Coisas que me fazem falta na Espanha.
Olá pessoal! Espero que tenham passado um final de ano maravilhoso. Vamos começar esse novo ano com tudo!
Bem, quem acompanha meus textos já percebeu que adoro morar na Espanha. Está nítido que tenho sempre mais prós que contras, mas isso não significa que não tenha saudade do Brasil.
Prestes a completar um ano e meio na Espanha, a saudade bate principalmente pela ausência da família e dos amigos. Fora isso, confesso que sinto falta de algumas outras coisas: umas materiais que não se encontra aqui, ou aquelas que já estava acostumada no Brasil e que não encontro do mesmo jeito, mesma qualidade ou forma.
Na verdade, esse tema surgiu de uma conversa que tive com uma amiga que vem me visitar no próximo mês. Ela me fez a seguinte pergunta:
O que tem aqui (Brasil) que não tem aí (Espanha) e que você sente mais falta?
Não soube responder nada de imediato e pedi um tempo para pensar (rsrs). As primeiras coisas que começaram a surgir foram relacionadas com comida, óbvio!
Aqui em Madri, por haver muitos brasileiros residentes, já se encontra com mais “facilidade” alguns produtos brasileiros, mas sempre tem aqueles impossíveis de achar.
Então, no meu texto desse mês, quero contar para vocês o que eu mais sinto falta, até agora, do Brasil.
Fiz uma relação por ordem de preferência, do mais importante para o menos. Vamos lá:
• Carne/ Churrasco: como a carnívora que sou, sem dúvidas esse é meu top 1. A carne aqui é diferente, não sei explicar bem, mas tem outro sabor. Já provei em vários lugares, de várias maneiras, até em restaurantes “brasileiros”. Um que até era bem parecido, mas não adianta, IGUAL não. Que saudade daquela picanha suculenta, coraçãozinho, aquele churrasco no espeto, na churrasqueira, sabe?
• Pão francês: espanhol come pão de uma maneira impressionante. É pão com tudo e para tudo. Acredito que seria como a mandioca ou o arroz para nós brasileiros (dependendo da região). Por esse motivo, você pode encontrar uma variedade incrível de pães, mas o nosso pãozinho francês, com cerca de 50 gramas de peso, crosta estaladiça e miolo flexível, que sai quentinho da padaria, só existe no Brasil.
• Catupiry: eu era viciada nisso, sério! Era em pizza, pastel, coxinha, lanche, em tudo eu queria. Aqui eles nem sabem o que é. Existe queijo de todo tipo que você imaginar. Tem frescos, azuis, maturados, duros e brancos. É queijo para mais de metro, mas o maravilhoso catupiry, só na saudade mesmo.
• Requeijão: outra coisa que simplesmente não existe aqui, não se encontra para comprar em nenhuma parte. Não adianta comprar nada no supermercado achando que tem o gosto e a consistência do requeijão, porque você vai se decepcionar. Não há nenhum produto espanhol que seja equivalente.
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• Calcinhas/lingeries: sempre que é preciso renovar essas peças começa o dilema, mais precisamente com a calcinha. Sinto falta das nossas calcinhas do Brasil, daquelas intermediárias entre as “calçolas” (super grandes) e as “tangas” (aquelas fio-dental). Se você procurar bastante, até encontra alguma coisa legal, mas aqui normalmente costumam ser 8 ou 80. Ou cobre o bumbum todo ou não cobre nada. Mesmo no caso dos fios, costumam ser um tanto quanto desconfortáveis. Já existem lojas que vendem “tanga brasileira” (rsrs), mas olha, não chegam aos pés. A qualidade das nossas é bem melhor. Acontece com biquínis também, são enormes!
• Calça Jeans: desde que cheguei aqui ainda não consegui encontrar um modelo de calça jeans que me agrade. É impressionante a febre da skinny, aquela bem justa na canela, tanto para mulher quanto para os homens. Eu que gosto mais do modelo flare, aquela boca mais larga. Sofro um bocado, mas vou aderindo aos poucos. Você entra nas lojas e parece que só existe esse modelo. E normalmente são mais curtas também. Outro problema que encontro, é com a cintura. A calça até fica bem no bumbum e pernas, mas a cintura sempre caindo.
• Brigadeiro/doces: não sou muito doceira, mas tem aqueles dias que necessitamos, não é? Queremos um doce, bem doce. Aqui a impressão que tenho é que eles não são muito doceiros. A sobremesa é quase obrigatória nas refeições, porém são umas coisas um tanto quanto chochas,. Só tem beleza, não tem muito sabor e nem é tão doce assim. Brigadeiro e seus afins eles não conhecem. Então você não encontra pronto para comprar. A alternativa é buscar os ingredientes e fazer em casa (granulado tem que ter muita sorte para encontrar). Existem exceções, claro, mas estou me referindo aos doces que são originários daqui.
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Ufa! Até que foi uma listinha um tanto comprida.
Apesar disso, adoro morar aqui. Existe uma infinidade de coisas maravilhosas da Espanha, dentre comidas, lugares e costumes, de que sem dúvidas, se um dia resolvo voltar para o Brasil, sentirei muita falta também.
Acho que por enquanto é isso! Essas foram as coisas que mais me fazem falta hoje em dia. São opiniões particulares e que podem ser mudadas com o tempo. Pode ser que eu volte aqui contando que tenho mais uma lista enorme de “saudade”, ou talvez não sinta falta de nada mais. É tudo uma questão de adaptação, não é mesmo?
Espero que tenham gostado, hasta luego!
4 Comments
Daiane,
Não sei se rola ai na Espanha, mas aqui na França tem um “cheese spread” turco chamado Puck que é IGUAL ao requeijão. Por razões incompreensíveis, eu sei, mas é IGUAL. Faz uma busca num mercado arabe ou turco que talvez você encontre.
Boa sorte,
Fernando.
Que legal Fernando, nunca tinha ouvido falar disso.
Só o fato de ser parecido já ajuda, e muito, matar a vontade.
Vou procurar,obrigada pela dica.
Daiane,
Impressionante, estou aqui em Espanha/Portugal mesmo tempo que vc.. me identifiquei muito com o seu relato.. se passa o mesmo, exatamente o mesmo comigo.. me sinto um horror com essas calças por ter quadril grande… no Brasil a flaire é eterna.. amooo!!
Também tem a questão de sandalias… mas esta geral ( moda) pois pedi para minha filha trazer me , só encontra iguais no Brasil..
Faz 32 anos que moro na Espanha e sinto falta de tudo, o verde da minha Minas Gerais, os pão de queijos (que aqui ainda que eu faça, não são iguais), ropa, calzado e a comida já nem te falo, com 63 años, não consigo acostumar com a comida daqui. São muitos anos, e cada día sinto mais falta do meu Brasil, más aquí tenho minha casa e minha família e já não vou voltar, salvo que ganhe uma loteria.😏