pelo texto.Muito interessante.
Será que é possivel comprar on line nas “rebajas “da Zara espanhola..estando no Brasil?
Obrigada!
Olá Izaira,
A Daiane Antunes, infelizmente parou de colaborar conosco.
Obrigada,
Edição BPM